Informações enfluran

ENFLURAN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de ENFLURAN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com ENFLURAN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



O Enflurano é um anestésico geral que proporciona indução e recuperações rápidas e suaves; determina em estímulo mínimo ou nulo das secreções salivares e bronquiais. Os reflexos faringeanos e laríngeos são prontamente abolidos, permitindo fácil intubação traqueal. Da mesma forma que ocorre com outros agentes inalatórios, o volume respiratório diminui à medida que se aprofunda a anestesia. Não obstante, ao contrário de outros anestésicos congêneres, favorece a reação do suspiro e permite manter frequência respiratória constante ou discretamente diminuída. Durante a indução ocorre ligeiro declínio da pressão sanguínea, a qual retorna aos valores aproximados da normalidade, sob o estímulo cirúrgico. O aprofundamento da anestesia produz diminuição correspondente das cifras tensionais. A frequência cardíaca mantém-se constante, sem evidência significativa da bradicardia. O controle eletrocardiográfico demonstra que o ritmo cardíaco permanece estável e que não é afetado pela elevação de tensão de CO2 arterial. Estudos em seres humanos mostraram que a injeção de adrenalina (epinefrina) pode ser administrada com segurança em concentração máxima de 1:100.000, em quantidade de 10 ml em cada 10 minutos e não mais de 30 ml por hora. O enflurano não modifica a coagulação do sangue nem altera o hemograma. Não ocorrem variações no volume sanguíneo e não há efeito significativo sobre a bioquímica do sangue. O relaxamento muscular proporcionado pelo enflurano, é considerado excelente e adequado a prática de muitos tipos de cirurgia, incluindo cirurgias intra-abdominais, mas em caso de necessidade de maior grau de relaxamento, pode-se administrar pequenas doses adicionais de miorrelaxantes. Todos os relaxantes musculares comumente empregados são compatíveis ao enflurano. Todavia, os do tipo não despolarizante são acentuadamente potencializados por enflurano e por essa razão, suas doses habituais devem ser reduzidos à metade. A neostigmina não inverte o efeito miorrelaxante produzido pelo enflurano. Demonstrou-se que o enflurano é metabolizado pelo organismo humano, em grau muito menor do que outros agentes halogenados e a dosagem dos fluoretos urinários indica que sua degradação metabólica é da ordem de apenas 10 a 25% da sofrida pelos citados agentes. Tal fato tem sido atribuído à grande estabilidade química da molécula do enflurano e ao seu coeficiente de distribuição sangue/gás, relativamente baixo na ordem de 1,91 a 37 graus Celsius. No uso em obstetrícia, com concentrações entre 0,25 a 1,0%, as perdas sanguíneas são comparáveis aos outros anestésicos. Essas concentrações dão aos recém-nascidos índices de Apgar normais. Os testes neuro-comportamentais feitos nas primeiras 24 horas de vida do recém-nascido não mostraram alterações. As doses de enflurano até 1% não deprimem as forças uterinas durante o trabalho de parto e nem durante a expulsão fetal; doses de 1 a 2% diminuem essas forças e doses de 2 a 3% podem até aboli-las. O enflurano desloca a curva de resposta do miométrio aos ocitócicos; assim sendo, doses entre 1,5 a 3% de enflurano podem diminuir ou até abolir a resposta. Assim sendo, a perda sanguínea poderá ser maior que a habitual. Esses fatos não ocorrem dentro das doses recomendadas de 0,25% a 1%.