Reações adversas miocor

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A incidência de reações adversas está geralmente relacionada à dose e à duração do tratamento. Geralmente são reversíveis após a suspensão da terapia, freqüentemente não obrigam a suspender o tratamento e diminuem com a redução da dose. A bradicardia sinusal assintomática é comum, porém, bradicardia sintomática apresenta-se somente entre 2 e 4% dos pacientes que tomam amiodarona. Raramente se produz bloqueio cardíaco e parada sinusal. O bloqueio AV é pouco freqüente. Numa proporção de 2 a 5% dos pacientes aparecem arritmias ou se exacerbam e podem incluir taquicardia ventricular paroxística, fibrilação ventricular, aumento da resistência a cardioversão e torsades de pointes que podem estar associadas a um marcante prolongamento do intervalo QT. Requerem consulta médica: Fibrose pulmonar, pneumonite ou alveolite intersticial: os sintomas mais freqüentes são: tosse, febricula, dor toráxica e dispnéia (a realização da ausculta toráxica a intervalos periódicos revela a presença de estertores), diminuição do murmúrio vesicular ou átrio pleural. Estas manifestações são clinicamente significativas numa proporção de 1 a 10% dos pacientes, porém a capacidade de difusão anormal se produz numa porcentagem mais alta. A comparação da radiografia de tórax realizada antes do início do tratamento e a intervalos de 3 a 6 meses durante o mesmo, pode detectar alterações intersticiais difusas ou infiltrações alveolares. As determinações da função pulmonar (capacidade de difusão e capacidade pulmonar total), o rastreio com gálio radioativo e a broncoscopia com biópsia pulmonar podem ser úteis quando se apresentam manifestações de toxicidade pulmonar que não podem ser diagnosticadas mediante uma radiografia de tórax. Uma proporção igual ou menor que 10% dos pacientes com toxicidade pulmonar por amiodarona pode evoluir para exitus letalis, especialmente quando não diagnosticada imediatamente. Foi relata ocorrência após vários meses de suspensão do tratamento com esteróide. O quadro clínico as vezes se confunde com insuficiência cardíaca congestiva ou pneumonia, porém raramente estão relacionadas. Existem distintas opiniões quanto a utilidade do tratamento da toxicidade pulmonar por amiodarona com esteróides; entretanto, este tratamento tem maior utilidade na toxicidade grave. Neurotoxicidade: os sintomas mais freqüentes são: dificuldade de andar, adormecimento ou formigamento nos dedos das mãos e dos pés, tremor ou agitação das mãos, movimentos não habituais ou incontrolados do corpo, debilidade nos braços e nas pernas. A ataxia é o sintoma mais comum, se apresenta numa proporção de 20 a 40% dos pacientes, especialmente durante a administração da dose de ataque: produzir-se entre a primeira semana ou vários meses após iniciar o tratamento e pode persistir durante um ano ou mais, mesmo após a suspensão da terapia. Fotossensibilidade: o sintoma mais freqüente é a sensibilidade da pele a luz solar: pode produzir-se inclusive através dos vidros das janelas e da roupa fina de algodão; não está relacionado com a dose. Recomenda-se a utilização de uma barreira de proteção solar como o óxido de zinco ou de titânio e roupa pesada. Incidências menos freqüentes: pigmentação azul-acinzentada. Aparece nas áreas expostas à luz solar (rosto, pescoço e braços). Produz-se com o uso prolongado, geralmente superior a um ano, especialmente nos pacientes com pele clara ou que se expõem excessivamente ao sol; desaparece lentamente e as vezes de forma incompleta depois da suspensão do tratamento. Toxicidade ocular: os sintomas mais freqüentes são: visão turva ou de halos azuis-esverdeados ao redor dos objetos, secura ocular e fotofobia. Os depósitos corneanos assintomáticos bilaterais e simétricos, que aparecem no exame com lâmpada de fenda com uma pigmentação pardo-amarelada, produzem-se em todos os pacientes após seis meses de tratamento, porém podem aparecer antes; em até 10% dos pacientes produzem-se depósitos corneanos sintomáticos; é rara a degeneração macular e a diminuição da acuidade visual; os depósitos corneanos desaparecem após a suspensão do tratamento com amiodarona, ainda que isto possa requerer até sete meses. Recomenda-se a realização de exame com lâmpada de fenda se aparecerem sintomas de toxicidade ocular. Hipotiroidismo: os sintomas mais freqüentes são: frio, pele seca e edemaciada, cansaço e ganho de peso. Aparece em menos de 10% dos pacientes, embora seja normal que se produzam variações na concentração do hormônio tireóideo que possam persistir durante vários meses após a suspensão do tratamento com amiodarona. Recomenda-se a realização de determinações da função tireoidiana antes do início e a intervalos periódicos durante o tratamento com amiodarona. Quando se produz hipotiroidismo recomenda-se também a administração de um suplemento de hormônio tireóideo. Hipertiroidismo: os sintomas freqüentes são: nervosismo, sensibilidade ao calor, insônia, sudorese e perda de peso. Produz-se hipertiroidismo numa proporção de 1 a 3% dos pacientes, embora seja normal que se produzam variações na concentração do hormônio tireóideo que possam persistir durante vários meses após a suspensão do tratamento com amiodarona. Bradicardia sinusal sintomática: os sintomas são: palpitações bradicárdica e/ou batimentos cardíacos irregulares. Geralmente responde a diminuição da dosagem, porém pode requerer um marcapasso; pode ser resistente à atropina. Arritmias: os sintomas mais freqüentes são: palpitações taquicardíacas e/ou batimentos cardíacos irregulares. Insuficiência cardíaca congestiva: o sintoma mais freqüente é edema nos membros inferiores. Incidência rara: reação alérgica, com erupção cultânea. Geralmente produz-se durante as duas primeiras semanas de tratamento. Hepatites: apresenta-se com coloração amarelada dos olhos e pele. Comumente as enzimas hepáticas elevam-se várias vezes durante os dois primeiros meses de tratamento; em raras ocasiões o paciente evoluiu para o exitus letalis como resultado de insuficiência hepática semelhante à cirrose alcoólica. Recomenda-se a realização, em intervalos regulares, de determinações de alanina-aminotranferase sérica (ALT [SGTP]), fosfatase alcalina sérica e aspartato, aminotransferase sérica (AST [SGOT]), especialmente em pacientes que recebem doses de manutenção elevadas. Recomenda-se redução da dosagem da amiodarona quando as concentrações aumentam até três vezes com relação ao seu valor normal, quando aumentam o dobro em pacientes com concentrações basais elevadas ou quando aparece hepatomegalia. Epididimite não infecciosa: manifesta-se com dor escrotal unilateral ou bilateral e edema. Efeitos diversos: incidências mais freqüentes: constipação, cefaléia, perda de apetite, náusea e vômito, especialmente durante a administração de altas doses, assim como durante a dose de ataque. As náuseas e os vômitos podem aliviar se a amiodarona for administrada em doses mais baixas ou fracionadas. Incidências menos freqüentes: sabor amargo ou metálico, tonturas, efeito sobre o sistema nervoso central, hipotensão, rubor facial.