Características farmacológicas syntocinon injetável

SYNTOCINON INJETÁVEL com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de SYNTOCINON INJETÁVEL têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com SYNTOCINON INJETÁVEL devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
Grupo farmacoterapêutico: hormônios do lobo posterior da hipófise (código ATC H01B B02). A substância ativa de SYNTOCINON é um nonapeptídio sintético idêntico à ocitocina, um hormônio liberado pelo lobo posterior da hipófise. Exerce efeito estimulador sobre a musculatura lisa do útero, particularmente ao se aproximar à fase final da gravidez, durante o trabalho de parto, após o parto e no puerpério, ou seja, nos momentos em que o número de receptores específicos de ocitocina no miométrio está aumentado.
Quando administrado por infusão intravenosa em doses baixas, SYNTOCINON provoca contrações uterinas rítmicas que não se podem distinguir em frequência, intensidade e duração das observadas durante o parto espontâneo. Na infusão de doses mais altas, ou quando administrado por injeção única, o fármaco é capaz de causar tetanias uterinas que se mantêm. Além de seu efeito sobre o útero, a ocitocina contrai as células mioepiteliais que circundam os alvéolos mamários, ocasionando assim a secreção de leite e facilitando a lactação. Sendo sintético, SYNTOCINON não contém vasopressina, porém mesmo em sua forma pura, a ocitocina possui alguma atividade antidiurética intrínseca fraca do tipo da vasopressina. Outro efeito farmacológico observado com altas doses de ocitocina, particularmente quando administrada por injeção intravenosa rápida, consiste em um efeito relaxante temporário e direto sobre a musculatura vascular lisa, resultando em breve hipotensão, rubor e taquicardia reflexa (veja “Precauções e advertências”).
Farmacocinética
Níveis plasmáticos e início/duração do efeito
Infusão intravenosa. Quando se administra SYNTOCINON por infusão intravenosa contínua em doses adequadas para a indução do parto ou estímulo das contrações, a resposta uterina se estabelece gradativamente e alcança um estado de equilíbrio geralmente dentro de 20 a 40 minutos.
Os níveis plasmáticos correspondentes da ocitocina são comparáveis aos medidos durante o primeiro estágio do parto espontâneo. Por exemplo, em 10 mulheres grávidas a termo recebendo 4 miliunidades por minuto por infusão intravenosa, os níveis plasmáticos de ocitocina foram de 2 a 5 microunidades/mL. Com a interrupção da infusão, ou depois de uma redução substancial da velocidade de infusão, como por exemplo, no caso de um superestímulo, a atividade uterina diminui rapidamente, mas pode continuar em nível inferior adequado. Injeção intravenosa e intramuscular. Quando administrada por via intravenosa ou intramuscular para a prevenção ou tratamento da hemorragia pós-parto, SYNTOCINON age rapidamente, com um período de latência inferior a 1 minuto por injeção intravenosa, e de 2 a 4 minutos por via intramuscular. A resposta ocitócica mantém-se por 30 a 60 minutos após a administração intramuscular, podendo ser mais breve com a injeção intravenosa. Distribuição
A ocitocina é distribuída através de fluidos extracelulares, atingindo o feto em uma quantidade mínima. O volume de distribuição no estado de equilíbrio, determinado em 6 homens sadios depois da administração de SYNTOCINON por injeção intravenosa, foi de 12,2 L ou 0,17 L/kg. A ligação com proteínas plasmáticas é muito baixa. A ocitocina pode ser encontrada em pequenas quantidades no leite materno. Biotransformação
A ocitocinase, uma glicoproteína aminopeptidase, é produzida durante a gravidez, está presente no plasma e é capaz de degradar a ocitocina. A atividade enzimática aumenta gradualmente até se aproximar o termo da gestação, momento no qual aumenta bruscamente. A partir daí, a atividade enzimática diminui após o parto. Durante esse período, a atividade enzimática na placenta e no tecido uterino é também alta. Há pouca ou nenhuma degradação da ocitocina no plasma de homens, de mulheres não-grávidas ou do sangue do cordão umbilical.
Eliminação
A facilidade relativa com que podem ser reguladas a velocidade e a força das contrações uterinas através da infusão intravenosa de SYNTOCINON, deve-se à curta meia-vida da ocitocina. Os valores relatados por diversos pesquisadores oscilam entre 3 a 20 minutos. O metabolismo da ocitocina plasmática ocorre principalmente no fígado e rins. A taxa de depuração metabólica é de cerca de 20 mL/kg por minuto em homens e em mulheres grávidas. Menos de 1% da dose administrada é excretada de forma inalterada na urina.
Dados de segurança pré-clínicos
Dados pré-clinicos para ocitocina não revelaram riscos para humanos baseados em estudos convencionais de dose única de toxicidade aguda, genotoxicidade e mutagenicidade. Foram observados efeitos (peda fetal em ratos) em um estudo pré-clínico, mas somente em exposições consideradas suficientemente excessivas em relação a exposição humana máxima, com pequena relevância para o uso clínico. Toxicidade aguda
Estudos de toxicidade de dose única de ocitocina em ratos e camundongos foram conduzidos com administração oral, intravenosa e subcutânea. A toxicidade aguda oral (e subcutânea) foi de 20,5 mg/kg de peso corporal em ratos e excedeu em 514 mg/kg de peso corporal em camundongos. Por via intravenosa a dose letal de ocitocina foi de 2,3 mg/kg de peso corporal em ratos e 5,8 mg/kg de peso corporal em camundongos. Deste modo, a dose letal intravenosa de ocitocina em camundongos excedeu a dose intravenosa usual em humanos por um fator maior que mil. Mutagenicidade
Foi realizado um estudo in vitro de genotoxicidade e mutagenidade com ocitocina. Testes foram negativos para aberrações cromossômicas e trocas entre cromátides-irmãs em culturas de linfócitos periféricos humanos. Nenhuma mudança significativa no índice mitótico foi observada. A ocitocina não possui propriedade genotóxica. Carcinogenicidade, teratogenicidade e toxicidade reprodutiva
O tratamento de ratas em inicio de gestação, com ocitocina em doses milhares de vezes maiores do que a dose usada para induzir partos em humanos, causou perda fetal em um estudo, mas sua relevância é desconhecida. Não estão disponíveis estudos padrões de teratogenicidade, performance reprodutiva e carcinogenicidade com a ocitocina.