Características farmacológicas meloxicam

MELOXICAM com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de MELOXICAM têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com MELOXICAM devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Meloxicam é um fármaco anti-inflamatório não-esteroide pertencente à classe do ácido enólico, derivado do grupo dos oxicans, apresentou propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas em estudo feito com animais. Seu mecanismo de ação pode consistir na capacidade do meloxicam em inibir a biossíntese das prostaglandinas, que são mediadores da inflamação. Em estudos realizados em ratos foi confirmado que a margem terapêutica do meloxicam é maior do que outros anti-inflamatórios não-esteroides. Meloxicam, in vivo, inibiu a síntese das prostaglandinas mais inten- samente no local da inflamação do que nos rins ou na mucosa gástrica. Pressupõe-se que essas diferenças estejam relacionadas à inibição seletiva da COX-2 em relação a COX-1 e acredita-se que a inibição da COX-2 origine os efeitos terapêuticos dos anti-inflamatórios não-esteroides, enquanto que a inibição da COX-1 constitucional pode ser responsável pelos efeitos colaterais nos rins e no trato gastrintestinal. Meloxicam nas doses de 7,5 mg e 15 mg demonstrou uma inibição maior da COX-2 ex vivo, como demons- trado por uma inibição maior da produção de PGE2 estimulada por lipopolissacarídeo (COX-2) em relação à produção de tromboxano no sangue coagulado (COX-1). Esses efeitos foram dose-dependente. As doses sugeridas de meloxicam mostraram não ter efeito na agregação plaquetária nem no tempo de sangramento ex vivo, enquanto outros anti-inflamatórios como o diclofenaco, o ibuprofeno, a indometacina e o naproxeno inibiram de forma significativa a agregação plaquetária e prolongaram o sangramento. A incidência de perfuração no trato gastrintestinal, sangramentos e úlceras associados ao uso do meloxicam foi baixa e dose-dependente. Estudos clínicos em que o meloxicam foi administrado nas doses recomendadas demonstraram uma menor incidência de efeitos adversos gastrintestinais, como dispepsias, náuseas, vômitos e dores abdominais em relação a outros anti-inflamatórios não-esteroides. Não existe nenhuma pesquisa para verificar as diferenças estatísticas na incidência de efeitos adversos clini- camente significativos como obstrução ou sangramento e perfuração gastrintestinal superior, entre o me- loxicam e outros anti-inflamatórios não-esteroides. Foi feita uma análise de 35 estudos clínicos envolvendo pacientes tratados diariamente com meloxicam com indicação para osteoartrites, espondilite anquilosante e artrite reumatoide. Grande parte dos estudos permitiram a participação de pacientes com história de perfu- ração intestinal prévia, sangramentos ou úlceras. O tempo de exposição ao meloxicam variou de 3 semanas a um ano (a maioria dos pacientes foi admitida no estudo de um mês). A incidência de perfuração do trato gastrintestinal superior, obstrução ou sangramentos (POS) clinicamente significativos foi avaliada retrospec- tivamente. Os resultados demonstram que o risco de perfuração, obstrução e sangramento foi menor com o meloxicam (7,5 mg e 15 mg) do que com os padrões (diclofenaco e piroxicam). Meloxicam é absorvido quase que completamente no trato gastrintestinal, o que causa uma alta biodis- ponibilidade absoluta de 89 % após a administração oral. A absorção não sofre alteração com a ingestão concomitante de alimentos. As concentrações plasmáticas alcançadas são proporcionais às doses orais ad- ministradas, de 7,5 mg e 15 mg, respectivamente. O estado de equilíbrio é obtido entre 3 e 5 dias. A continuação do tratamento por períodos superiores a um ano produz concentrações plasmáticas similares às obtidas no início do tratamento. A taxa de ligação a proteínas plasmáticas é maior que 99 %. A administração diária em uma única dose produz concentrações plasmáticas que variam de 0,4 a 1,0 mcg/mL para doses de 7,5 mg e de 0,8 a 2,0 mcg/mL para doses de 15 mg, porém também foram obtidos valores fora desta faixa (Cmín e Cmáx no estado de equilíbrio, respectiva- mente). O meloxicam passa para o líquido sinovial e alcança cerca de 50 % das concentrações plasmáticas. O meloxicam é metabolizado em 4 metabólitos inativos. O que se apresenta em maior quantidade é o 5’-car- boximeloxicam (60 % da dose), é formado pela oxidação de um metabólito intermediário, 5’- hidroximetil- meloxicam, que é excretado em menor quantidade (9 % da dose). Estudos in vitro apontam que CYP 2C9 executa um papel importante nesta via metabólica, com uma contribuição menor da isoenzima CYP 3A4. Possivelmente, a atividade da peroxidase do paciente é responsável pela formação dos outros dois metabó- litos, os quais são estimados em 16 % e 4 % da dose total administrada. Meloxicam é quase que todo excretado na forma metabolizada, dividido nas fezes e na urina. Menos de 5 % da dose diária é excretada pelas fezes na forma inalterada, enquanto que na urina são encontrados apenas traços do produto na forma inalterada. A meia-vida de eliminação do meloxicam é de 20 horas. Os parâme- tros farmacocinéticos do meloxicam não são alterados por insuficiência renal ou hepática de grau leve a moderado. A depuração plasmática é em média de 8 mL/min, e é menor em idosos. O volume de distribuição é em média 11 litros, ou seja, um baixo volume de distribuição. Existe uma variação individual da ordem de 30-40 % após a administração oral e retal.