Advertências propranolol

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Deve-se usar cloridrato de propranolol com cautela em pacientes com insuficiência hepática ou renal.
O bloqueio de receptores beta-adrenérgicos pode causar redução da pressão intraocular. Os pacientes devem ser avisados que cloridrato de propranolol pode interferir em teste de triagem de glaucoma. A interrupção da droga pode reconduzir ao aumento da pressão intraocular.
A estimulação simpática pode ser um componente vital, auxiliando a função circulatória em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, e sua inibição pelo bloqueio beta-adrenérgico pode precipitar uma insuficiência cardíaca mais intensa. Embora os bloqueadores beta adrenérgicos devam ser evitados na insuficiência cardíaca congestiva, se necessário, podem ser usados com um acompanhamento cuidadoso em pacientes com história de insuficiência cardíaca bem compensada, e estejam recebendo digitálicos e diuréticos. Os bloqueadores beta adrenérgicos não anulam a ação inotrópica dos digitálicos na musculatura cardíaca.
O uso contínuo de bloqueadores beta-adrenérgicos em pacientes sem antecedentes de insuficiência cardíaca pode, em alguns casos, conduzir à própria insuficiência cardíaca. Portanto, ao primeiro sinal ou sintoma de insuficiência cardíaca, o paciente deve ser digitalizado e/ou tratado com diuréticos e a resposta rigorosamente observada, ou o uso de cloridrato de propranolol deve ser interrompido (gradualmente, se possível).
Há relatos de exacerbação de angina e, em alguns casos, infarto do miocárdio, após a descontinuidade abrupta do tratamento com cloridrato de propranolol. Portanto, quando a descontinuidade de cloridrato de propranolol é desejada, a dosagem deve ser gradualmente reduzida durante, pelo menos, algumas semanas e o paciente deve ser alertado contra a interrupção ou o término do tratamento, sem a recomendação do médico. Caso o tratamento com cloridrato de propranolol seja interrompido e ocorrer a exacerbação da angina, aconselha-se a reiniciar o tratamento com cloridrato de propranolol e tomar outras medidas apropriadas para o controle de angina pectoris instável. Uma vez que a doença arterial coronariana pode ser de difícil reconhecimento em pacientes ateroscleróticos que estejam recebendo cloridrato de propranolol para outras indicações, aconselha-se seguir as recomendações acima.
De modo geral, pacientes com doença broncoespástica não alérgica (bronquite crônica, enfisema) não devem receber bloqueadores beta adrenérgicos.
O cloridrato de propranolol, se necessário, deve ser administrado com cautela, uma vez que pode bloquear a broncodilatação produzida pela ação de catecolaminas endógenas e exógenas sobre receptores beta.
A necessidade de interrupção do tratamento com bloqueadores beta adrenérgicos antes de grandes cirurgias é controversa. Deve-se salientar, entretanto, que a diminuição da resposta cardíaca aos reflexos estimulantes adrenérgicos pode aumentar os riscos da anestesia geral e dos procedimentos cirúrgicos.
O cloridrato de propranolol, como outros bloqueadores beta adrenérgicos, é um inibidor competitivo de agonistas de receptores beta adrenérgicos e seus efeitos podem ser revertidos pela administração de alguns agentes, como dobutamina ou isoproterenol. Entretanto, alguns pacientes podem estar sujeitos a hipotensão severa prolongada. A dificuldade em iniciar e manter o batimento cardíaco também tem sido relatada com bloqueadores beta-adrenérgicos.
O agente betabloqueador, quando necessário, deve ser utilizado com cautela em pacientes diabéticos. Os bloqueadores beta-adrenérgicos podem mascarar a taquicardia que ocorre com a hipoglicemia, mas outras manifestações tais como vertigem e transpiração podem não ser significantemente afetadas. Após a hipoglicemia induzida pela insulina, cloridrato de propranolol pode retardar a recuperação dos níveis normais de glicose sanguínea.
O bloqueio beta-adrenérgico pode mascarar certos sinais clínicos de hipertireoidismo. Portanto, a interrupção abrupta de cloridrato de propranolol pode ser seguida de uma exacerbação dos sintomas de hipertireoidismo, incluindo distúrbios da tireoide. O cloridrato de propranolol pode alterar testes de função da tireoide, aumentando T4 e
T3 reverso, e diminuindo T3.
Observou-se em diversos casos de síndrome de Wolff-Parkinson-White que, após o uso de cloridrato de propranolol, a taquicardia foi substituída por uma bradicardia intensa, necessitando de marcapasso de demanda.
Em um caso, este fato ocorreu após uma dose inicial de 5 mg de cloridrato de propranolol.

Carcinogênese, mutagênese, prejuízo da fertilidade: estudos prolongados em animais têm sido conduzidos para avaliar efeitos tóxicos e potencial carcinogênico. Em estudos de 18 meses, em ratos e camundongos, empregando-se doses de até 150 mg/kg/dia, não houve evidência de toxicidade significante induzida pela droga. Não foram relatados efeitos tumorigênicos devido à droga para quaisquer doses utilizadas. Estudos reprodutivos em animais não mostraram qualquer prejuízo na fertilidade que fosse atribuível à droga. O efeito de cloridrato de propranolol na fertilidade humana é desconhecido.

Uso durante a gravidez: estudos em animais demonstraram que cloridrato de propranolol pode ser embriotóxico em doses 10 vezes maiores que a dose máxima recomendada em humanos. Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Portanto, a segurança do uso de cloridrato de propranolol durante a gravidez não está estabelecida. O cloridrato de propranolol não deve ser usado durante a gravidez, a menos que os benefícios esperados para a paciente superem os riscos potenciais para o feto, segundo critério médico.

Uso durante a lactação: cloridrato de propranolol é excretado no leite materno, portanto deve ser utilizado com cautela em mulheres que estão amamentando.

Uso em pediatria: a avaliação dos efeitos de cloridrato de propranolol em crianças, relacionados à eficácia e segurança da droga, não tem sido tão sistematicamente realizada como para adultos. Informações estão disponíveis em literatura médica para permitir estimativas satisfatórias.
As doenças cardiovasculares que são comuns em adultos e crianças, são geralmente responsivas ao tratamento com cloridrato de propranolol.
As reações adversas são também similares, como por exemplo, broncoespasmo e insuficiência cardíaca congestiva.
O ecocardiograma normal evolui através de uma série de modificações, à medida que o coração das crianças cresce e desenvolve-se. As modificações no eletrocardiograma relacionadas à idade das crianças devem ser levadas em consideração quando a ecocardiografia é utilizada para monitorizar o tratamento com cloridrato de propranolol em crianças.
Têm-se observado níveis séricos elevados de cloridrato de propranolol em pacientes com síndrome de Down (trissomia 21), sugerindo que a biodisponibilidade de cloridrato de propranolol pode estar aumentada em pacientes com esta síndrome.