Características farmacológicas forten

FORTEN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de FORTEN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com FORTEN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Forten® é uma associação dos principais aminoácidos na forma levógira (biologicamente ativa) e hidroxocobalamina, que visa fornecer ao organismo substâncias biológicas necessárias para a normalização do metabolismo, principalmente do SNC e do sistema muscular.
A arginina é um dos aminoácidos participantes do ciclo de Krebs-Henseleit e, desta forma, constitui um fator de troca tanto dos processos proteoanabólicos, a partir dos carboidratos, quanto dos processos catabólicos, com eliminação dos radicais amoníacos, tóxico para o organismo. Sendo um constituinte universal das proteínas, ela intervém na síntese dos albuminoides, das proteínas enzimáticas, das nucleoproteínas, da hemoglobina, das proteínas plasmáticas e de todas as demais proteínas. Sua metabolização se realiza segundo dois mecanismos essenciais e sempre complementares: a desaminação oxidativa, assegurando a conservação do radical guanídico e sua utilização na síntese da creatinina, e a hidrólise enzimática, pela ação de uma enzima específica, a arginase. A presença de taxas elevadas de arginases nos múltiplos tecidos e, em particular, naqueles cuja atividade celular é importante (fígado, rins, glândulas mamárias, testículos, etc.) torna possível sua utilização nas várias sínteses do anabolismo proteico. A arginina é o único vetor do grupamento guanídico indispensável à síntese da creatinina e, portanto, da fosfocreatinina, além de poder dar lugar ao ácido glutâmico após ter sido cindida pela arginase.
A dexfosfosserina (fosfoserina) e a fosfato de levotreonina (fosfotreonina) são dois aminoácidos fosforilados reconhecidos como indispensáveis para a formação da maior parte das fosfoproteínas cerebrais, intervindo ainda na síntese dos ácidos nucleicos. Ambos compostos apresentam importante função energética por participarem, através dos seus radicais fosfóricos, da síntese do ATP a partir do ADP. As ligações fosfóricas ricas em ATP são, provavelmente, as únicas fontes de energia que estão à disposição imediata das células. Desta forma, atribui-se aos fosfolipídios, entre eles a dexfosfosserina (fosfoserina) e a fosfato de levotreonina (fosfotreonina), a capacidade de normalizar a atividade enzimática das membranas, principalmente na ocorrência de hipóxia, e de melhorar as relações glicogênio/glicose e lactato/piruvato cerebrais, assim como a síntese catecolamínica. Administradas conjuntamente, elas potencializam reciprocamente seus efeitos.
A serina, liberada da dexfosfosserina (fosfoserina), intervém na síntese da colina que é em seguida acetilada pela acetilcoenzima-A para formar a acetilcolina, enquanto que a treonina, advinda da fosfato de levotreonina (fosfotreonina), pode conduzir à formação de glicogênio por intermédio do ácido propiônico.
A glutamina, metabólito fisiológico da célula nervosa, é facilmente absorvida pelo tubo digestivo e, ao contrário do ácido glutâmico, atravessa a barreira hematoencefálica, apresentando um tropismo importante para o sistema nervoso. Possui múltiplas funções no interior da célula nervosa, porque intervém na formação intermediária dos carboidratos (ciclo de Krebs) com formação de ATP; no equilíbrio eletrolítico das membranas, atuando especialmente sobre o potássio; e na formação da acetilcolina. Ali, também participa dos processos de transaminação favorecendo a síntese de alguns aminoácidos e, assim, a síntese proteica; e do sistema ácido glutâmico/glutamina responsável pela neutralização e eliminação do amoníaco formado nos tecidos cerebrais, o qual pode provocar fenômenos convulsivos quando em excesso.
Recentemente ficou claro que a glutamina é o substrato energético preferencial dos enterócitos e atua como imunomodulador. A deficiência de glutamina afeta a estrutura e a função do trato gastrintestinal, favorece a translocação bacteriana e reduz a atividade dos linfócitos e macrófagos.
O triptofano é um aminoácido essencial que é indispensável à síntese de muitas proteínas e cujo metabolismo segue três vias principais: formação de 5-hidroxitriptamina ou serotonina, de ácido nicotínico ou vitamina PP e de ácido xanturênico. Como precursor da serotonina, que tem um papel importante na transmissão do influxo nervoso, o triptofano exerce uma ação antidepressiva, além de atuar na qualidade do sono. O triptofano ajuda ainda, a célula normal a vencer a fadiga devida ao esgotamento, uma vez que a serotonina coordena a atividade simpática com as atividades somatomotoras, determinando um comportamento protetivo e recuperativo.
A hidroxocobalamina é ativadora do metabolismo, pois a cobalamina parece estar envolvida, pelo menos indiretamente, em todos os sistemas metabólicos conhecidos no homem. Dos seus efeitos bioquímicos resulta um dos processos de regeneração dos tecidos ao nível dos epitélios. Ela participa, pelo controle do ácido fólico, na produção de bases pirimidínicas e púricas, constituintes indispensáveis à biossíntese dos ácidos nucleicos, além de facilitar a síntese dos complexos lipídicos, a utilização hepática dos ácidos graxos e de aumentar a tolerância aos glicídios.
O sorbitol é uma substância adoçante natural e que se transforma em frutose após a absorção pelo trato gastrintestinal. O sorbitol aumenta a absorção da vitamina B12 pela mucosa intestinal e, assim como os demais glicídios, favorece a utilização nitrogenada. Não está contraindicado para os diabéticos.
Devido a estas características, Forten® possui ação destoxificante, energizante e reconstituinte. Geralmente, o efeito do medicamento é observado após o uso contínuo do produto por 15 a 20 dias.