Características farmacológicas gino-teracin

GINO-TERACIN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de GINO-TERACIN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com GINO-TERACIN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



As vulvovaginites e colpites mais comuns são causadas por Trichomonas vaginalis e por Candida albicans. A candidíase genital ocorre com maior frequência após terapêutica antibiótica ou corticoterapia. Sua ocorrência tem sido relatada com crescente frequência em mulheres submetidas a tratamento oral com agentes específicos contra tricomonas e durante o uso de anticoncepcionais orais. Outros fatores que aumentam a suscetibilidade à candidíase vaginal são diabetes mellitus, perturbações endócrinas, distúrbios nutritivos e debilidade.
As tricomoníases raramente são infecções simples. E ncontram-se frequentemente associadas a infecções bacterianas mistas. Trichomonas e bactérias vivem em perfeita simbiose. Algumas pacientes, portadoras de tricomonas, apresentam exacerbação da sintomatologia depois que esta associação simbiótica se manifesta. A utilização do glicogênio das paredes vaginais pelos tricomonas e a consequente elevação do pH vaginal, estimulam a invasão bacteriana.
A anfotericina B é ativa contra numerosos blastomicetos (leveduras) humanos e animais. Não é eficaz contra bactérias, Rickettsia, vírus e dermatófitas. A ação da anfotericina B é fungistática ou fungicida, dependendo da concentração. De acordo com a literatura científica, não se relatou resistência primária à anfotericin B desde o seu isolamento, em 1956. Apesar do amplo uso da anfotericina B no tratamento de infecções fúngicas, não foram observadas cepas resistentes. In vitro, as cepas resistentes de Candida, com resistência cruzada a nistatina, foram cultivadas sob condições extremas. No entanto, não foram encontradas cepas resistentes na prática clínica até o momento, de acordo com a literatura científica. Não foi relatado também, o desenvolvimento de resistência de Candida, sob condições clínicas, em relação à anfotericina B.
A anfotericina B provavelmente se liga a esteroides da membrana celular do fungo, levando a uma alteração da permeabilidade celular e à perda de íons de potássio e de outras moléculas.
A ação principal da tetraciclina é eliminar as bactérias que favorecem a proliferação das tricomonas rompendo o ciclo simbiótico.
Ao que parece, a ação das substâncias ativas desse produto possuem um efeito localizado, uma vez que elas não são absorvidas, através da pele, em quantidade suficiente para ação sistêmica. O efeito inibitório da tetraciclina na formação da parede celular e na síntese de RNA é aumentado de forma sinérgica pela anfotericina B.

Farmacocinética e biodisponibilidade: dependendo da condição da mucosa, a tetraciclina e, improvavelmente, a anfotericina B podem ser absorvidas quando aplicadas na região genital.

Toxicologia
Tolerância tópica: após aplicação única de Gino-Teracin, demonstrou-se que a anfotericina B não foi detectada e, somente quantidades muito pequenas de tetraciclina foram detectadas na urina. Nenhuma dessas substâncias foram detectadas no sangue.
Carcinogenicidade: não estão disponíveis investigações sobre carcinogenicidade, uma vez que a duração recomendada do tratamento com anfotericina B e tetraciclina é de apenas 10 (dez) dias. Portanto, comoGino- Teracin® não é destinado para uso por longo prazo, os estudos de carcinogenicidade não são necessários. Mutagenicidade: de acordo com a literatura científica, estudos in vitro realizados em células de camundongos com carcinoma, em leucócitos humanos, embrioblastos humanos, bactérias intestinais e, in vivo, em hamsters, demonstraram o efeito mutagênico da tetraciclina. Não há informações disponíveis sobre a mutagenicidade da anfotericina B. Este dado não é necessário, visto ue,q primeiramente, a anfotericina B não é absorvida após administração vaginal e também por que Gino-Teracin® creme vaginal não está direcionado para tratamentos em longo prazo. Apesar do vasto uso de anfotericina B e tetraciclina, não foi demonstrada relevância clínica nestes estudos de mutagenicidade.
Toxicidade na reprodução: não se tem experiência suficiente sobre o uso de tetraciclinas durante a gravidez. A tetraciclina pode se ligar aos íons cálcio dos ossos e dentes, durante a fase de mineralização dos mesmos. Isto leva a danos nos dentes e diminui o crescimento ósseo. Estudos em animais mostraram indicações de efeitos embriotóxicos/teratogênicos. A tetraciclina é excretada no leite materno. O tratamento de mães durante a lactação pode causar danos graves às crianças (possibilidade de depósitos nos dentes, descoloração dental e distúrbios na flora intestinal), podendo ocorrer também aumento da pressão intracraniana. Estudos de toxicidade reprodutiva com a anfotericina B em ratos, camundongos e coelhos não demonstraram indicações de teratogenicidade.
Visto que não pode ser detectada a absorção de anfotericina B após aplicação vaginal, a ocorrência de toxicidade sistêmica com esta substância é improvável.