Bula para paciente clomipramina

CLOMIPRAMINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de CLOMIPRAMINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com CLOMIPRAMINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Ação do medicamento: cloridrato de clomipramina atua na síndrome depressiva como um todo, incluindo-se especialmente aspectos típicos, tais como retardamento psicomotor, humor deprimido e ansiedade. A resposta clínica inicia-se normalmente após 2-3 semanas do tratamento.
Indicações do medicamento: estados depressivos de etiologia e sintomatologia variáveis:
– Depressão endógena, reativa, neurótica, orgânica, mascarada e suas formas involucionais.
– Depressão associada à esquizofrenia e transtornos da personalidade.
– Síndromes depressivas causadas por pré-senilidade ou senilidade, por condições dolorosas crônicas, por doenças somáticas crônicas.
– Distúrbios depressivos do humor de natureza psicopática, neurótica ou reativa.
– Síndrome obsessivo-conpulsivas. Condições dolorosas crônicas.
– Fobias.
– Crises de pânico, cataplexia associada a narcolepsia, ejaculação precoce e enurese noturna (apenas em pacientes acima de 5 anos de idade e desde que as causas orgânicas tenham sido excluídas).
Riscos do medicamento: no caso de amamentação, o uso de cloridrato de clomipramina deverá ser suspenso, uma vez que o medicamento passa para o leite materno.
Não deve ser utilizado durante a gravidez e a amamentação, exceto sob orientação médica. Informe ao seu médico ou cirurgião- dentista se ocorrer gravidez ou iniciar amamentação durante o uso deste medicamento. O cloridrato de clomipramina é contraindicado na fase aguda do infarto do miocárdio e a pacientes com hipersensibilidade ao cloridrato de clomipramina ou a qualquer componente da formulação. O médico deve ser informado se o paciente for portador de doença cardíaca, do fígado, dos rins e/ou das vias urinárias, de hipertireoidismo, glaucoma, epilepsia ou de algum tipo de tumor. Durante o tratamento a longo prazo, devem ser feitos exames odontológicos para observação de cáries. Devem ser feitos exames periódicos de sangue.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Este medicamento é contraindicado para menores de 5 anos de idade. Informe ao médico ou cirurgião-dentista o aparecimento de reações indesejáveis.
Durante o tratamento com cloridrato de clomipramina deve ser evitada a ingestão de inibidores da MAO, guanetidina, betanidina, reserpina, clonidina, alfametildopa, adrenalina, noradrenalina, isoprenalina, efedrina, fenilefrina (ex.: anestésicos locais), álcool, barbitúricos, benzodiazepínicos, anestésicos gerais, agentes anticolinérgicos (ex.: fenitoína, agentes antiparkinsonianos, atropina, biperideno), quinidina, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, indutores de enzimas hepáticas (barbitúricos, carbamazepina, fenitoína, nicotina e contraceptivos orais), neurolépticos, anticoagulantes, cimetidina, metilfenidato, estrógenos. A biodisponibilidade da clomipramina não é significativamente afetada pela ingestão de alimentos.
Informe seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
NÃO USE MEDICAMENTO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA A SUA SAÚDE.
Modo de uso: a posologia e o modo de administração devem ser determinados individualmente e adaptados de acordo com a condição clínica de cada paciente. Em princípio, deverá ser utilizada a menor dose eficaz, devendo a dose ser aumentada com cautela, particularmente quando o paciente for idoso ou adolescente. Esses pacientes, em geral, apresentam uma reposta mais acentuada ao cloridrato de clomipramina em relação com os pacientes de idade intermediária. Os comprimidos revestidos (10 e 25 mg) devem ser ingeridos de preferência à noite.
Depressão, síndrome obsessivo-compulsiva e fobias: via oral: iniciar o tratamento com 1 comprimido revestido de 25 mg, 2 a 3 vezes ao dia (preferivelmente à noite). Aumentar a posologia diária gradualmente, por exemplo, 25 mg nos primeiros dias (dependendo de como o medicamento for tolerado) para 4-6 comprimidos revestidos de 25 mg, durante a primeira semana de tratamento. Em casos graves, a posologia poderá ser aumentada até um máximo de 250 mg por dia. Uma vez constatada melhora nítida, ajustar a posologia diária para um nível de manutenção entre 2 a 4 comprimidos revestidos de 25 mg.
Ataques de pânico, agorafobia: iniciar com 1 comprimido revestido de 10 mg ao dia, possivelmente em combinação com um benzodiazepínico. Dependendo de como o medicamento for tolerado, a posologia poderá ser aumentada até que a resposta desejada seja obtida, enquanto se descontinua gradualmente o benzodiazepínico. A posologia diária requerida tem grande variação de paciente para paciente e situa-se entre 25 e 100 mg (1 a 4 comprimidos revestidos de 25 mg ou, a partir de 50 mg). Se necessário, a posologia poderá ser aumentada para 150 mg. Recomenda-se não descontinuar o tratamento antes de decorridos 6 meses e, durante esse período, a dose de manutenção deverá ser lentamente reduzida.
Cataplexia acompanhando narcolepsia: cloridrato de clomipramina deverá ser administrado por via oral na dose diária de 25 a 75 mg.
