Resultados de eficácia femme

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Em estudo de meta-análise avaliando o uso de ácido fólico durante a gestação sobre a prevenção de defeitos abertos do tubo neural, constatou-se redução de 69% no risco de recorrência de tais defeitos, em pacientes que utilizaram suplementação de ácido fólico em doses variáveis, incluindo estudos com doses de até 5 mg/dia. (GROSSE SD; 2007)
Em meta-análise realizada em 2007, buscou-se associação de fendas orais e suplementação com ácido fólico em diversas dosagens durante a gravidez. Em 5 estudos prospectivos analisados, o risco relativo para fendas labial e palatina foi de 0,51 (IC95% 0,32-0,95), para fenda palatina isolada o RR foi de 1,19 (IC95% 0,43-3,28) e para todas as combinações de fendas orais o RR foi de 0,55 (IC95% 0,32-0,95) nas gestantes que suplementaram ácido fólico. Em 12 estudos caso-controle analisados, o risco relativo para fendas labial e palatina foi de 0,77 (IC95% 0,65-0,90), para fenda palatina isolada o RR foi de 0,80 (IC95% 0,69-0,93) e para todas as combinações de fendas orais o RR foi de 0,78 (IC95% 0,71-0,85). Os achados dessa meta-análise confirmaram a hipótese de que o ácido fólico é eficaz na prevenção de fendas orais durante a gravidez. (BADOVINAC RL, 2007)
Estudo populacional evidenciou benefício da suplementação de ácido fólico em 148 gestantes que faziam uso de drogas anti-epilépticas em relação a ocorrências de malformações em geral (razão de chances de 1,47; IC95% 1,13-1,90 para os casos que não suplementaram ácido fólico) (KJAER D; 2008). Outro estudo mostrou que 85 mulheres com epilepsia que passaram por aconselhamento pré-concepcional e receberam 5 mg diários de ácido fólico no início da gestação, apresentaram uma redução no risco de malformações fetais, com nenhuma ocorrência nos casos estudados, em comparação com taxa de 18% em 59 casos de mulheres que não fizeram uso da suplementação de folato (BETTS T; 1999).
Estudo comparativo foi realizado, avaliando a eficácia da suplementação de baixas e altas doses de ácido fólico, com e sem suplementação de vitamina B12, em reduzir as concentrações plasmáticas de homocisteína em pacientes dialíticos. Avaliaram-se 36 pacientes divididos em 4 grupos: grupo I (ácido fólico 5 mg/d), grupo II (ácido fólico 5 mg/d + vitamina B12 1 mg/d), grupo III (ácido fólico 15 mg/d), grupo IV (ácido fólico 15 mg/d+ vitamina B12 1 mg/d). De todos os pacientes estudados, 72,2% apresentavam hiperhomocisteinemia. Após a suplementação, houve decréscimo dos níveis de homocisteína plasmática total nos grupos II, II e IV de 6,99%, 14,54% e 30,09%, respectivamente, sendo significativa apenas no grupo IV (P = 0,014). Não houve diferença nos níveis séricos de ácido fólico nos 4 grupos, mas a diferença na concentração de vitamina B12 foi significativa no grupo IV (P = 0,006) A porcentagem de pacientes que atingiram níveis de homocisteína plasmática total normal foi 5,6 vezes maior no grupo IV, quando comparado ao grupo de referência (grupo I) (AZADIBAKHSH N; 2009).
