Características farmacológicas ceclor

CECLOR com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de CECLOR têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com CECLOR devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Suspensão Oral

Características químicas: O cefaclor é quimicamente designado ácido 3-cloro-7-D-(2-fenilglicinamido)-3-cefem-4 carboxílico.

Fórmula Química:
C15H14Cl2N3O4S.H2O.

Peso Molecular: 385,82.
Trata-se de um pó cristalino branco; pouco ou ligeiramente solúvel em água; praticamente insolúvel em álcool metílico, em clorofórmio e em cloreto de metileno.
Mecanismo(s) de ação: O cefaclor é um antibiótico (cefalosporina de segunda geração), bactericida que age primariamente por interferência nos processos de síntese da parede bacteriana e por ativação de mecanismos autolíticos. Sua ação depende de ligação com enzimas envolvidas na síntese do componente peptidoglicano da parede celular. Diferentes cefalosporinas ligam-se a diferentes enzimas, com diferentes afinidades, desta forma parcialmente explicando as diferenças de atividades apresentadas pelos vários compostos.
Farmacocinética: O cefaclor é bem absorvido no trato gastrintestinal após administração oral a pacientes em jejum. A absorção total é a mesma se a droga for administrada em presença ou não de alimentos; contudo, quando o cefaclor é ingerido com alimentos, a concentração sérica máxima alcançada é de 50 a 75% da observada quando a droga é administrada a pacientes em jejum e, geralmente, é mensurável após 45 a 60 minutos.
A ligação às proteínas é de baixa a moderada (25%).
O volume de distribuição é de 0,24 a 0,36 l/Kg.
A biodisponibilidade é de 95%.
Atravessa a barreira placentária.
Cefaclor não sofre biotransformação.
Aproximadamente 60 a 85% da droga são excretados de forma inalterada na urina dentro de 8 horas após a ingestão, sendo a maior quantidade excretada nas primeiras duas horas. Durante este período de 8 horas, as concentrações máximas na urina, após doses de 25 0 mg, 500 mg e 1g, foram de aproximadamente 600, 900 e 1900mcg/ml, respectivamente. A meia-vida sérica em indivíduos normais é de aproximadamente 1 hora (variação de 0,6 a 0,9, ou seja, 36 a 54 minutos). Em pacientes com função renal reduzida, a meia – vida sérica do cefaclor é ligeiramente prolongada.
Naqueles pacientes com ausência completa de função renal, a meia-vida biológica da molécula intacta é de 2,3 a 2,8 horas. Os mecanismos de excreção em pacientes com insuficiência renal grave não foram determinados. A hemodiálise reduz a meia-vida em 25a 30%.
Cefaclor é excretado no leite materno.
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Comprimido revestido de liberação prolongada

Ceclor® BD é uma forma farmaceuticamente modificada da cefalosporina ativa por via oral, o cefaclor. É um antibiótico cefalosporínico, semissintético, para administração oral. O princípio ativo é quimicamente designado como 3-cloro-7-D-(2-fenilglicinamida)-3-cefem-4-ácido carboxílico monoidratado e é conhecido como cefaclor, USP. Ceclor® BD difere do cefaclor no seu índice de dissolução, produzindo menor concentração sérica máxima, mas mantendo concentrações séricas mensuráveis prolongadas, o que proporciona a vantagem da posologia duas vezes ao dia.
Cada drágea de liberação prolongada contém cefaclor monoidratado, equivalente a 375 mg (0,972 mmol) ou 750 mg (1,944 mmol) de cefaclor.

Farmacologia clínica
O cefaclor de formulação avançada (Ceclor ® BD) é bem absorvido no trato gastrointestinal após administração oral. Embora o Ceclor ® BD possa ser administrado com ou sem alimento, a absorção total é aumentada com o alimento. Quando foi administrado na 1ª hora após a refeição, a biodisponibilidade d o Ceclor® BD foi maior que 90%, usando o cefaclor (Ceclor® ) como referência. Quando tomado em jejum, a biodisponibilidade do Ceclor® BD foi de 77% da do Ceclor®.
Comparadas ao Ceclor (em jejum), as concentrações plasmáticas máximas médias do Ceclor BD, tanto alimentado quanto em jejum, foram prolongadas de 40 para 90 minutos e foram mais baixas. A administração concomitante de bloqueadores H2 não afeta o índice ou a extensão de absorção. A administração de antiácidos contendo hidróxido de magnésio ou de alumínio uma hora após a administração de Ceclor ® BD não teve efeito sobre o índice de absorção; porém, resultou em uma diminuição de 17% na extensão de absorção. Após a administração de drágeas de 375 mg, 500 mg e 750mg a pacientes alimentados, foram obtidas concentrações séricas máximas médias de 4, 8 e 11 mcg/ml de cefaclor, respectivamente, dentro de 2,5 a 3 horas. Não foi notado acúmulo da droga quando administrada duas vezes ao dia. A meia-vida plasmática em indivíduos sadios é independente da forma farmacêutica e dura em média aproximadamente uma hora. Em pacientes idosos (acima de 65 anos), com valores normais de creatinina sérica, uma maior concentração plasmática máxima e AUC são efeitos resultantes de função renal moderadamente diminuída e não tem aparente significância clínica. Portanto, não há necessidade de mudança de dose em pacientes idosos com função renal normal. Não há evidência de metabolismo de cefaclor em humanos.
Microbiologia – A atividade bactericida do Ceclor® BD é devida ao cefaclor. Os testes in vitro demonstraram que a ação bactericida das cefalosporinas resulta da inibição da síntese da parede celular. O cefaclor é estável na presença de betalactamases bacterianas; consequentemente, microrganismos produtores de betalactamases resistentes à penicilina e a algumas cefalosporinas podem ser sensíveis ao cefaclor. Ceclor® BD mostrou ser ativo contra a maioria das cepas dos seguintes microrganismos, tanto in vitro quanto in vivo (ver Indicações e Uso):
Microrganismos gram-positivos: Staphylococcus aureus (incluindo cepas produtoras de betalactamase), Staphylococcus epidermidis (incluindo cepas produtoras de betalactamase),Staphylococcus saprophyticus, cepas de Streptococcus pneumoniae sensíveis a penicilina, Streptococcus pyogenes
(estreptococos do grupo A).

