Características farmacológicas naramig

NARAMIG com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de NARAMIG têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com NARAMIG devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Propriedades farmacodinâmicas
Foi demonstrado que a naratriptana é um agonista seletivo dos receptores da 5- hidroxitriptamina (5-HT1), que mediam a contração vascular. Estes receptores são encontrados principalmente em vasos sanguíneos intracranianos (cerebrais e durais). A naratriptana possui uma alta afinidade pelos receptores 5-HT1B e 5-HT1D clonados de humanos. Supõe-se que o receptor 5-HT1B corresponde ao receptor 5-HT1 vascular, que media a contração de vasos sanguíneos intracranianos. A naratriptana tem pouco ou nenhum efeito sobre outros subtipos de receptores 5-HT (5-HT2, 5-HT3, 5-HT4 e 5-HT7).
Em animais, a naratriptana contrai seletivamente a circulação arterial da carótida. Esta circulação fornece sangue aos tecidos extracranianos e intracranianos, como as meninges, antagonizando a dilatação e/ou formação de edema nestes vasos, que é tida como o mecanismo subjacente da enxaqueca no ser humano. Além disto, as evidências experimentais sugerem que a naratriptana inibe a atividade nervosa do trigêmeo, contribuindo para o bloqueio central da percepção dolorosa. Ambas ações contribuem para a ação antienxaqueca da naratriptana.

Propriedades farmacocinéticas
Absorção, distribuição, metabolismo e eliminação: após a administração oral, a naratriptana é absorvida rapidamente, com concentrações plasmáticas máximas observadas após 2-3 horas. Após a administração de um comprimido de 2,5 mg de naratriptana, a Cmáx é de aproximadamente 8,3 ng/mL (95% Cl: 6,5 a 10,5 ng/mL) em mulheres, e de 5,4 ng/mL (95% Cl: 4,7 a 6,1ng/mL) em homens. A biodisponibilidade oral é de 74% em mulheres e 63% em homens, sem diferenças na eficácia e na tolerabilidade quando em uso clínico. Portanto, não é necessário o ajuste de dose de acordo com o sexo. O volume de distribuição da naratriptana é de 170 L. A ligação às proteínas plasmáticas é baixa (29%). A meia-vida de eliminação média
(t1/2) é de 6 horas. O clearance médio, após administração intravenosa, foi de 470 mL/min em homens, e 380 mL/min em mulheres. O clearance renal de 220 mL/min é similar em homens e mulheres, e é mais alto do que a taxa de filtração glomerular, sugerindo que a naratriptana sofre secreção ativa nos túbulos renais. A excreção predominante de naratriptana ocorre através da urina, com 50% da dose recuperada como droga inalterada e 30% como metabólitos inativos. In vitro, a naratriptana foi metabolizada por uma ampla série de isoenzimas do citocromo P450. Consequentemente, não são previstas interações metabólicas significativas com outras drogas (Ver Interações medicamentosas).

Insuficiência renal: a excreção renal é a principal via de eliminação da naratriptana. Por isto, a exposição a naratriptana pode estar aumentada em pacientes com doença renal. Pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina 18 a 115 mL/min; n=15), semelhantes quanto ao sexo, à idade e ao peso foram comparados com indivíduos sadios (n=8) em um estudo. Os pacientes com insuficiência renal apresentaram um aumento de aproximadamente 80% no t1/2, e uma redução de aproximadamente 50% no clearance (Ver Posologia).

Insuficiência hepática: o fígado desempenha um papel menor no clearance da naratriptana administrada por via oral. Em um estudo com homens e mulheres com insuficiência hepática (grau Child-Pugh A ou B; n=8), semelhantes quanto ao sexo, a idade e ao peso comparados com indivíduos sadios que receberam naratriptana por via oral, os pacientes com insuficiência hepática apresentaram um aumento de aproximadamente 40% no t1/2, e uma redução de aproximadamente 30% no clearance (Ver Posologia).

Variações de acordo com o sexo: tanto a área sob a curva (ASC) como a Cmáx foram, aproximadamente, 35% menores em homens quando comparado às mulheres; entretanto, não houve diferenças na eficácia e tolerabilidade durante o uso clínico. Desta forma, não é necessário um ajuste de dose relacionado ao sexo (Ver Posologia).

Pacientes idosos: em um mesmo estudo, pacientes idosos saudáveis (n=12) mostraram um decréscimo de 26% no clearance em relação a pacientes jovens saudáveis (n=12) (Ver Posologia).