Características farmacológicas tecnoplatin

TECNOPLATIN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de TECNOPLATIN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com TECNOPLATIN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica:
A cisplatina penetra nas células por difusão. Os átomos de cloro são deslocados diretamente por reação com nucleófilos como os tióis; a hidrólise do cloro é provavelmente responsável pela formação de espécies ativadas da droga. Os complexos de platina podem reagir com o DNA, formando ligações cruzadas inter e intra filamentosas. É provável que a forma geométrica cis é mais propensa à formação de união cruzada intra e inter filamentosa que a forma trans. A formação das ligações cruzadas inter filamentosas é um processo bastante lento e ocorre em pequena extensão. A união covalente com proteínas do DNA também tem sido demonstrada. Até o momento não existe uma associação conclusiva entre o tipo simples de lesão bioquímica e a citotoxicidade. A especialidade de cisplatina com relação à fase do ciclo celular parece ser diferente entre os tipos celulares, embora os efeitos de ligações cruzadas sejam mais pronunciados durante a fase S. Mesmo sendo a cisplatina mutagênica e teratogênica, uma maior incidência de tumores secundários, que tem sido observada com certos agentes alquilantes, não têm sido reportada com o uso da cisplatina. Tornam-se necessárias, todavia, observações mais detalhadas e por longo prazo, antes que as conclusões sejam tomadas a este respeito. Além de reagir com o DNA, a cisplatina pode reagir com outros nucleófilos como o grupo das proteínas tiol. Especula-se que alguns dos efeitos tóxicos da droga, como nefro e ototoxicidade, além dos vômitos intensos, sejam devidos a estas reações. A cisplatina tem uma ação imunossupressora. Rejeições de enxerto de pele e respostas enxerto versus hospedeiro são suprimidas em animais, do mesmo modo que a mitogênese é estimulada em linfócitos pela fito- hemaglutinina.

Farmacocinética:
A cisplatina não é eficaz quando administrada por via oral. Após a administração intravenosa rápida, a droga apresenta uma meia-vida plasmática inicial por volta dos 25 a 50 minutos; as concentrações plasmáticas diminuem subseqüentemente apresentando uma meia-vida de 58 a 73 horas. Mais de 90% da platina plasmática encontra-se unida às proteínas, sob forma inativa. Concentrações elevadas de cisplatina são encontradas nos rins, fígado, intestinos e testículos, mas existe uma baixa penetração no SNC, pois a droga não atravessa facilmente a barreira hematoencefálica. Somente uma pequena porção da droga livre é eliminada pelos rins, sendo cerca de 10% nas primeiras 4 horas e 30% durante 24 horas. Após 5 dias, até 43% da dose administrada é encontrada na urina. A cisplatina é eliminada por filtração e também secretada pelos túbulos renais, especialmente sob a forma de metabólitos reativos. O aumento da diurese induzido pelo manitol não altera a eliminação renal da cisplatina, mas diminui a eliminação dos metabólitos tóxicos. Quando a cisplatina é administrada por infusão ao invés de injeção intravenosa rápida, a meia-vida plasmática fica diminuída, e o montante de droga excretado é maior. A quantidade de cisplatina excretada pelo trato biliar ou intestinal ainda é desconhecida. O ritmo circadiano não afeta a eliminação e a toxicidade da cisplatina no homem.