Microrganismos gram-negativos: Citrobacter diversus, Haemophilus parainfluenzae, Haemophilus influenzae (incluindo cepas produtoras de betalactamase), Moraxella catarrhalis (incluindo cepas produtoras de betalactamase), Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Neisseria gonorrhoeae.

Microrganismos anaeróbicos: Propionibacterium acnes, Bacteroides spp. (excluindoBacteroides fragilis), Peptococos, Peptoestreptococos.
NOTA: Pseudomonas spp, Acinetobacter calcoaceticus, a maioria das cepas de enterococos, Enterobacter sp, Morganella morganii, Providencia rettgeri, H. influenza beta-lactamasenegativo, ampicilino resistente; Proteus indol-positivo e Serratia spp.

Testes de Sensibilidade – Difusão – os métodos quantitativos que requerem medidas de diâmetros de halos de inibição fornecem estimativas mais precisas da sensibilidade da bactéria aos antibióticos. Um desses métodos é o aprovado pelo National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS). Este método foi recomendado para o uso com discos de papel para testar a sensibilidade ao cefaclor. A interpretação do método correlaciona os diâmetros dos halos de inibição obtidos com os discos com a concentração inibitória mínima (CIM) para cefaclor. Os resultados dos testes de sensibilidade padrão com o disco único contendo 30 mcg de cefaclor devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:

Diâmetro do halo (mm)

Interpretação

³18

(S) Sensível

15 – 17

(I) Intermediário

£14

(R) Resistente



Quando testar * H. influenzae:

Diâmetro do halo (mm)

Interpretação

³ 20

(S) Sensível

17 – 19

(I) Intermediário

£ 16

(R) Resistente


*Teste de sensibilidade com disco usando meio de cultura para Haemophilus (HTM).

Um resultado “sensível” indica que o patógeno será inibido pelos níveis sanguíneos normalmente alcançados. Um resultado “intermediário” sugere que o micro-organismo deve ser sensível se for usado o limite superior da dose recomendada ou se a infecção estiver confinada nos tecidos e líquidos, onde sã o atingidos altos níveis do antibiótico. Um resultado “resistente” indica que as concentrações alcançada s não serão suficientes para inibir o micro-organismo e outra terapia deve ser selecionada.

Os métodos padronizados requerem o uso de micro-organismos de controle em laboratório. O disco de cefaclor com 30 mcg deve dar os seguintes halos de inibição:

Micro-organismo

Diâmetro do Halo (mm)

E. coli ATCC 25922

23 – 27

S. aureus ATCC 25923

27 – 31

H. influenzae ATCC 49766*

25 – 31


*Testes de sensibilidade com disco, usando meio de cultura para Haemophilus (HTM).

Outros patógenos tais como M. catarrhalis e H. influenzae podem ser testados usando-se o disco de 30 mcg de cefalotina ou por um teste de diluição. A ad ministração do Ceclor ® BD foi relacionada com uma resposta clínica e bacteriológica favorável em, praticamente, todos os casos de infecção por M. catarrhalis, independente do diâmetro do halo de inibição e, c consequentemente, há pouca vantagem em testar o cefaclor contra este microrganismo. O H. influenzae deve ser testado com o disco de cefaclor em Mueller-Hinton chocolate e interpretado pelos critérios usuais de diâmetro de halo descrito anteriormente. Alternativamente, o H. influenzae pode ser testado em Haemophilus Test Medium (HTM) usando os critérios de interpretação recomendados pelo NCCLS relacionados abaixo:

Diâmetro do halo (mm)

Interpretação

³24

(S) Sensível

19-23

(I) Intermediário

£18

(R) Resistente



Técnicas de Diluição – Os métodos de diluição em ca ldo e agar, tais como os recomendados pelo NCCLS, podem ser usados para determinar a CIM do cefaclor. Os resultados da CIM devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios:

CIM (mcg/mL)

Interpretação

£ 8

(S) Sensível

16

(I) Intermediário

³ 32

(R) Resistente



Como com os métodos padrões de difusão, os métodos de diluição requerem o uso de microrganismos controlados em laboratório. O cefaclor padrão em pó deve fornecer os seguintes valores de CIM:

Microorganismo

CIM (mcg/mL)

S.aureus ATCC 29213

1 – 4

E. coli ATCC 25922

1 – 4

E. faecalis ATCC 29212

> 32

H. Influenzae ATCC 49766*

1 – 4


*Teste de sensibilidade com método de diluição em caldo usando meio de cultura para Haemophilus (HTM).