Características farmacológicas visken

VISKEN com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de VISKEN têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com VISKEN devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Grupo farmacoterapêutico: betabloqueador. Código ATC: C07AA03.
Mecanismo de Ação / farmacodinâmica
Visken® é um potente antagonista dos receptores beta-adrenérgicos (betabloqueador). Bloqueia ambos, receptores adrenérgicos beta1 e beta2, por mais de 24 horas após a sua administração. Apresenta atividade estabilizadora de membrana insignificante.
Como um betabloqueador, Visken® protege o coração da estimulação dos receptores beta durante o exercício físico e o estresse mental, e também reduz a atividade simpática no coração em repouso. No entanto, sua atividade simpatomimética intrínseca (ASI) mantém o coração com um estímulo basal semelhante ao produzido pela atividade simpática normal em repouso. Desta forma, a frequência cardíaca, a contratilidade em repouso e a condução intracardíaca não são desnecessariamente deprimidas. Como consequência, o risco de bradicardia é pequeno e o débito cardíaco normal não é reduzido.
Visken® é um betabloqueador com atividade vasodilatadora de relevância clínica, a qual resulta do agonismo parcial exercido sobre os receptores beta2 nos vasos sanguíneos. A resistência vascular elevada da hipertensão estabelecida é
diminuída por Visken®, sendo que a perfusão tecidual e dos órgãos não fica comprometida, podendo até ser melhorada. Contrariamente às alterações potencialmente adversas no perfil de lipoproteínas do sangue observadas durante o tratamento com outros betabloqueadores (uma diminuição na razão HDL/LDL), a proporção de lipoproteínas de alta densidade (HDL) para lipoproteínas de baixa densidade (LDL) não é alterada durante o tratamento a longo prazo com Visken®, devido à sua acentuada ASI. Esta ASI exercida sobre o músculo liso brônquico reduz o risco de broncoespasmo em indivíduos não asmáticos com doença pulmonar obstrutiva.
As baixas doses terapêuticas de Visken® refletem sua elevada potência e biodisponibilidade. Esta última, resultante da absorção quase que completa e um efeito de primeira passagem pelo fígado negligível, reduz as variações individuais dos níveis plasmáticos e, assim, leva a efeitos terapêuticos mais constantes numa determinada posologia.

Farmacocinética – Absorção
Após a administração oral dos comprimidos, pindolol é rápida e quase completamente absorvido ( 95%) para o trato
gastrintestinal. A biodisponibilidade absoluta média após a administração oral é de cerca de 87-92%. Os níveis plasmáticos de 10 a 30 ng/mL estão associados com a sua eficácia terapêutica. Após administração de dose única de pindolol 5 mg, a concentração plasmática máxima média (Cmáx) de pindolol foi de 33,1 ± 5,2 ng/mL (Tmax 1-2 h).

– Distribuição
O pindolol é ampla e rapidamente distribuído por todo o corpo com um volume médio de distribuição de 2-3 L/kg. Aproximadamente 40% do fármaco está ligado às proteínas plasmáticas. A cinética de eliminação tem sido geralmente descrita como uma função de decaimento monoexponencial com um compartimento de farmacocinética. Pindolol atravessa a barreira placentária e passa em pequenas quantidades ao leite materno. (vide “Advertências e precauções”). A distribuição transplacentária de pindolol não é estereosseletiva. A gravidez pode alterar a farmacocinética de pindolol, sugerindo um aumento no volume de distribuição e na depuração total.

– Biotransformação / metabolismo
Aproximadamente 60 a 70% do pindolol é metabolizado no fígado, formando metabólitos inativos (hidroxilatos), que são excretados através dos rins e fígado, como glicuronídeo e sulfato etéreo.

– Eliminação
A meia-vida de Visken® é de 3 a 4 horas e o fármaco tem um clearance (depuração) sistêmico entre 400 e 500 mL/min. Após a administração oral, 30 a 40% do fármaco é excretado inalterado na urina. Os metabólitos polares inativos são excretados com meia-vida de eliminação de 8 h. A fração eliminada na bile é de cerca de 6-8%.

– Proporcionalidade da dose
Um aumento proporcional da exposição à dose foi registrado entre a faixa de 5 e 20 mg.

– Efeitos dos alimentos
Não foram observadas diferenças significativas na absorção do pindolol com ou sem alimentos. O alimento pareceu aumentar a taxa de absorção do pindolol levando a uma concentração plasmática máxima um pouco maior (Cmax) no tempo anterior (Tmax), mas esta observação parece ser sem relevância clínica.

Populações especiais – Geriátricos
Os pacientes idosos podem apresentar maiores concentrações plasmáticas de pindolol como resultado combinado de uma diminuição do metabolismo do fármaco na população idosa, uma diminuição do fluxo sanguíneo hepático e eliminação renal diminuída.

– Gravidez
A meia–vida de eliminação de pindolol não diferiu significativamente entre pacientes grávidas e não grávidas (vide “Advertências e precauções”).

– Pacientes com insuficiência renal / hepática
Os pacientes com função renal ou hepática podem ser tratados com doses normais. Somente em casos graves pode ser necessária uma redução da dose diária. A meia-vida plasmática do pindolol é aumentada para 11,5 horas, dependendo da gravidade, em pacientes com insuficiência renal e é aumentada em até 30 horas, dependendo da gravidade, em pacientes com cirrose hepática.

Dados de segurança pré-clínicos – Toxicidade de dose repetida
Em estudos de toxicidade crônica oral (1-2 anos) em camundongos, ratos e cães, Visken® não produziu nenhum efeito tóxico significativo.

– Mutagenicidade e carcinogenicidade
Visken® não apresenta potencial genotóxico. Em dois anos de estudos de carcinogenicidade oral em ratos e camundongos em doses tão elevadas como 98 mg/kg/dia e 124 mg/kg/dia (163 e 207 vezes a dose máxima recomendada para humanos, respectivamente), Visken® não produziu quaisquer lesões patológicas neoplásicas, pré- neoplásicas ou não-neoplásicas.

– Toxicidade reprodutiva
Visken® não foi teratogênico nos estudos em camundongos, ratos e coelhos em 125 a 167 vezes a dose máxima humana (vide “Advertências e precauções”). Em geral, estudos de fertilidade e desempenho reprodutivo em ratos, Visken® não causou efeitos adversos na dose de 10 mg/kg. Na fertilidade e no desempenho de reprodução geral masculina testados em ratos, a toxicidade definitiva caracterizada por mortalidade e dimuição do ganho de peso foi observada no grupo que recebeu 100 mg/kg/dia. Parecia haver um aumento da mortalidade pré-natal do sexo masculino que receberam 100 mg/kg, mas o desenvolvimento da prole não foi prejudicado. Nas fêmeas em que foi administrado Visken® antes do acasalamento até o 21º dia de lactação, o comportamento de acasalamento foi reduzida para 100 mg/kg e 30 mg/kg. Nessas dosagens também houve aumento da mortalidade das crias. Mortalidade pré-natal foi aumentada em 10 mg/kg, mas não havia uma resposta clara com relação à dose no experimento. Houve diminuição na sobrevivência pré-natal em 100 mg/kg (vide “Advertências e precauções”).