Características farmacológicas sedalene

SEDALENE com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de SEDALENE têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com SEDALENE devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



O Sedalêne é uma associação de dipirona sódica, cloridrato de papaverina, metilbrometo de homatropina e cloridrato de adifenina usada no tratamento de manifestações dolorosas acompanhadas de componente espasmódico.
A fórmula de Sedalêne contém dois anticolinérgicos (cloridrato de adifenina e metilbrometo de homatropina), um relaxante muscular (cloridrato de papaverina) e um analgésico de ação central (dipirona sódica).

METILBROMETO DE HOMATROPINA
É um derivado atropínico com estrutura de amônio quaternário, com diferenças farmacológicas importantes em relação à atropina. Talvez a mais significativa seja a ausência de efeitos centrais,pela dificuldade de passagem destes compostos pela barreira hematoencefálica. É menos potente que a atropina na ação antimuscarínica, mas é quatro veze s mais potente como bloqueador ganglionar.
O controle da hipermotilidade gastrintestinal e das estruturas do sistema urinário, é a maior indicação terapêutica do composto.

CLORIDRATO DE ADIFENINA
É outro composto anticolinérgico, utilizado. amplamente nas disfunções autonômicas com reflexo na motilidade do sistema digestório. Estudos demonstram que a adifenina tem mais afinidade que a homatropina para receptores M3, o que seria interessante do ponto de vista de redução de efeitos adversos destes compostos.

ASSOCIAÇÃO DE DOIS ANTICOLINÉRGICOS
É sabido que os derivados atropínicos, sejam eles s emissintéticos ou naturais, trazem, intrinsecamente, um potencial de efeitos indesejáveis em função da grande quantidade de receptores nicotínicos presentes no organismo. Assim, a ação sobre glândulas salivares e mucosas, pupilas, nódulo sinusal, etc, podem constituir obstáculos para o uso clínico destas substâncias.
Uma vez que grande parte destes efeitos é dose dependente, associação de compostos, em geral, é uma estratégia para reduzi-los, uma vez que as doses individuais de cada composto podem ser menores.
A estratégia se aplica aos dois anticolinérgicos presentes nas preparações de Sedalêne. A possibilidade de efeito aditivo entre um composto com estrutura quaternária (metilbrometo de homatropina) e um composto mais seletivo para receptores M3 (cloridrato de adifenina), permite que doses pequenas (1 a 2 mg de homatropina e 15 a 30 mg de adifenina) sejam utilizadas, com mais conforto, eficácia e segurança para o paciente.

CLORIDRATO DE PAPAVERINA
A papaverina é uma benzilisoquinolina, composto derivado do ópio com marcada ação relaxante sobre a musculatura lisa. Tanto é que sua utilização em espasmos arteriais, em que é desejável o relaxamento rápido da musculatura daqueles vasos, ainda hoje é muito grande.
Seu mecanismo molecular de ação é a inibição da fosfodiesterase, com acúmulo intracelular de AMPc e, consequentemente relaxamento muscular. É possível que ação sobre o movimento do cálcio intracelular e sobre a respiração celular também contribuam para a ação farmacológica do composto, principalmente no que diz respeito ao relaxamento da musculatura uterina e da bexiga urinária. Como relaxante não específico da musculatura lisa, seu efeito também acontece sobre a musculatura lisa da parede das alças intestinais (independentemente da intervenção colinérgica ou não), e do ureter.

DIPIRONA
É um composto pirazolônico, de utilização mundial como analgésico e antipirético. Aparentemente a dipirona possui vários mecanismos de ação, mas a principal parece ser uma alteração da percepção central da dor, mais especificamente no tálamo. Além disso, existe a possibilidade de ação periférica, na modificação do metabolismo do ácido araquidônico, reduzindo a produção de prostaglandinas, e consequentemente a sensibilização dos nociceptores.
Parecem dispensáveis maiores considerações sobre esta substância que acumula anos de estudo e, sobretudo, décadas de utilização clínica.