Condições dolorosas crônicas: a posologia deverá ser ajustada individualmente (10-150 mg ao dia), considerando-se que o paciente pode estar recebendo terapia com analgésicos concomitantemente (e a possibilidade de redução da utilização de analgésicos).
Pacientes idosos: iniciar o tratamento com 1 comprimido revestido de 10 mg ao dia. Aumentar gradualmente a posologia até uma dose ideal de 30-50 mg diários, o que deverá ser alcançado após cerca de 10 dias e, então, mantido até o final do tratamento.
Enurese noturna: a dose diária inicial, para crianças com idade entre 5-8 anos é de 2-3 comprimidos revestidos de 10 mg; para crianças entre 9-12 anos, a posologia é de 1-2 comprimidos revestidos de 25 mg; para crianças de mais idade, 1-3 comprimidos revestidos de 25 mg. As doses mais elevadas deverão ser aplicadas aos casos que não respondam adequadamente ao medicamento dentro de uma semana de tratamento. Os comprimidos revestidos normalmente deverão ser administrados em dose única após o jantar; entretanto, no caso de crianças que urinam na cama no início da noite, parte da dose deverá ser antecipada para cerca de 4 horas da tarde. Assim que a resposta desejada tenha sido atingida, o tratamento deverá continuar (por 1-3 meses), com a redução gradual da dose de manutenção. Não existem dados clínicos disponíveis para crianças abaixo de 5 anos de idade.
Ejaculação precoce: a posologia deve ser ajustada individualmente, sendo recomendado iniciar com 1 comprimido revestido de 25 mg. Se necessário, aumentar a dose para 50 mg após 2 semanas. A dose ideal de manutenção situa-se entre 25-50 mg/dia, podendo ser administrada em uma tomada à noite ou 2 vezes ao dia.
Siga orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.
Este medicamento não pode ser partido ou mastigado.
Reações adversas: durante o tratamento com cloridrato de clomipramina, poderão ocorrer reações desagradáveis como secura de boca, transpiração, constipação, distúrbios visuais, problemas urinários, sonolência, cansaço, aumento de apetite, tonturas, tremores, dores de cabeça, náuseas, ganho de peso, distúrbios de libido e da potência sexual. Ocasionalmente poderá ocorrer vermelhidão da pele, confusão mental, agitação, ansiedade, fraqueza muscular, pressão baixa, aumento do número de batimentos cardíacos, vômitos, diarreia, reações alérgicas na pele, aumento das mamas e zumbido.
Conduta na superdosagem: os sinais e sintomas de superdosagem com cloridrato de clomipramina são similares aos relatados com outros antidepressivos tricíclicos. Anormalidades cardíacas e distúrbios neurológicos são as principais complicações. A ingestão acidental de qualquer quantidade por crianças deve ser tratada como séria e potencialmente fatal.
Sinais e sintomas: os sintomas geralmente aparecem dentro de 4 horas após a ingestão e atingem a severidade máxima em 24 horas. Em virtude da absorção retardada (efeito anticolinérgico), meia-vida longa e ciclo entero-hepático do fármaco, o paciente estará em risco por até 4-6 dias. Os seguintes sinais e sintomas poderão ser observados:
Sistema cardiovascular: hipotensão, taquicardia, arritmia, distúrbios da condução, choque, insuficiência cardíaca e, em casos muito raros, parada cardíaca.
Sistema nervoso central: sonolência, estupor, coma, ataxia, inquietação, agitação, reflexos alterados, rigidez muscular, movimentos coreoatetoides, convulsões. Além disso, pode ocorrer depressão respiratória, cianose, vômitos, febre, midríase, sudorese e oligúria ou anúria. Tratamento
Não existe antídoto específico e o tratamento é essencialmente sintomático e de suporte. Qualquer suspeito de superdosagem com cloridrato de clomipramina, especialmente crianças, deve ser hospitalizado e mantido sob rigorosa supervisão por ao menos 72 horas. Se o paciente estiver consciente, executar lavagem gástrica ou induzir o vômito o mais rápido possível. Se o paciente não estiver consciente, proteger as vias aéreas com a colocação de um tubo endotraqueal, antes de iniciar-se a lavagem, e não induzir vômito. Essas medidas são mais recomendadas para até 12 horas, ou mais, após a superdosagem, já que os efeitos anticolinérigicos do fármaco podem retardar o esvaziamento gástrico. A administração de carvão ativado pode ajudar a reduzir a absorção do fármaco. O tratamento dos sintomas é baseado em métodos modernos de terapia intensiva com contínua monitorização da função cardíaca, gasimetria, eletrólitos e, se necessário, medidas emergenciais tais como terapia anticonvulsiva, respiração artificial e ressurreição. Como tem sido relatado que a fisostigmina pode causar bradicardia grave, assistolia e convulsões, seu uso não é recomendado em casos de superdosagem com cloridrato de clomipramina. Hemodiálise ou diálise peritoneal não são efetivas, em função da baixa concentração plasmática da clomipramina.
Cuidados de conservação e uso: manter à temperatura ambiente (15 ̊C a 30 ̊C). Proteger da luz e manter em lugar seco.

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.