Características farmacológicas glifage xr

GLIFAGE XR com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de GLIFAGE XR têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com GLIFAGE XR devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Grupo farmacoterapêutico: antidiabético

Mecanismo de ação: a metformina (dimetilbiguanida) é um agente antidiabético de uso oral, derivado da guanidina. Ao contrário das sulfamidas, a metformina não estimula a secreção de insulina, não tendo, por isso, ação hipoglicemiante em pessoas não diabéticas. Em diabéticos, a metformina reduz a hiperglicemia, sem o risco de causar acidentes hipoglicêmicos, exceto em caso de jejum ou de associação com insulina ou sulfonilureias.

A metformina reduz a hiperglicemia através de:
– aumento da sensibilidade periférica à insulina e da utilização celular da glicose;
– inibição da gliconeogênese hepática;
– retardo na absorção intestinal da glicose.
A ação periférica da metformina sobre a resistência à insulina está associada com possível ação pós-receptora, independente da melhora na ligação da insulina com os receptores insulínicos. Além de sua ação antidiabética, a metformina tem, no homem, efeito protetor sobre os fatores de risco de angiopatia, diretamente ou através de sua ação sobre a resistência à insulina.

Isso foi evidenciado em estudos controlados de média ou longa duração, com doses terapêuticas:
– Sobre o metabolismo lipoprotéico: a metformina reduz o colesterol e os triglicerídios, assim como as frações de lipoproteínas VLDL e LDL e a apolipoproteína B; aumenta a fração HDL e a apolipoproteína A. Melhora, portanto, a relação HDL/colesterol total.
– Sobre a fibrinólise: melhora a hipofibrinólise associada com a resistência à insulina na obesidade e no diabetes.
– Sobre a agregação plaquetária e a sensibilidade ao ADP e ao colágeno.
De acordo com o United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS), estudo multicêntrico, randomizado, que acompanhou per cerca de 10 anos, mais de 7000 pacientes submetidos a diversos tratamentos para controle do diabetes de Tipo 2, a metformina reduziu, de maneira significativa, as complicações e mortalidade associadas com a doença.

Farmacocinética
A absorção da metformina, administrada por via oral, é governada, provavelmente, por um mecanismo saturável. A biodisponibilidade dos comprimidos é da ordem de 50-60%. Após uma dose oral única de Glifage® XR, Cmax é alcançada em uma média de 4 a 8 horas. Picos plasmáticos são aproximadamente 20% menores comparados a mesma dose de Glifage®. No entanto, a extensão de absorção (medido pela ASC) é similar ao Glifage®. A extensão de absorção da metformina de Glifage® XR na dose única diária de 2g é similar a dose total diária de Glifage® 1g administrada duas vezes ao dia. Após administração repetida de Glifage® XR, a metformina não acumulou no plasma. A metformina não é metabolizada, circulando em forma livre. A fração ligada às proteínas plasmáticas pode ser considerada como insignificante. A meia-vida plasmática da metformina é de cerca de 2 horas, para a fase principal de eliminação, compreendendo 90% da dose absorvida. Os 10% restantes são eliminados mais lentamente, com meia-vida terminal de 9 a 12 horas, refletindo compartimento tecidual. Nos pacientes submetidos a tratamento prolongado com 2 ou 3 comprimidos ao dia, o nível sangüíneo de metformina pela manhã, em jejum, é de cerca de 1 μg/ml (± 0,5). A metformina é excretada por via urinária inalterada e de forma muito rápida. Seu clearance, em uma pessoa sadia, é, em média, de 400 ml/min (4 a 5 vezes maior que o da creatinina), o que indica filtração glomerular seguida por secreção tubular. Em caso de insuficiência renal, a meia- vida da metformina é aumentada, expondo a risco de acumulação.