Características farmacológicas lipanon

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O fenofibrato é um derivado do ácido fíbrico eficaz no tratamento das dislipidemias tipo IIa, IIb, III, IV e V. O fenofibrato é uma pró-droga rapidamente hidrolisada em sua forma farmacologicamente ativa, o ácido fenofíbrico. O fenofibrato aumenta a atividade da lipase lipoprotéica entre 33% e 37%. Essa enzima catalisa a lipólise do core de triglicérides presente nos quilomícrons e o catabolismo das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), respectivamente, reduzindo a síntese e aumentando a degradação dos triglicérides. Como resultado, os níveis de triglicérides no sangue são reduzidos entre 40% e 50%. A lipase lipoprotéica também promove o aumento nos níveis de HDL-colesterol. O fenofibrato também interfere com a síntese do colesterol no fígado; conseqüentemente, pode ocorrer redução de 30% a 50% na síntese da bile, provavelmente resultante da redução do colesterol hepático necessário à formação dos ácidos biliares. A secreção do colesterol na bile também aumenta, embora o mecanismo seja desconhecido. A redução do colesterol plasmático deve-se, portanto, à diminuição das frações LDL e VLDL. O fenofibrato exerce atividade normalizadora sobre o balanço lipídico, aumentando os níveis de HDL-colesterol e melhorando a relação colesterol total/colesterol HDL, um marcador do risco aterogênico. Também se demonstrou que o fenofibrato aumenta as apoproteínas A1 e reduz as apoproteínas B, melhorando a relação Apo A1/Apo B, que também pode ser considerada um marcador do risco aterogênico. Demonstrou-se efeito uricosúrico com o fenofibrato da ordem de 25% em pacientes dislipêmicos.
O fenofibrato também demonstrou redução consistente dos níveis de fibrinogênio durante o tratamento. A resposta inicial ao fenofibrato em pacientes com hiperlipoproteinemia é observada já na segunda semana de tratamento, mantendo-se pelo tempo que durar a terapia. Após administração oral, a biodisponibilidade do fenofibrato varia de 60 a 90%. A absorção do fenofibrato aumenta em aproximadamente 35% quando a droga é administrada junto com alimentos. Concentrações sangüíneas máximas são alcançadas em 4 a 8 horas após administração por via oral; o estado de equilíbrio é alcançado após 5 dias. A taxa de ligação protéica é superior a 99%, não se alterando em pacientes com insuficiência renal. Altas concentrações de fenofibrato (maiores do que as concentrações no plasma) são encontradas no fígado, nos rins e no intestino. O fenofibrato não penetra nos tecidos cerebrais. Após absorção por via oral, o fenofibrato é rápida e completamente hidrolisado a ácido fenofíbrico, seu principal metabólito ativo. O ácido fenofíbrico pode sofrer glucuronidação no fígado ou nos rins antes de ser excretado pelos rins ou pode ser metabolizado à forma reduzida do ácido fenofíbrico antes que ocorra glucuronidação (metabólito benzidrol). Após administração oral, 60% a 93% da dose é excretada pelos rins em até 6 dias, sendo a maior parte excretada nos primeiros 2 dias, principalmente na forma de ácido fenofíbrico e seu conjugado glucuronado. Cerca de 5% a 25% da dose é excretada pelas fezes.
A meia-vida de eliminação do ácido fenofíbrico é de 20 a 22 horas. A eliminação é bifásica, com meias-vidas de 4,9 h e 26,6 h após uma dose oral de 100 mg. Durante a administração crônica, não parece ocorrer acúmulo de droga em pacientes com função renal normal. Entretanto, em pacientes com disfunção renal, a meia-vida plasmática de eliminação do ácido fenofíbrico é retardada (54 a 362 h). Em idosos, a meia-vida de eliminação é maior (39 h) em comparação a adultos jovens, assim como em pacientes com disfunção hepática, com ou sem colestase (44,7 h e 54,6 h, respectivamente). Ajuste de dose (reduzindo-se a dose ou aumentando-se o intervalo entre as doses) deve ser considerado em pacientes com insuficiência renal severa (clearance de creatinina <50 mL/min). O fenofibrato não é dialisável; portanto, não são necessários ajustes de dose.