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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS VINCRISTINA

Deve-se ter cautela com pacientes que estejam utilizando medicamentos que inibam o metabolismo de isoenzimas hepáticas do citocromo P450, subfamília CYP3A, ou em pacientes com disfunção hepática.
A administração concomitante de sulfato de vincristina e itraconazol causou início prematuro e/ou aumento da gravidade dos efeitos adversos neuromusculares. Foi reportado o aumento da toxicidade em crianças que receberam itraconazol, juntamente com nifedipino ou não, durante tratamento envolvendo vincristina. O itraconazol parece potencializar a toxicidade de vincristina através da inibição das isoenzimas da família citocromo P450 através da redução da depuração da vincristina9, 10, 11, 12 ou através da inibição da bomba de efluxo da glicoproteína P10, 11, aumentando a concentração intracelular de vincristina. O nifedipino também diminui a depuração da vincristina por mecanismos semelhantes e pode, teoricamente, potencializar a toxicidade9, 11, 12.
O uso concomitante de sulfato de vincristina com fenitoína pode causar redução dos níveis sanguíneos do anticonvulsionante e consequente aumento da convulsão e o ajuste de dose pode ser necessário baseado na monitoração do nível sanguíneo. A contribuição do sulfato de vincristina para essa interação com fenitoína não é certa. Em estudo farmacocinético foi verificado que a depuração sistêmica de vincristina foi 63% maior quando utilizada concomitantemente com fenitoína ou carbamazepina (dois indutores da isoenzima CYP3A4). A significância clínica deste fato é desconhecida 13.
O uso associado de mitomicina C com os alcaloides da vinca pode desencadear reações como broncoespasmo e dispneia aguda, que pode ocorrer dentro de minutos ou várias horas após a administração de sulfato de vincristina. Pode ocorrer dispneia progressiva que necessite de terapia crônica e, neste caso, sulfato de vincristina não deve ser readministrado.

O sulfato de vincristina pode interagir com os seguintes medicamentos:
Alopurinol, colchicina, probenecida e sulfimpirazona: provoca um aumento da concentração sérica de ácido úrico. Torna-se necessário, portanto, um ajuste da dose dessas substâncias para se evitar uma possível nefropatia.
Asparaginase: pode acarretar neurotoxicidade. Aconselha-se que, quando da necessidade de associação com sulfato de vincristina a asparginase seja administrada após o sulfato de vincristina.
Bleomicina: o uso de sulfato de vincristina associado com a bleomicina facilita a ação da bleomicina, pois interrompe o ciclo celular na fase de mitose.
Medicamentos que produzem discrasia sanguínea, depressores da medula óssea e radioterapia: o uso simultâneo com o sulfato de vincristina pode potencializar a ação depressora sobre a medula óssea.
Doxorrubicina: o uso com sulfato de vincristina e prednisona acarreta maior depressão medular, não sendo aconselhável esta combinação.
Medicamentos neurotóxicos e irradiação da medula: pode levar a uma neurotoxicidade auditiva.
Isoniazida: ocorrência de neurotoxicidade grave em uso concomitante com vincristina14.
Digoxina: em uso concomitante os efeitos da digoxina podem ser diminuídos15.
Varfarina: como é um anticoagulante, aumenta os riscos de sangramento16, 17, 18, 19, 20, 21, 22.
Vacinas com vírus vivos: como os mecanismos de defesa estão diminuídos, o uso simultâneo de vacinas com vírus vivos pode acarretar uma replicação desses vírus, aumentar os eventos adversos da vacina e/ou diminuir a resposta humoral do paciente à vacina. A imunização de pacientes em tratamento com sulfato de vincristina só deverá ser realizada com a autorização do médico quimioterapeuta responsável e após uma avaliação do quadro hematológico do paciente.
O intervalo de tempo entre a interrupção dos medicamentos que produzem imunossupressão e a recuperação da capacidade de resposta à vacina depende do medicamento utilizado, de sua intensidade e da enfermidade subjacente, entre outros fatores e estima-se em aproximadamente 3 meses a 1 ano. Os pacientes com leucemia em fase de remissão não devem receber vacinas com vírus vivos até pelo menos 3 meses após a última quimioterapia. Além disso, a imunização com vacinas orais de poliovírus devem ser adiadas naquelas pessoas em contato direto com o paciente, especialmente os membros da família.

Adjuvantes intravenosos incompatíveis:
-Furosemida: Uso de furosemida 5 mg/0,5 mL com vincristina 0,5 mg/0,5 mL causa formação imediata de precipitado na adição direta em seringa 23.
-Idarrubicina: Uso de idarrubicina 1 mg/mL em cloreto de sódio a 0,9% com vincristina 1 mg/mL não causa diluição. Imediatamente ocorre ligeira mudança na coloração, a qual persiste segundo avaliação por 24 horas em temperatura de 25ºC em luz fluorescente 24.