Características farmacológicas aerotide

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Propriedades farmacodinâmicas: O salbutamol é um agonista seletivo dos adrenorreceptores ß2. Em doses terapêuticas, ele age nos adrenorreceptores ß2 do músculo brônquico com pouca ou nenhuma ação nos adrenorreceptores ß1 do músculo cardíaco. O dipropionato de beclometasona, administrado por inalação, possui uma ação anti-inflamatória glicocorticóide potente dentro dos pulmões.

Propriedades farmacocinéticas: Não existe nenhuma evidência em humanos de que a administração conjunta de salbutamol e dipropionato de beclometasona, por via inalatória, afete a farmacocinética de cada componente. Dados experimentais em animais indicam que salbutamol inalado não afeta a farmacocinética do propionato de beclometasona e vice-versa. Para fins farmacocinéticos, cada componente pode ser considerado separadamente.

Sabutamol: O salbutamol administrado por via intravenosa possui uma meia-vida de 4 a 6 horas e é eliminado parcialmente por via renal e parcialmente pela metabolização ao 4’-O-sulfato(sulfato fenólico), composto inativo, que também é excretado, principalmente, na urina. Uma rota menor de excreção são as fezes. A maioria da dose administrada pelas vias intravenosa, oral ou inalatória é eliminada dentro de 72 horas.
Cerca de 10% do salbutamol se liga a proteínas plasmáticas. Após administração por via inalatória, cerca de 10 a 20% da dose alcançam as vias aéreas inferiores. O restante é retido no dispositivo de liberação ou depositado na orofaringe. A fração depositada nas vias aéreas é absorvida para dentro dos tecidos pulmonares e circulatórios, mas não é metabolizada pelo pulmão. Ao alcançar o sistema circulatório, ela se torna acessível ao metabolismo hepático e é eliminada, principalmente, na urina como droga inalterada ou sulfato fenólico. A porção engolida da dose inalada é absorvida a partir do trato gastrointestinal e sofre considerável metabolismo de primeira passagem ao sulfato fenólico. Tanto a droga inalterada quanto a droga conjugada são excretadas, principalmente, pela urina.

Dipropionato de beclometasona: O 17,21-dipropionato de beclometasona (DPB) administrado por via intravenosa é eliminado rapidamente com meia-vida de, aproximadamente, 30 minutos. O 17-monopropionato de beclometasona (MPB) aparece rapidamente no plasma após administração intravenosa de DPB e é eliminado novamente com uma meia-vida de, aproximadamente, 30 minutos. Cerca de 87% de DPB se ligam a proteínas plasmáticas. Mais de 14% da dose intravenosa de DPB são excretados na urina em 96 horas, principalmente como metabólitos polares, à medida que são conjugados. Mais de 64% da dose são excretados nas fezes, neste momento, novamente livres ou como metabólitos conjugados. Após uma dose inalada, a maioria da dose será depositada na orofaringe ou no dispositivo de liberação, com apenas uma fração atingindo os pulmões para absorção. A porção depositada na boca ou nas vias aéreas superiores será posteriormente engolida. A maior parte da porção engolida de DPB é rapidamente inativada por metabolismo de primeira passagem pelo fígado. Uma dose oral (4 mg) de DPB marcado com trítio foi absorvida lentamente com níveis de pico de radioatividade equivalentes a 20 ng droga/ml plasma sendo alcançados 5 horas após a dose. A excreção é principalmente nas fezes (35-76% da dose em 96 horas) e, principalmente, como metabólitos polares, apesar da presença de DPB e MPB nas fezes sugerir absorção incompleta da dose.
Mais de 14% da dose são excretados como metabólitos polares na urina. O tecido pulmonar rapidamente hidrolisa DPB em MPB, que por sua vez, é hidrolisado mais lentamente à beclometasona. O fígado também metaboliza DPB em MPB e, posteriormente, o converte em metabólitos polares.

DADOS DE SEGURANÇA PRÉ – CLÍNICA: Assim como outros agonistas potentes e seletivos de receptores ß2, o salbutamol parece ser teratogênico em camundongos por via subcutânea. Em um estudo reprodutivo, 9,3% dos fetos tiveram fenda palatina com 2,5 mg/Kg, quatro vezes maior que a dose oral máxima em humanos. Em ratos, tratamento com 0,5; 2,32; 10,75 e 50 mg/Kg/dia por via oral durante toda a gravidez não resultou em anormalidade fetal significante. Um estudo reprodutivo em coelhos revelou má formação craniana em 37% dos fetos com 50 mg/Kg/dia, 78 vezes maior que a dose oral máxima em humanos. Estudos de segurança pré- clínicos indicam que o dipropionato de beclometasona demonstra pouca toxicidade sistêmica quando administrado por via inalatória.