Características farmacológicas legalon

LEGALON com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de LEGALON têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com LEGALON devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



A silimarina, componente ativo do Legalon®, age como estabilizador das membranas dos hepatócitos, resguardando sua integridade e, assim, a função fisiológica do fígado; protege, experimentalmente, a célula hepática da influência nociva de substâncias tóxicas endógenas e/ou exógenas.
Desta maneira, Legalon® atua de forma benéfica como coadjuvante no tratamento das doenças hepáticas crônicas inflamatórias, cirrose hepática e lesões hepatotóxicas, promovendo rápida melhora dos sintomas clínicos, como cefaleia, astenia, anorexia, distúrbios digestivos, sensação de peso epigástrico, etc.
Em animais, a silimarina demonstrou acelerar a regeneração do parênquima hepático, aparentemente aumentando a síntese de RNA no fígado.

Propriedades farmacodinâmicas
A eficácia antitóxica da silimarina foi demonstrada em experimentos animais em vários modelos de danos no fígado, por exemplo, com os venenos da Amanita phalloides, faloidina e amanitina, com lantanídeos, tetracloreto de carbono, galactosamina, tioacetamina e vírus hepatotóxico FV3.
Os efeitos terapêuticos da silimarina são atribuídos aos vários mecanismos de ação:
Devido ao poder de remover radicais, a silimarina possui atividade antioxidante. O processo fisiopatológico de peroxidação lipídica, que é o responsável pela destruição de membranas celulares, é interrompido ou prevenido.
Além disso, em células do fígado, que já apresentam danos, a silimarina estimula a síntese proteica e normaliza o metabolismo fosfolipídico. O resultado final é que a membrana celular é estabilizada reduzindo e prevenindo a liberação de enzimas presentes no citoplasma da célula hepática (por ex. transaminases).
A silimarina restringe a entrada de certas substâncias hepatotóxicas na célula (veneno do cogumelo Amanita phalloides). A elevação da síntese proteica pela silimarina é devido à estimulação da RNA polimerase I, uma enzima localizada no núcleo. Isso acarreta em um aumento na formação de RNA ribossômico com aumento de síntese de proteínas estruturais e funcionais (enzimas). O resultado é um aumento na capacidade reparadora e regenerativa do fígado.

Propriedades farmacocinéticas
O principal constituinte da silimarina é a silibinina. Investigações clínicas mostram que depois de absorvida no trato digestivo, esta é excretada principalmente na bile (> 80% da quantidade absorvida).
Como metabólitos, glicuronídeos e sulfatos foram encontradas nabile. Acredita-se que a silibinina é reabsorvida após ser desconjugada e então, penetra na circulação entero-hepática, como demonstrado em experimentos animais. Como se espera que a eliminação seja predominantemente biliar (sítio de ação: fígado) os níveis sanguíneos são baixos e a eliminação renal é pequena. A meia vida de absorção é 2,2 h e a meia-vida de eliminação é de 6,3 h.
Quando Legalon® é administrado em doses terapêuticas (140 mg silimarina, 3 vezes ao dia) os níveis de silibinina encontrados na bile humana são os mesmos após doses repetidas e após dose única. Estes resultados mostram que a silibinina não se acumula no organismo.
Após administração repetida da silimarina em doses de 140 mg, 3 vezes ao dia, a eliminação biliar alcança o estado de equilíbrio.

Dados de segurança pré-clínicos
A silimarina é caracterizada por sua excepcional baixa toxicidade, podendo, portanto ser seguramente administrada em doses terapêuticas por longos períodos.

Toxicidade aguda
Administrada oralmente em ratos e camundongos, a silimarina demonstrou ser praticamente atóxica, e a DL50 pode ser estabelecida como > 2000 mg/kg.

Toxicidade crônica
Em ensaios a longo prazo de até 12 meses, ratos e cachorros receberam silimarina oralmente em doses máximas de 2500 ou 1200 mg/kg respectivamente. Não foi demonstrada nenhuma evidência de efeitos tóxicos, nem nos resultados laboratoriais, nem em achados de autópsia.

Toxicidade na reprodução
Estudos de fertilidade em ratos e coelhos, em conjunto com estudos de toxicidade pré-natal, perinatal e pós-natal não revelaram nenhum efeito adverso em nenhum dos estágios de reprodução (dose máxima testada: 2500 mg/kg). Em particular, a silimarina não demonstrou nenhuma evidência de potencial teratogênico.

Mutagenicidade
Investigações in vitro e in vivo com a silimarina apresentaram resultados negativos.

Carcinogenecidade
Ainda não foram realizados estudos apropriados in vivo em roedores.