Características farmacológicas vancomicina

VANCOMICINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de VANCOMICINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com VANCOMICINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



O cloridrato de vancomicina é um antibiótico
glicopeptídeo tricíclico, cromatograficamente purificado, de fórmula molecular
C66H75Cl2N9O24.HCl e o peso molecular é 1,486, derivado de cepas de Amycolatopsis orientalis (anteriormente conhecido como Nocardia orientalis), ativo contra microrganismos gram-positivos.

Propriedades farmacodinâmicas: a ação bactericida da vancomicina resulta principalmente da inibição da biossíntese da parede celular, da alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática e da síntese do RNA (ácido ribonucleico). Não há resistência cruzada entre a vancomicina e outras classes de antibióticos. A vancomicina é ativa in vitro contra: estafilococos, incluindo S. aureus e S. epidermidis (incluindo cepas resistentes à meticilina): estreptococos, incluindo S. pyogenes, S. pneumoniae (incluindo cepas resistentes à penicilina), Streptococcus agalactiae, grupo viridans, Streptococcus bovis; enterococos, incluindo Enterococcus faecalis (anteriormente conhecido como Streptococcus faecalis); Clostridium difficile (incluindo cepas toxigênicas, relacionadas com enterocolites pseudomembranosas) e difteroides. Outros microrganismos que são sensíveis à vancomicina in vitro incluem Listeria monocytogenes, Lactobacillus sp., Actinomyces sp., Clostridium sp. e Bacillus sp.
A resistência à vancomicina in vitro foi reportada entre algumas cepas de enterococos e estafilococos. A combinação de vancomicina e um aminoglicosídeo age sinergicamente in vitro contra muitas cepas de S. aureus, estreptococos não enterococos do grupo D, enterococos, Streptococcus sp. (grupo viridans).
A vancomicina não é ativa in vitro contra bacilos gram-negativos, micobactérias ou fungos.

Propriedades farmacocinéticas: A vancomicina é administrada por via intravenosa para o tratamento de infecções sistêmicas. A injeção intramuscular é dolorosa. Em pacientes com função renal normal, doses intravenosas múltiplas de um grama de vancomicina, infundidas em 60 minutos, produzem concentrações plasmáticas médias de aproximadamente 63 μg/mL, imediatamente após o final da infusão, e 23 g/mL e 8 g/Ml após 2 e 11 horas, respectivamente. Doses múltiplas de 500mg, infundidas em 30 minutos, produzem concentrações plasmáticas médias de 49 g/mL, imediatamente após o final da infusão, e 19 g/mL e 10 g/mL após 2 e 6 horas, respectivamente. As concentrações plasmáticas com doses múltiplas são similares às com doses únicas. A meia-vida média de eliminação da vancomicina do plasma é de 4-6 horas em pacientes com função renal normal. Nas primeiras 24 horas, cerca de 75% da dose administrada são excretados na urina por filtração glomerular. O clearance plasmático médio é cerca de 0,058 litros/kg/hora e o clearance renal médio é cerca de 0,048 litros/kg/hora. O clearance renal da vancomicina é razoavelmente constante e responsável por 70 a 80% da eliminação da vancomicina. O volume de distribuição varia de 0,3 a 0,43 litros/kg. Não há metabolismo aparente da droga.
O clearance total sistêmico e renal da vancomicina pode estar reduzido no idoso, devido ao decréscimo natural da filtração glomerular. A ligação proteica da vancomicina é de aproximadamente 55%, quando medida por ultra filtração em níveis séricos de 10-100 g/mL de vancomicina. Após administração intravenosa de cloridrato de vancomicina, são encontradas concentrações inibitórias nos líquidos pleural, pericárdico, ascítico, tecido atrial e sinovial, assim como na urina e no líquido peritoneal. A vancomicina não penetra prontamente o líquido cerebroespinal, a menos que as meninges estejam inflamadas.
A insuficiência renal diminui a excreção da vancomicina. Em pacientes anéfricos, o tempo de eliminação é de 7,5 dias.

Testes de sensibilidade com discos – método padronizado pelo Comitê Nacional de
Padrões de Laboratórios Clínicos foi recomendado para testar a sensibilidade à vancomicina. Os resultados dos testes de sensibilidade, usando discos de 30μg de vancomicina, devem ser interpretados de acordo com os seguintes critérios: microrganismos sensíveis produzem halo de inibição maior ou igual a 12mm, indicando que o microrganismo pode responder muito bem ao tratamento; microrganismos que produzem halo de 10 a 11mm são considerados de sensibilidade intermediária, podendo responder ao tratamento se a infecção estiver confinada a tecidos ou líquidos orgânicos, nos quais o antibiótico encontra-se em alta concentração; e microrganismos resistentes produzem halo de inibição menor ou igual a 9mm, indicando que deve ser usada outra terapia.
Usando o método de diluição padronizado, uma bactéria isolada pode ser considerada sensível se a concentração mínima inibitória (CIM) para vancomicina for 4 g/mL ou menor.
São considerados resistentes à vancomicina se a CIM for maior ou igual a 16 g/mL. Os microrganismos que têm um CIM menor que 16 g/mL e maior que 4 g/mL são considerados de sensibilidade intermediária. Procedimentos padronizados requerem o uso de cepas de microrganismos de controle. Os discos de 30 g de vancomicina devem produzir halos de inibição com diâmetros entre 15 e 19 mm para S. aureus ATCC 25923. Da mesma forma dos métodos padronizados de difusão, os procedimentos de diluição requerem o uso de cepas de microrganismos de controle. A vancomicina padrão deve dar valores de CIM variando de 0,5 a 2,0 g/mL para o S. aureus ATCC 29213. Para o E. faecalis ATCC 29212, a variação da CIM deverá ser de 1 a 4 g/mL.