Características farmacológicas adalat

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Propriedades farmacodinâmicas
O nifedipino é um antagonista do cálcio do tipo 1,4-diidropiridina. Os antagonistas do cálcio
reduzem o influxo transmembranoso de íons de cálcio para o interior da célula através do canal
lento de cálcio. O nifedipino age particularmente nas células do miocárdio e nas células da
musculatura lisa das artérias coronárias e dos vasos de resistência periférica.
No coração, o nifedipino dilata as artérias coronárias, especialmente os vasos de grande
condutância, mesmo no segmento da parede livre de áreas parcialmente acometidas de estenose.
Além disso, o nifedipino reduz o tônus da musculatura lisa vascular nas artérias coronárias e evita
vasoespasmos. O resultado final é o aumento do fluxo sangüíneo pós-estenótico e maior
suprimento de oxigênio. Paralelamente a isso, o nifedipino reduz a necessidade de oxigênio com a
redução da pós-carga. Em uso prolongado, o nifedipino também pode prevenir o desenvolvimento
de novas lesões ateroscleróticas nas artérias coronárias.
O nifedipino reduz o tônus da musculatura lisa das arteríolas, diminuindo desta forma a resistência
periférica excessiva e, conseqüentemente, a pressão arterial. No início do tratamento com
nifedipino pode haver aumento reflexo transitório da freqüência cardíaca e, portanto, no débito
cardíaco. No entanto, este aumento não é suficiente para compensar a vasodilatação. O nifedipino
aumenta também a excreção de sódio e água, tanto no tratamento de curto prazo como no
prolongado. O efeito de redução da pressão arterial do nifedipino é particularmente pronunciado
em pacientes hipertensos.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção
O nifedipino é absorvido imediatamente e quase completamente após administração oral. A
disponibilidade sistêmica de nifedipino de administração oral é de 45 – 56%, devido ao efeito de
primeira passagem. Atingem-se as concentrações séricas e plasmáticas máximas em 30 a 60 min.
A administração com alimentos retarda, mas não reduz a absorção.
Distribuição
O nifedipino liga-se em 95% às proteínas plasmáticas (albumina). A meia-vida de distribuição após
administração intravenosa varia de 5 a 6 minutos.
Biotransformação
Após administração oral, o nifedipino é metabolizado na parede intestinal e no fígado, sobretudo
por meio de processos oxidativos. Esses metabólitos não apresentam atividade farmacodinâmica.
Excreta-se o nifedipino na forma de metabólitos, predominantemente através dos rins, e cerca de 5
– 15% através da bílis nas fezes. Na urina recuperam-se somente traços da substância intacta
(menos de 0,1%).
Eliminação
A meia-vida terminal de eliminação da formulação convencional de cápsula de nifedipino é de 1,7 a
3,4 horas. Não há relatos de acúmulo da substância após tratamento prolongado com as doses
habituais. Não se detectaram alterações substanciais nos pacientes com disfunção renal
comparados com voluntários sadios. A meia-vida de eliminação é nitidamente prolongada e reduzse
a depuração total nos casos de disfunção hepática. Poderá ser necessário diminuir as doses se
a disfunção for grave.
Dados pré-clínicos de segurança
Os dados pré-clínicos baseados nos estudos convencionais de toxicidade de doses únicas e
múltiplas, de genotoxicidade e de potencial carcinogênico não revelam nenhum dano especial a
humanos.
Toxicidade reprodutiva
Comprovou-se que o nifedipino é teratogênico em ratos, camundongos e coelhos por induzir
deformidades digitais, malformações das extremidades, fendas palatinas, fendas esternais e
malformações das costelas.
As deformidades digitais e as malformações das extremidades são provavelmente resultado do
comprometimento do fluxo sangüíneo uterino, mas também se observou entre os animais que
somente haviam recebido nifedipino após o término do período organogenético.
A administração de nifedipino foi associada a diversos efeitos embriotóxicos, placentotóxicos e
fetotóxicos, como atrofia fetal (ratos, camundongos e coelhos), placentas pequenas e vilosidades
coriônicas pouco desenvolvidas (macacos), mortes embrionárias e fetais (ratos, camundongos e
coelhos) e prolongação da gestação/diminuição da sobrevivência neonatal (ratos; não se avaliou
outra espécie). Todas as doses associadas a efeitos teratogênicos, embriotóxicos ou fetotóxicos
em animais produziram toxicidade materna e eram muitas vezes superiores à dose máxima
recomendada aos humanos (veja “Gravidez e Lactação”).