Características farmacológicas sumax

SUMAX com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de SUMAX têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com SUMAX devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
A sumatriptana é um agonista específico e seletivo do receptor 5-hidroxitriptamina-1-(5-HT1D), sem efeito em outros subtipos de receptores 5-HT (5-HT2-7). O receptor vascular 5HT1D é encontrado predominantemente nos vasos sanguíneos cranianos e controlam a vasoconstrição.
Estudos em animais demonstraram que a sumatriptana provoca seletivamente a constrição arterial dos vasos da carótida, sem alterar o fluxo sanguíneo cerebral. A circulação arterial carótida leva o sangue aos tecidos extra e intracranianos, como as meninges. A enxaqueca (hemicrania) é uma síndrome caracterizada por acessos de cefalalgia intensa, muitas vezes unilateral, acompanhada de náuseas, vômitos, indisposição geral e até fenômenos visuais que perduram por tempo variável. A enxaqueca parece originar-se da vasodilatação das artérias cerebrais. A resposta clínica do paciente à sumatriptana inicia-se dez a 15 minutos após injeção subcutânea, em torno de 30 minutos após administração oral do comprimido e 15 a 30 minutos após administração intranasal.
Farmacocinética
A biodisponibilidade após administração subcutânea é de 96%, e ocorre em 25 minutos o pico da concentração sérica, sendo para a dose de 6 mg igual à 71 ng/mL. A meia-vida é de aproximadamente duas horas. Após a administração oral de 100 mg de sumatriptana, a biodisponibilidade absoluta é de 14% da dose, devido ao metabolismo pré-sistêmico e à absorção incompleta.
A concentração plasmática máxima é alcançada em 0,5-5 horas após a administração oral do comprimido, sendo para a dose de 100 mg igual à 54 ng/mL. A farmacocinética da sumatriptana oral não parece ser afetada significativamente pelos ataques de enxaqueca. Durante os ataques de enxaqueca, a absorção pode ser retardada ou reduzida por vômitos ou estase gástrica. A sumatriptana é muito bem absorvida pela via intranasal. O pico da concentração plasmática é atingido em 30 minutos após a aplicação, e os benefícios começam a ser sentidos após este período, sendo máximos entre 60 e 120 minutos.
A meia-vida de eliminação do fármaco é de aproximadamente duas horas.
A ligação às proteínas plasmáticas é baixa (14%-21%), e o volume médio de distribuição é de 170 litros. O clearance plasmático é da ordem de 1.160 mL/min e o clearance renal de 260 mL/min. O principal metabólito é o ácido indolacético, análogo da sumatriptana, presente como ácido livre e como um conjugado glicurônico, não apresentando atividade 5HT1 ou 5HT2. Não foram identificados metabólitos secundários.
Populações especiais
Insuficiência renal: o efeito do comprometimento renal na farmacocinética da sumatriptana não foi analisado, mas pequeno efeito clínico pode ser esperado uma vez que a sumatriptana é extensivamente metabolizada a uma substância inativa.
Insuficiência hepática: o fígado exerce importante papel no clearance pré-sistêmico da sumatriptana administrada via oral. Consequentemente, a biodisponibilidade da sumatriptana após administração oral pode ser marcadamente aumentada em pacientes com doença hepática. Em pequeno estudo com pacientes hepaticamente comprometidos (n = 8) igualados em sexo, idade, e peso aos indivíduos saudáveis, os pacientes com comprometimento hepático apresentaram cerca de 70% de aumento na ASC e Cmáx e a Tmáx antecipada em 40 minutos comparada aos indivíduos sadios.
Idade: a farmacocinética da sumatriptana oral em indivíduos mais velhos (idade média, 72 anos; dois homens e quatro mulheres) e em pacientes com enxaqueca (idade média, 38 anos; 25 homens e 155 mulheres) foi similar em homens saudáveis (idade média, 30 anos).
Gênero e raça: não foram observadas diferenças farmacocinéticas entre homens e mulheres com relação à ASC, Cmáx, Tmáx e meia-vida. O clearance sistêmico e a Cmáx da sumatriptana foram similares em negros (n = 34) e caucasianos (n = 38).