Características farmacológicas alfast

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Propriedades farmacodinâmicas
Cloridrato de alfentanila é um analgésico opioide potente quimicamente relacionado ao citrato de fentanila, com início de ação bastante rápido e de curta duração. A potência analgésica da alfentanila é 1/4 a 1/3 da fentanila.
Em procedimentos cirúrgicos de curta duração (até 30 minutos), com doses de 8 a 40 mcg/kg, cloridrato de alfentanila confere proteção analgésica contra as respostas hemodinâmicas do trauma cirúrgico. O tempo de recuperação é, em geral, comparável ao observado com doses equipotentes de citrato de fentanila.
Em procedimentos de longa duração, doses de até 75 mcg/kg atenuam as respostas hemodinâmicas à laringoscopia, intubação e incisão, com um tempo de recuperação comparável ao citrato de fentanila.
Com doses de 50 a 75 mcg/kg, seguidas de infusão contínua de 0,5 a 3,0 mcg/kg/min, cloridrato de alfentanila atenua a resposta às catecolaminas com uma recuperação mais rápida, reduzindo a necessidade de analgésico no pós- operatório, em comparação aos pacientes em que se utilizou enflurano.
A biodisponibilidade do cloridrato de alfentanila apresentou grande variabilidade entre diferentes pacientes e em um mesmo paciente.
A alfentanila é um opioide sintético com efeito μ agonista usado apenas por via intravenosa.

Propriedades farmacocinéticas
A farmacocinética do cloridrato de alfentanila pode ser descrita como do tipo de três compartimentos: a meia-vidade distribuição sequencial varia de 0,4 a 2,2 minutos e 8-32 minutos.
Os níveis plasmáticos obedecem a uma cinética linear com concentrações plasmáticas de até 1000 ng/mL. A administração em bolus de doses maiores, como as utilizadas para indução de anestesia, produz concentrações plasmáticas mais elevadas e um acúmulo do fármaco, particularmente nos pacientes com depuração plasmática diminuída. Cloridrato de alfentanila tem um volume de distribuição aparente de 0,6 a 1,0 L/kg, o que corresponde a cerca de um quarto do volume obtido com o citrato de fentanila. A velocidade de eliminação plasmática varia de 1,7 a 17,6 mL/kg/min, em comparação ao citrato de fentanila, que é de aproximadamente 12,6 mL/kg/min.
O fígado é o principal órgão de biotransformação através do sistema enzimático de citocromos P-450. Pacientes com comprometimento da função hepática e aqueles com mais de 65 anos apresentam velocidade de depuração plasmática diminuída e eliminação terminal prolongada, o que pode prolongar o período de recuperação após cessada a administração de alfentanila. Nas crianças (exceto recém-nascidos e prematuros) a meia-vida de eliminação e a duração de ação da alfentanila estão diminuídas o que pode resultar na necessidade de doses mais altas e mais frequentes.
Cerca de 81% da dose administrada é excretada em um período de 24 horas e apenas 1,0% da dose é eliminada pela urina como fármaco inalterado.
Os metabólitos são eliminados principalmente por via urinária.
Uma vez que o estado de equilíbrio tenha sido alcançado após a infusão, a meia-vida de eliminação permanece inalterada. Quando a administração é descontinuada, o paciente acorda rapidamente sem efeitos opioides posteriores. A alfentanila é rapidamente eliminada após administração intravenosa. Meia-vidas finais de eliminação de 88-223 minutos foram relatadas.
A ligação de cloridrato de alfentanila às proteínas plasmáticas é de 92%. A ligação se faz principalmente com a alfa- 1-glicoproteína ácida.
Num estudo envolvendo 15 pacientes, aos quais se administrou cloridrato de alfentanila e N2O/O2, com uma variação estreita de concentração plasmática de cloridrato de alfentanila de cerca de 310 a 340 ng/mL, obteve-seanestesia adequada para procedimentos intra-abdominais.
Concentrações plasmáticas entre 100 e 200 ng/mL promovem uma analgesia adequada a cirurgias superficiais. Concentrações de aproximadamente 190 ng/mL bloqueiam respostas ao processo de sutura da pele.
Conforme demonstrado em estudos clínicos, as doses de indução variam de 130 a 245 mcg/kg. Para procedimentos de 30 a 60 minutos de duração, doses de até 50 mcg/kg produzem respostas hemodinâmicas à intubação endotraqueal e incisão da pele comparáveis às obtidas com citrato de fentanila. Uma dose de 50 a 75 mcg/kg, pré-intubação, seguida de infusão contínua, atenua a resposta à laringoscopia, intubação e incisão. A administração subsequente de cloridrato de alfentanila em infusão, num fluxo de 0,5 a 3,0 mcg/kg/min. com N2O/O2, atenua as respostas aos estímulos cirúrgicos, com uma recuperação mais rápida do que a obtida com enflurano.
A necessidade de administração de anestésicos voláteis fica reduzida em 30 a 50%, durante os primeiros 60 minutos de manutenção, em pacientes que receberam doses anestésicas de cloridrato de alfentanila acima de 130 mcg/kg quando comparada aos pacientes que receberam doses de 4 a 5 mg/kg de tiopental, como anestésico de indução.
Em doses de indução anestésica, cloridrato de alfentanila promove um nível de anestesia profunda, durante a primeira hora de manutenção anestésica, promovendo atenuação das respostas hemodinâmicas durante a intubação e incisão.
Após a administração de cloridrato de alfentanila pode-se observar bradicardia. A incidência e o grau de bradicardia podem ser mais pronunciados quando cloridrato de alfentanila é administrado em conjunto com outros bloqueadores neuromusculares não vagolíticos, na ausência ou em pacientes que receberam quantidades insuficientes de agentes anticolinérgicos como a atropina.
A administração intravenosa de diazepam imediatamente antes ou logo após doses altas de cloridrato de alfentanila produziu diminuição da pressão sanguínea, que pode ser secundária a uma vasodilatação. A administração de benzodiazepínicos pode prolongar o tempo de recuperação.
Pacientes que receberam doses de até 200 mcg/kg de cloridrato de alfentanila não apresentaram aumento significativo dos níveis de histamina nem evidências clínicas da liberação de histamina.
A rigidez musculoesquelética está relacionada com a dose e a velocidade de administração de cloridrato de alfentanila.
A duração e o grau de depressão respiratória normalmente aumentam com a dose, embora também tenha ocorrido com doses baixas.
Doses mais elevadas podem produzir apneia e um prolongamento do período de depressão respiratória, embora também possa ocorrer apneia com doses baixas.