Características farmacológicas gopten

GOPTEN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de GOPTEN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com GOPTEN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Propriedades farmacodinâmicas
GOPTEN® (trandolapril) cápsulas contém a pró-droga, trandolapril, um inibidor da ECA não-peptídeo com um grupo carboxila, porém sem um grupo sulfidrila. Trandolapril é rapidamente absorvido e não especificamente hidrolisado e seu metabólito de longa duração mais potente é o trandolaprilato.
O trandolaprilato liga-se fortemente e de uma maneira saturável à enzima conversora de angiotensina (ECA). A ECA é uma peptidil-dipeptidase que catalisa a transformação da angiotensina I (A I) na substância vasoconstritora angiotensina II (A II), e a degradação da bradicinina em fragmentos inativos.
A administração do trandolapril causa diminuição na concentração da angiotensina II, aldosterona e fator atrial natriurético e aumenta no plasma a atividade da renina e concentração da angiotensina I. Trandolapril, então, modula o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que é uma peça fundamental na regulação do volume sanguíneo e pressão sanguínea e conseqüentemente tem um efeito benéfico anti-hipertensivo.
A diminuição da resistência vascular periférica induzida pelo trandolapril não é acompanhada de retenção de sódio ou água, nem de taquicardia. Em pacientes hipertensos, a administração do trandolapril causa uma redução da pressão sanguínea diastólica e sistólica. O trandolapril possui uma atividade anti-hipertensiva que é independente dos níveis de renina plasmática.
Outros mecanismos de ação que podem estar relacionados à atividade vasodilatadora dos inibidores da ECA incluem a inibição da degradação da bradicinina, liberação de prostaglandina e diminuição na atividade do sistema nervoso simpático.
A administração de doses terapêuticas usuais de trandolapril a pacientes hipertensos produz uma redução acentuada em ambas pressões sanguíneas em posição supino e ereto. O efeito anti-hipertensivo é evidente após uma hora, com um pico de efeito entre 8 e 12 horas, persistindo por pelo menos 24 horas.
As propriedades do trandolapril podem explicar os resultados obtidos na regressão da hipertrofia cardíaca com aumento da função diastólica e aumento da normalização da pressão arterial em humanos. Adicionalmente, uma diminuição na hipertrofia vascular foi demonstrada em animais.

Propriedades farmacocinéticas
Após administração oral, o trandolapril é muito rapidamente absorvido. O pico da concentração plasmática do trandolapril é atingido aproximadamente 1 hora após a administração. A biodisponibilidade absoluta do trandolapril é de aproximadamente 10%. O trandolapril hidrolisa- se em trandolaprilato, o metabólito diácido ativo. O pico médio da concentração de trandolaprilato é alcançado em 3 a 8 horas.
A biodisponibilidade absoluta do trandolaprilato após uma dose de trandolapril é de aproximadamente 13%. Alimento não afeta o Cmáxou AUC do trandolaprilato.
A ligação a proteínas plasmáticas de trandolapril é de aproximadamente 80%, e é independente da concentração. O volume de distribuição do trandolapril é de aproximadamente 18L. A ligação do trandolaprilato é dependente da concentração, variando de 65% a 1000 ng/ml a 94% a 0,1 ng/mL, indicando saturação da ligação com o aumento da concentração.
Em voluntários saudáveis, trandolapril desaparece rapidamente do plasma com uma meia-vida média de menos de uma hora.
Após múltiplas administrações, trandolaprilato alcança um estado de equilíbrio em média de 4 dias, tanto em voluntários saudáveis quanto em hipertensos jovens ou idosos. No estado de equilíbrio, a meia-vida efetiva de acumulação do trandolaprilato é de 15 a 23 horas envolvendo uma pequena fração da droga administrada, provavelmente representando a ligação no plasma e no tecido da ECA.
Após administração oral do produto marcado radioativamente em homens, 33% da radioatividade foi encontrada na urina e 66% nas fezes. Aproximadamente 9-14% da dose de trandolapril administrada é excretada como trandolaprilato na urina. Uma quantidade negligenciável de trandolapril é excretada inalterada na urina (<0,5%). O clearance total do trandolapril e trandolaprilato no plasma, após dose de 2 mg IV, é de aproximadamente 52 litros por hora e 7 litros por hora, respectivamente.
O clearance renal do trandolaprilato varia de 0,5-4 litros por hora, dependendo da dose.

Farmacocinética em populações especiais de pacientes:
Crianças: a farmacocinética do trandolapril não foi avaliada em pacientes com menos de 18 anos.

Pacientes idosos: A farmacocinética do trandolapril foi investigada em pacientes idosos (mais de 65 anos) e em ambos os sexos. A concentração no plasma do trandolapril é aumentada em pacientes idosos hipertensos, mas a concentração no plasma do trandolaprilato e a atividade de inibição da ECA são similares em pacientes hipertensos idosos e jovens. A farmacocinética do trandolapril e do trandolaprilato e a inibição da atividade da ECA são similares em pacientes homens, mulheres e idosos hipertensos.
Raça: as diferenças farmacocinéticas não foram avaliadas em diferentes raças.

Insuficiência renal: comparando-se com voluntários normais, as concentrações no plasma de trandolapril e trandolaprilato são aproximadamente duas vezes maiores e o clearance renal é reduzido em aproximadamente 85% dos pacientes com o clearance da creatinina menor que 30 mL/min e em pacientes com hemodiálise. Ajuste da dosagem é recomendada em pacientes com insuficiência renal.

Insuficiência hepática: após administração oral em pacientes com cirrose alcoólica leve a moderada, a concentração do trandolapril e trandolaprilato é, respectivamente, nove vezes e duas vezes maior do que em pacientes normais, porém a inibição da atividade da ECA não foi afetada. Doses menores devem ser consideradas em pacientes com insuficiência hepática.