Características farmacológicas lisinopril

LISINOPRIL com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de LISINOPRIL têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com LISINOPRIL devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
O lisinopril é um inibidor da peptidil dipeptidase. Ele inibe a enzima conversora da angiotensina (ECA) que catalisa a conversão da angiotensina I ao peptídeo vasoconstritor, angiotensina II. A angiotensina II estimula também a secreção de aldosterona pelo córtex adrenal. A inibição da ECA resulta em concentrações diminuídas de angiotensina II, as quais resultam em diminuição da atividade vasopressora e redução da secreção de aldosterona. A diminuição da aldosterona pode resultar em um aumento da concentração sérica de potássio. Acredita-se que o mecanismo pelo qual o lisinopril diminui a pressão arterial é principalmente a supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Apesar disso, o lisinopril tem demostrado ser anti-hipertensivo mesmo em pacientes hipertensos com baixa renina. A ECA é idêntica à cininase II, enzima que degrada a bradicinina. Ainda não está elucidado se níveis aumentados de bradicinina, um potente peptídeo vasodilatador, exercem papel importante sobre os efeitos terapêuticos do lisinopril. É sabido que a ECA está presente no endotélio e que a atividade aumentada da ECA em pacientes diabéticos, que resulta na formação de angiotensina II e destruição de bradicinina, potencializa os danos ao endotélio causados por hiperglicemia. Os inibidores da ECA, incluindo lisinopril, inibem a formação de angiotensina II e a degradação da bradicinina, melhorando consequentemente a disfunção endotelial. Os efeitos de lisinopril na taxa de excreção urinária de albumina e na progressão de retinopatia em pacientes diabéticos são mediados por uma redução na pressão sanguínea, bem como pelo mecanismo direto nos tecidos retinal e renal. O tratamento com lisinopril não está associado com uma incidência aumentada de eventos hipoglicêmicos em pacientes diabéticos e não afeta o controle glicêmico como demonstrado pela falta de efeito signifi cante nos níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c).

Farmacocinética
Após administração oral de lisinopril, o pico de concentração plasmática ocorre em cerca de 7 horas, apesar de haver tendência a um pequeno retardo nesse tempo, em pacientes com infarto agudo do miocárdio. Em doses múltiplas, o lisinopril possui uma meia-vida efetiva de acúmulo de 12,6 horas. O declínio das concentrações séricas exibe uma fase terminal prolongada que não contribui para o acúmulo do fármaco. Essa fase terminal provavelmente representa ligações saturadas à ECA e não é proporcional à dose. Aparentemente o lisinopril não se liga às outras proteínas séricas. O comprometimento da função renal diminui a eliminação de lisinopril, que é excretado pelo rim, no entanto essa diminuição torna-se clinicamente importante somente quando a taxa de fi ltração glomerular for menor do que 30 mL/min. Pacientes idosos apresentam níveis sanguíneos mais elevados e valores de AUC maiores que os pacientes mais jovens. O lisinopril pode ser removido por diálise. O comprometimento da função hepática em pacientes com cirrose resultou em uma diminuição da absorção de lisinopril (cerca de 30% como determinado pela recuperação urinária) e um aumento na exposição (aproximadamente 50%) comparada a voluntários sadios devido à diminuição da depuração plasmática. Pacientes com insufi ciência cardíaca tem uma maior exposição de lisinopril comparado com voluntários sadios (um aumento da média AUC de 125%), mas baseado em recuperação urinária de lisinopril, houve uma redução da absorção de aproximadamente 16% quando comparada com voluntários sadios. Baseado na recuperação urinária, a extensão média de absorção de lisinopril é de aproximadamente 25%, com variações entre os pacientes (6-60%) em todas as doses testadas (5-80 mg). O lisinopril não é metabolizado e o fármaco absorvido é excretado inteiramente inalterado na urina. A absorção de lisinopril não é afetada pela presença de alimentos no trato gastrintestinal. Estudos em ratos indicam que o lisinopril pouco atravessa a barreira hematoencefálica. Inibidores da ECA podem exercer um efeito menor sobre a pressão sanguínea de pacientes hipertensos negros do que em pacientes hipertensos não negros. Quando combinado com outros agentes anti-hipertensivos, podem ocorrer quedas adicionais na pressão sanguínea.