Superdosagem excedrin

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A acetilcisteína é o antídoto para superdosagem de paracetamol. O paracetamol é rapidamente absorvido no trato gastrintestinal superior. Os picos plasmáticos ocorrem entre 30 e 60 minutos após doses terapêuticas, normalmente dentro de 4 horas após superdosagem. A substância original – não tóxica – é metabolizada extensamente no fígado, formando principalmente os conjugados de sulfato e glicuronida, que também não são tóxicos e são excretados rapidamente na urina. Uma pequena fração da dose ingerida é metabolizada no fígado pela função mista oxidase do citocromo P-450 para formar um metabólito intermediário reativo potencialmente tóxico, que se conjuga de preferência com a glutationa hepática e forma derivados não-tóxicos de cisteína e ácido mercaptúrico, excretados pelos rins. Doses terapêuticas de paracetamol não saturam o sistema de conjugação glicuronida/sulfato e não resultam na formação de metabólito reativo suficiente para depletar as reservas de glutationa.
Entretanto, após a ingestão de altas doses (150 mg/kg ou mais), as vias de conjugação glicuronida/sulfato ficam saturadas resultando em grande fração de droga sendo metabolizada através da via do citocromo P-450. O aumento da formação de metabólitos reativos pode depletar as reservas hepáticas de glutationa, com subseqüente ligação dos metabólitos a moléculas protéicas dentro dos hepatócitos, resultando em necrose celular.
A acetilcisteína demonstrou reduzir a extensão do dano ao fígado após superdosagem por paracetamol. Os sintomas iniciais de superdosagem potencialmente hepatotóxica podem incluir: náuseas, vômitos, diaforese e mal-estar geral. Evidências clínicas e laboratoriais de toxicidade hepática podem não ser aparentes até 48 a 72 horas após ingestão. Em adultos e adolescentes, independentemente da quantidade de paracetamol ingerida, deve-se administrar acetilcisteína imediatamente.
A terapia com a acetilcisteína deve ser iniciada e continuada por um ciclo completo de tratamento. Sua eficácia depende de quão precoce for a sua administração, com resultados benéficos principalmente em pacientes tratados até 16 horas após a superdosagem. Se a dosagem plasmática de paracetamol não for acessível e se a dose estimada de paracetamol ingerida exceder a 150 mg/kg, a terapia com a acetilcisteína deve ser iniciada e continuada por um ciclo completo de tratamento.
Não esperar pelos resultados das análises dos níveis de paracetamol para iniciar o tratamento com a acetilcisteína. Os seguintes procedimentos adicionais são recomendados: o estômago deve ser esvaziado imediatamente por lavagem ou indução de vômito com xarope de ipeca. O exame sorológico de paracetamol deve ser obtido o mais rápido possível, mas não antes das 4 horas seguintes da ingestão. Devem-se obter relatos sobre a função hepática no início e em intervalos repetidos de 24 horas.