Características farmacológicas hydrea

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Mecanismo de Ação
O mecanismo de ação exato pelo qual a hidroxiuréia produz seus efeitos antineoplásicos não é conhecido. Vários estudos em culturas de tecidos, ratos e humanos embasam a hipótese de que a hidroxiuréia provoca uma imediata inibição da síntese do ácido desoxirribonucléico (DNA) agindo como inibidor da ribonucleotídeo redutase, sem interferir na síntese do ácido ribonucléico ou da proteína. Potencialização da Radioterapia
Três mecanismos de ação foram postulados para o aumento da eficácia da radioterapia com hidroxiuréia no tratamento do carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço. Estudos in vitro utilizando células de hamster chinês sugerem que a hidroxiuréia (1) é letal para as células na fase-S normalmente radiorresistentes, e, (2) mantém outras células do ciclo celular na fase G1 ou fase de pré-síntese de ácido desoxirribonucléico (DNA) quando elas são mais suscetíveis aos efeitos da irradiação. O terceiro mecanismo de ação baseia-se, teoricamente, em estudos in vitro de células HeLa; ao que parece, a hidroxiuréia, pela inibição da síntese do ácido desoxirribonucléico (DNA), impede o processo normal de restabelecimento das células atingidas, porém, não destruídas pela irradiação, diminuindo, desse modo, seus índices de sobrevivência. As sínteses de ácido ribonucléico (RNA) e de proteína não apresentam alterações.
Farmacocinética
Absorção: hidroxiuréia é rapidamente absorvida após administração oral. Picos de níveis plasmáticos são alcançados em 1 a 4 horas após uma dose oral. Com doses aumentadas, são observados picos médios de concentrações plasmáticas e área sob a curva de concentração plasmática versus tempo desproporcionalmente maiores. Não há dados sobre o efeito dos alimentos na absorção da hidroxiuréia.
Distribuição: a hidroxiuréia distribui-se rápida e extensamente pelo organismo com um volume de distribuição estimado aproximando-se ao da água corporal total. As taxas plasmáticas em relação às do fluido ascítico variam de 2:1 até 7,5:1. Hidroxiuréia concentra-se nos leucócitos e eritrócitos. A hidroxiuréia atravessa a barreira hemato-encefálica.
Metabolismo: até 50% da dose oral sofre conversão através de vias metabólicas que não estão totalmente caracterizadas. Uma delas é provavelmente o metabolismo hepático saturável. Uma outra via menor pode ser a degradação a ácido acetohidroxâmico pela urease encontrada nas bactérias intestinais.
Excreção: a excreção da hidroxiuréia em humanos provavelmente é um processo linear renal de primeira ordem. Em pacientes com malignidades, a eliminação renal varia de 30 a 55% da dose administrada.
Populações especiais: nenhuma informação é disponível considerando diferenças farmacocinéticas devido à idade, sexo ou raça.
Insuficiência renal: Como a excreção renal é uma via de eliminação, deve-se considerar a redução da dose nesta população. Foi conduzido um estudo aberto, multicêntrico, não randomizado, de dose única em pacientes adultos com anemia falciforme para avaliar a influência da função renal sobre a farmacocinética da hidroxiuréia. Neste estudo, pacientes com a função renal normal (clearence da creatinina > 80 mL/min), com insuficiência renal leve (clearence da creatinina entre 50-80 mL/min) ou com insuficiência renal grave (clearence da creatinina <30mL/min), receberam hidroxiuréia em uma dose única de 15 mg/kg, atingida por combinações de cápsulas de 200mg, 300 mg ou 400 mg. Pacientes com doença renal no último estágio receberam 2 doses de 15 mg/kg, separadas por 7 dias; a primeira administrada 4 horas após a sessão de hemodiálise; a segunda antes da hemodiálise. Neste estudo, a média de exposição (AUC) em pacientes que apresentavam clearence de creatinina < 60 mL/min foi de aproximadamente 64% maior do que em pacientes com função renal normal. Os resultados sugerem que a dose inicial de hidroxiuréia deve ser reduzida quando utilizada para tratar pacientes com comprometimento renal (ver PRECAUÇÕES e POSOLOGIA)
Insuficiência hepática: Não há dados que sustentem uma recomendação específica para ajuste de dose em pacientes com disfunção hepática (ver POSOLOGIA).