Características farmacológicas claritromicina

CLARITROMICINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de CLARITROMICINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com CLARITROMICINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Características
A claritromicina é antibiótico do grupo dos macrolídios, obtidos pela substituição do grupo hidroxila na posição 6 pelo grupo CH3O no anel lactônico da eritromicina. A claritromicina é a 6-O-metil-eritromicina.
A claritromicina apresenta forma de agulhas incolores de clorofórmio e éter diisopropil (1:2). Estável em pH ácido. Uma suspensão a 0,2% em álcool metílico (5%) tem pH de 7,5 a 10,0. A claritromicina é um antibacteriano sistêmico, penetra melhor nas membranas externas das bactérias Gram-positivas do que a eritromicina. É de natureza mais básica do que a eritromicina e isso aumenta a atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram–negativas. Calcula-se que penetra na membrana da célula bacteriana e une-se de forma reversível à subunidade 50S dos ribossomos bacterianos ou perto de ”P” ou local doador, de forma a bloquear a união do RNAt (RNA de transferência) ao local doador. Evita-se o transporte de peptídeos de “A” ou local aceitador para “P” ou local doador, consequentemente inibindo a síntese de proteínas. Sua potência equivale a duas a quatro vezes à da eritromicina. Mostra-se ativa contra uma grande variedade de organismo Gram–positivos e Gram-negativos aeróbios e anaeróbios: Streptococus agalactiae, Streptococcus pyogenes. Streptococcus viridans, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, Haemophilus parainfluenzae, Neisseria gonorrhoeae, Listeria monocytogenes, Legionella pneumophila, Pasteurella multocida, Mycoplasma pneumoniae, Helicobacter pylori. Campybobacter jejunil, Chlamydia trachomatis, Chamydia pneumoniae (TWAR), Branhamella catarrhalis, Bordetella pertussis, Borrelia burgdorferi, Treponema pallidum, Staphylococus aureus, Propionibacterium acnes, Clostridium perfringens Peptococus niger, Bacteroides melaninogenicus, N. meningitidis e espécies de Bacillus, Campylobacter, Chamydia, Mycoplasma, Helicobacter e Legionella. Age sobre Toxoplasma sp. quando administrada isoladamente ou associada com pirimetamina. Ela inibe os micro-organismos Mycobacterium avium, M. chelonae e M. fortuitum e é eficaz contra Streptococus pneumoniae. Sua eficácia contra M. avium, que está frequentemente presente em paciente com AIDS, é maior que as da rifapentina e azitromicina. A claritromicina mostrou ser 2 a 10 vezes mais efetiva do que a eritromicina em vários modelos experimentais de infecção em animais, tais como nos abscessos subcutâneos e intraperitoneais e nas infecções do trato respiratório em camundongos Esses modelos envolviam as seguintes bactérias: S. pneumoniae, S. aures, Spygenes e H. influenze. Em cobaias com infecção por Legionella uma dose intraperitoneal de 1.6 mg/Kg dia de claritromicina foi mais efetiva do que 50mg/Kg/dia de eritromicina A claritromicina é rapidamente absorvida após a administração por via oral. A ingestão de alimentos, pouco antes da tomada da claritromicina, por via oral, pode atrasar ligeiramente o início da absorção dessa medicação, no entanto, não prejudica a sua biodisponibilidade nem suas concentrações no organismo. Estudos in vitro mostram que a claritromicina se liga às proteínas em plasma humano, em média 70% na concentração de 0,45 mcg/ml. Em adultos normais em jejum, o pico da concentração sérica foi atingido em 2 h. Com a administração oral de uma dose de 250 mg de claritromicina da droga microbiologicamente ativa foram alcançadas em 2 a 3 dias e foram aproximadamente de 1 mcg/ml. O pico da concentração sérica foi de 2 a 3 mcg/ml com doses de 500 mg administradas a cada 12 h . Ensaios microbiológicos indicam a presença de um metabólitos ativo (14 hidroxiclaritromicina) Estudos de distribuição tecidual demonstram que os níveis de claritromicina em todos os tecidos, exceto no sistema nervoso central, foram muitas vezes maiores do que os níveis séricos da medicação. As mais altas concentrações teciduais da claritromicina foram usualmente encontradas no fígado e no pulmão, onde a relação tecido/plasma (T/P) alcança valores iguais a 10-20. A claritromicina administrativa em doses de 250 mg a cada 12 horas tem meia vida de 3-4 horas, e seu metabólito 14-OH de 5-6 horas. Quando a administração é em doses de 500 mg a cada 12 horas, a meia-vida da claritromicina é de 4,5-4,8 horas e a do seu metabólitos 14-OH é de 6,9-8,7 horas. A concentração de 14- hidroxiclaritromicina não aumenta proporcionalmente com a dose de claritromicina e aparentemente a meia vida das duas drogas tendem a ser mais longas com doses maiores. Esse comportamento farmacocinético não linear da claritromicina, associado com todo decréscimo na formação dos produtos 14 hidroxilados e N-dimetilados, com doses maiores, indicam que o metabolismo da claritromicina aproxima-se da saturação com altas doses. A claritromicina é metabolizada principalmente pelo fígado. Aproximadamente 20 % da dose de 250 mg de claritromicina administrada oralmente a cada 12 horas é excretada na urina de forma não modificada. Após uma dose de 500 mg, a cada 12horas a excreção da droga não modificada é de aproximadamente 30%. A depuração renal claritromicina é, entretanto, relativamente independente do tamanho da dose e aproxima-se do índice de filtração glomerular normal. O maior metabólito encontrado na urina é a 14 hidroxiclaritromicina, a qual responde por um acréscimo de 10% a 15%, tanto para dose de 250 mg ou 500 mg, administradas a cada 12 horas. Por razões éticas, não foram realizados estudos específicos de farmacocinética em crianças Os dados de Fase I são derivados de estudos em adultos, com comprimidos e suspensão, incluindo estudos de bioequivalência.