Características farmacológicas isoniazida

ISONIAZIDA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de ISONIAZIDA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com ISONIAZIDA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



O produto combina um tuberculostático (isonizida) com um antibiótico macrocíclico (rifampicina) também ativo contra o M. tuberculosis que são usados associados com grande freqüência na prática clínica.
Farmacocinética
a) isoniazida
É bem absorvida no sistema digestivo, mas pode ocorrer significativo metabolismo de primeira passagem. Possui ampla distribuição nos diversos tecidos e fluidos corporais incluindo o líquido cefalorraquidiano, quando apresenta níveis equivalentes a 20% dos níveis no sangue mas que se elevam quando existe inflamação das meninges, podendo se igualarem à concentração sérica. Atravessa a barreira placentária e é excretada no leite. A biotransformação é hepática, por acetilação. Em seres humanos há heterogeneidade genética quanto à velocidade de acetilação da isoniazida, isto é, existem indivíduos que são acetiladores rápidos e outros lentos, sendo estes os que tendem a apresentar manifestações de hepatotoxicidade.
A sua meia-vida fica em torno de uma hora em indivíduos acetiladores rápidos e de três a cinco horas nos lentos, elevando-se ainda mais na presença de hepatopatias. A duração da ação é prolongada e assim os níveis da concentração sangüínea necessários para que ocorra ação contra as micobactérias são muito baixos. Permite o uso de dose única diária ou em dias alternados. A absorção e biodisponibilidade oral são diminuídas com a presença de alimentos. b) rifampicina É bem absorvida pelo trato gastrintestinal mas esta absorção se reduz quando é administrada com alimentos. Tem ampla distribuição orgânica incluindo o sistema nervoso. Atravessa a barreira placentária e é encontrada no leite materno. A metabolização é hepática. A sua meia-vida é de três horas após uma dose única de 600 mg, diminuindo um pouco para as doses repetidas. É longa sua duração de ação porque são mínimos os níveis necessários para a atividade antibacteriana.
Farmacodinâmica
A isoniazida é um derivado sintético do ácido isonicotínico. Age inibindo a síntese do ácido micólico, um componente importante da parede de micobactérias, não atuando contra outros tipos de bactérias. É considerada um fármaco primário, sendo utilizada no tratamento de todas as formas de tuberculose causadas por cepas de Mycobacterium tuberculosis sensíveis à isonizada. Tem ação bactericida extracelular. A rifampicina é um antibiótico derivado semi-sintético da rifamicina B. As rifamicinas são derivadas do Nocardia mediterranei. A rifampicina age contra Mycobacterium leprae, M.tuberculosis, diversas outras micobactérias e bactérias gram-positivas e gram-negativas. M. fortuitum é resistente. O mecanismo de ação é a inibição da biossíntese do ARN bacteriano. Embora tenha ação contra diversas bactérias, sua utilização é quase exclusiva para o tratamento da hanseníase e da tuberculose, sempre em associação com outros antibacterianos adequados, pois é muito rápida a emergência de resistência bacteriana. A causa mais comum de resistência bacteriana é a mutação na subunidade beta da ARN polimerase, onde ocorre a ligação da rifampicina.