As reações adversas mais comumente relatadas com a quetiapina são: sonolência, tontura, boca seca, astenia leve, constipação, taquicardia, hipotensão ortostática e dispepsia. Assim como com outros agentes antipsicóticos, ganho de peso, síncope, síndrome neuroléptica maligna, leucopenia, neutropenia e edema periférico, têm sido associados com a quetiapina.
A incidência das reações adversas associadas com a quetiapina estão na tabela abaixo:
FREQUÊNCIA |
SISTEMAS |
REAÇÕES ADVERSAS |
Muito comum (>10%) |
Alterações gastrointestinais |
Boca seca |
Alterações gerais |
Sintomas de descontinuação 1,10
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Investigações |
Elevações dos níveis de triglicérides séricos11; Elevações do colesterol total (predominantemente LDLcolesterol) 12; Ganho de peso3 |
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Alterações do sistema nervoso |
Tontura 1,5,17; Sonolência2,17 |
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Comum (>1% – < 10%) |
Alterações do sistema sanguíneo e linfático |
Leucopenia |
Alterações cardíacas |
Taquicardia 1,5 |
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Alterações visuais |
Visão borrada |
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Alterações gastrointestinais |
Constipação; Dispepsia |
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Alterações gerais |
Astenia leve; Edema periférico; Irritabilidade |
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Investigações |
Elevações das transaminases séricas (ALT, AST)4; Redução da contagem de neutrófilos7; Aumento da glicose no sangue para níveis hiperglicêmicos8; Elevações da prolactina sérica15 |
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Alterações do sistema nervoso |
Síncope 1,5,17; Sintomas extrapiramidais 1,16 |
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Alterações no metabolismo e nutricional |
Aumento do apetite |
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Alterações respiratórias, torácicas e do mediastino |
Rinite |
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Alterações vasculares |
Hipotensão ortostática 1,5,17 |
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Alterações psiquiátricas |
Sonhos anormais e pesadelos |
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Incomum (>0,1% – <1%) |
Alterações do sistema sanguíneo e linfático |
Eosinofilia |
Alterações gastrointestinais |
Disfagia9 |
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Alterações do sistema imune |
Hipersensibilidade |
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Investigações |
Elevação dos níveis de gama- GT4; Diminuição na contagem de plaquetas14 |
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Alterações do sistema nervoso |
Disartria Convulsão1 Síndrome das pernas inquietas |
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Rara (>0,01% – <0,1%) |
Alterações gerais |
Síndrome neuroléptica maligna1 |
Investigações |
Elevação dos níveis de creatino fosfoquinase no sangue13 |
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Alterações do sistema reprodutivo |
Priapismo; Galactorréia |
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Muito rara (<0,01%) |
Alterações do sistema imune |
Reações anafiláticas6 |
(1) Ver item Advertências.
(2) Sonolência pode ocorrer, geralmente durante as primeiras duas semanas de tratamento, a qual geralmente é resolvida com a administração continuada de quetiapina.
(3) Baseado no aumento de ≥ 7% do peso corporal a partir do basal. Ocorre predominantemente durante as primeiras semanas de tratamento em adultos.
(4) Elevações assintomáticas dos níveis das transaminases séricas (ALT – alanina aminotransferase, AST – aspartato aminotransferase) ou dos níveis de gama-GT foram observadas em alguns pacientes recebendo quetiapina. Geralmente, esses aumentos foram reversíveis no decorrer do tratamento com quetiapina.
(5) Assim como com outros antipsicóticos com atividade bloqueadora alfa1- adrenérgica, a quetiapina pode induzir hipotensão ortostática, associada à tontura, taquicardia e síncope em alguns pacientes, especialmente durante a fase inicial de titulação da dose.
(6) A inclusão da reação anafilática é baseada em relatos pós-comercialização.
