Características farmacológicas velban

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Descrição: o sulfato de vimblastina é o sal de um alcaloide extraído da Vinca rósea Linn, uma planta florescente comum, conhecida como pervinca (mais propriamente conhecida como Catharanthus roseus G. Don.). Anteriormente o nome genérico era vincaleucoblastina, abreviado VLB. Quando células em proliferação foram tratadas com esta preparação in vitro ficaram retidas na metáfase.

Farmacocinética:
Absorção: a vimblastina é absorvida de forma imprevisível pelo trato gastrintestinal. Deve ser administrada via intravenosa direta para apresentar ação terapêutica.
Distribuição: após administração intravenosa é rapidamente distribuída do sangue ao tecido. O sulfato de vimblastina não penetra bem no líquido cefalorraquidiano.
Eliminação: estudos farmacocinéticos em pacientes com câncer demonstraram uma queda trifásica do nível sérico após uma injeção intravenosa rápida de sulfato de vimblastina. A meia-vida inicial é de 3,7 minutos, a meia-vida média é de 1,6 hora e a meia-vida final é de 24,8 horas. Baixas concentrações estão presentes no organismo 48 a 72 horas após a injeção. Como a principal via de excreção é o sistema biliar, a toxicidade dessa droga pode ser aumentada quando há diminuição da função hepática. Foi demonstrado que o metabolismo dos alcaloides da vinca é mediado por isoenzimas hepáticas do citocromo
P450 na subfamília CYP 3A. Esta via metabólica pode estar prejudicada nos pacientes com função hepática diminuída ou que estão utilizando concomitantemente potentes inibidores destas isoenzimas como a eritromicina, o que causaria um aumento da toxicidade do sulfato de vimblastina. Após injeção de vimblastina tritiada em pacientes cancerosos, 10% da radioatividade foram encontradas nas fezes, 14% na urina e a atividade restante não foi computada. Estudos similares em cães mostraram que após 9 dias, 30 a 36% da radioatividade foram detectadas na bile e 12 a 17% na urina. Um estudo similar em ratos demonstrou que as concentrações mais altas de radioatividade foram encontradas no pulmão, fígado, baço e rins, duas horas após a injeção.

Farmacodinâmica:
Dados experimentais indicam que o sulfato de vimblastina tem uma ação diferente de outros agentes antineoplásicos conhecidos. Estudos em culturas de células indicam uma interferência no metabolismo de aminoácidos, e os testes in vivo tendem a confirmar os testes in vitro. Outros estudos in vitro e in vivo demonstraram que o sulfato de vimblastina age na fase M da divisão celular resultando em células atípicas. No entanto, as respostas terapêuticas não são completamente explicadas pelas alterações citológicas.
O ácido glutâmico e o triptofano podem reverter a ação antitumoral. Também tem sido observado que, em ratos, o ácido glutâmico e o ácido aspártico possuem um efeito protetor quando doses letais de sulfato de vimblastina são administradas. Outros estudos indicam que o sulfato de vimblastina possui um efeito sobre a produção da energia celular necessária para a mitose e interfere na síntese do ácido nucleico. O mecanismo de ação do sulfato de vimblastina está relacionado com a inibição da formação de microtúbulos no fuso mitótico, resultando em uma parada da divisão celular na metáfase.