Em estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, conduzido por 2 anos com 186 pacientes renais crônicos com mais de 18 anos de idade, avaliou-se o efeito do uso de ácido fólico na dose de 10 mg três vezes por semana (após a diálise) em relação à homocisteinemia e parâmetros cardiovasculares.79Em 96,7% dos pacientes, a homocisteinemia apresentava-se elevada (> 13,9 mcmol/L) no início do estudo.79No grupo que recebeu suplementação de folato observou-se queda significativa nos níveis circulantes de homocisteína em comparação ao grupo placebo (10,5 mcmol/L; IC95%2,8-20,3 mcmol/L; versus 25 mcmol/L; IC95% 9,3-104 mcmol/L; P < 0,01).79 Não houve diferença em relação à mortalidade e ocorrência de eventos cardiovasculares entre os grupos.79 Porém, a espessura da camada íntima-média da artéria carótida comum reduziu ultra-sonograficamente de 1,94 + 0,59 mm para 1,67 + 0,38 mm (P < 0,01). A suplementação de ácido fólico foi capaz de normalizar as concentrações de homocisteína plasmática em 92,3% dos pacientes que a receberam. (VIANNA AC; 2007)
Em meta-análise de 12 estudos randomizados e controlados, com um total de 1 114 participantes, foi analisado o efeito da suplementação do ácido fólico nas concentrações plasmáticas de homocisteína. Os resultados mostraram uma redução proporcional e absoluta na homocisteína plasmática (P < 0,001) tanto para concentrações de homocisteína pré-tratamento elevadas quanto para concentrações reduzidas. Após padronização da homocisteína sérica para 12 mcmol/L e de folato para 12 nmol/L (concentrações médias da população ocidental), observou-se redução de 25% (IC95% de 23%-28%; P < 0,001) nos níveis de homocisteína sérica com a suplementação de ácido fólico no intervalo de 0,5-5mg diários, o que reduziria o risco de doença cardiovascular. (CLARKE R; 2000)
Os benefícios da suplementação de ácido fólico em relação à prevenção de doença cardiovascular não se restringem à idade adulta. Em estudo recente, publicado em fevereiro de 2010, foram avaliadas 520 crianças em relação aos níveis circulantes de homocisteína e em 26 delas foi encontrada hiperomocisteinemia. Dessas, 20 crianças (6 a 15 anos) foram randomizadas para receber 5 mg diários de suplementação com ácido fólico e 6 crianças serviram de controle. A homocisteína sérica, a pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica foram significativamente menor no grupo que recebeu a intervenção que no grupo controle (P < 0,001; P < 0,001 e P = 0,045, respectivamente), enquanto os níveis de ácido fólico foram significativamente maiores (P < 0,001). A concentração de homocisteína sérica total foi correlacionada com a idade, folato sérico, índice de massa corpórea e pressão arterial. Aparentemente o ácido fólico é suplemento seguro e efetivo em reduzir a homocisteína e, possivelmente, a pressão arterial, o que consequentemente, previne a doença cardiovascular em crianças (PAPANDREOU D; 2010). Com o objetivo de demonstrar se há associação da suplementação de ácido fólico e redução dos níveis circulantes de homocisteína e, consequentemente, melhora da função endotelial em pacientes com angina instável, um grupo de pesquisadores chineses avaliou 52 casos de pacientes com angina instável e 30 controles. Foram realizadas dosagens plasmáticas de homocisteína, ácido fólico e vitamina B12 antes e após 4 e 8 semanas de suplementação com 5 mg de ácido fólico. A função endotelial arterial foi avaliada por meio da dilatação mediada por fluxo da artéria braquial pela ultrassonografia bidimensional. Nesse estudo foi possível observar níveis significantemente maiores de homocisteína no grupo com angina instável (19,2 + 4,9 vs. 10,7 + 5,3 mcmol/L; P < 0,01), sendo que 42,3% (22/52) destes apresentavam hiperhomocisteinemia. As concentrações plasmáticas de ácido fólico e de vitamina B12 foram significantemente menores no grupo com angina instável. Após 4 e 8 semanas de administração de ácido fólico, a redução das concentrações de homocisteína foram de 20,3% e 55,3%, respectivamente, no grupo com angina instável que apresentava hiperhomocisteinemia. A dilatação da artéria braquial apresentou melhora significante de 6,4 + 1,9 a 9,0 + 1,2 % (P < 0,05) após 8 semanas do tratamento com ácido fólico. (GUO H; 2009)
Em experimento duplo-cego, placebo-controlado, 90 pacientes com doença coronariana foram randomizados para receber 5 mg diários de ácido fólico ou placebo por 12 semanas. Foi avaliada a função endotelial dos sujeitos de estudo por meio da dilatação endotélio-dependente e fluxo-mediada da artéria braquial, a concentração sérica combinada de nitrito/nitrato e a concentração plasmática do fator de Von Willebrand. Ao final do estudo a homocisteína plasmática foi menor no grupo com suplementação quando comparada ao grupo placebo (9,3 mcmol/L; IC95% 8,5-10,1 versus 12,3 mcmol/L; IC95% 11,3- 13,4 mcmol/L; P < 0,001).87 Não houve diferença entre as concentrações séricas combinadas de nitrito/nitrato e as concentrações plasmáticas do fator de Von Willebrand, mas pode-senotar uma tendência à melhora da dilatação endotélio-dependente e fluxo-mediada da artéria braquial no grupo intervenção (1,2%; IC95% 0,7-1,8% versus 0,4%; IC95% -0,3-1,1%; P = 0,07). (THAMBYRAJAH J; 2001)

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