(7) Em todos os estudos clínicos de monoterapia placebo-controlados entre pacientes com uma contagem de neutrófilos basal ≥ 1,5 X 109/L, a incidência de pelo menos uma ocorrência da contagem de neutrófilos < 1,5 X 109/L foi 1,72% em pacientes tratados com quetiapina comparada com 0,73% dos pacientes tratados com placebo. Em estudos clínicos conduzidos antes do aditamento ao protocolo para a descontinuação de pacientes com contagem de neutrófilos <1.0 x 109/L devido ao tratamento, entre pacientes com contagem de neutrófilos basal ≥ 1,5 X 109/L, a incidência de pelo menos uma ocorrência da contagem de neutrófilos < 0,5 X 109/L foi 0,21% em pacientes tratados com quetiapina e 0% em pacientes tratados com placebo e a incidência ≥ 0,5 a <1,0 X 109/L foi 0,75% em pacientes tratados com quetiapina e 0,11% em pacientes tratados com placebo.
(8) Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL ou glicemia sem jejum ≥ 200mg/dL em pelo menos uma ocasião.
(9) Um aumento na taxa de disfagia com quetiapina versus placebo foi apenas observado no estudo clínico de depressão bipolar.
(10) Em estudos clínicos de monoterapia placebo-controlados de fase aguda, os quais avaliaram os sintomas de descontinuação, a incidência agregada destes sintomas após a interrupção abrupta foi 12,1% para quetiapina e 6,7% para o placebo. A incidência agregada dos eventos adversos individuais (ex.: insônia, náusea, cefaléia, diarréia, vômito, tontura e irritabilidade) não excedeu 5,3% em nenhum grupo de tratamento e geralmente foi resolvida após 1 semana da descontinuação.
(11) Triglicérides ≥ 200 mg/dL (pacientes ≥ 18 anos de idade) em pelo menos uma ocasião.
(12) Colesterol ≥ 240 mg/dL (pacientes ≥ 18 anos de idade) em pelo menos uma ocasião.
(13) Baseado em relatórios de eventos adversos em estudos clínicos, o aumento de creatino fosfoquinase no sangue não está associado à síndrome neuroléptica maligna.
(14) Plaquetas ≤ 100 X 109/L em pelo menos uma ocasião.
(15) Níveis de prolactina (pacientes ≥ 18 anos de idade): > 20μg/L em homens; > 30μg/L em mulheres a qualquer momento.
(16) Ver texto abaixo.
(17) Pode levar a queda da própria altura.
Sintomas extrapiramidais
Os estudos clínicos seguintes incluem o tratamento com SEROQUEL e SEROQUEL XRO. Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo em esquizofrenia e mania bipolar, a incidência agregada de EPS foi similar ao placebo (esquizofrenia: 7,8% para quetiapina e 8% para o placebo; mania bipolar: 11,2% para quetiapina e 11,4% para o placebo). Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo em depressão bipolar, a incidência agregada de EPS foi 8,9% para quetiapina comparado com 3,8% para o placebo, embora a incidência dos eventos adversos individuais (ex.: acatisia, alterações extrapiramidais, tremor, discinesia, distonia, inquietação, contração muscular involuntária, hiperatividade psicomotora e rigidez muscular) foi geralmente baixa e não excedeu 4% em nenhum grupo de tratamento. Em estudos de longo prazo de esquizofrenia e transtornos afetivos bipolares, a incidência ajustada da exposição agregada de EPS emergente do foi similar entre quetiapina e placebo.
Níveis de hormônios tireoidianos
O tratamento com a quetiapina foi associado com pequenas diminuições relacionadas à dose dos níveis de hormônios da tireóide, particularmente T4 total e T4 livre. A redução no T4 total e livre foi máxima nas primeiras 2 a 4 semanas de tratamento com a quetiapina, sem redução adicional durante o tratamento de longo prazo. Em quase todos os casos, a interrupção do tratamento com a quetiapina esteve associada à reversão dos efeitos sobre T4 total e livre, independente da duração do tratamento. Pequenas diminuições no T3 total e T3 reverso foram observadas somente com altas doses. Os níveis de tireoglobulinas (TBG) foram inalterados e não foram observados aumentos no TSH, sem a indicação de que a quetiapina causa hipotireoidismo clinicamente relevante.