Interações medicamentosas ancoron

ANCORON com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de ANCORON têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com ANCORON devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



a) Associações contraindicadas
�� Substâncias biotransformadas pelo citocromo P450 3A4 (CYP3A4): a amiodarona é um inibidor do CYP3A4; quando substâncias biotransformadas por este citocromo são administradas com a amiodarona, pode ocorrer aumento das concentrações séricas dessas substâncias, com aumento de sua toxicidade: Ciclosporina: a combinação com a amiodarona pode aumentar os níveis plasmáticos de ciclosporina; a dose deve ser ajustada. Fentanila: a combinação com a amiodarona pode acentuar os efeitos farmacológicos da fentanila, com aumento de toxicidade. Outros medicamentos metabolizados pelo CYP3A4: lidocaína, tracolimus, sildenafil, midazolam, triazolam, diidroergotamina, sinvastatina e outras estatinas.
�� Medicamentos antiarrítmicos, como os de classe Ia, bepridil, quinidínicos, sotalol (risco de
“torsade de pointes”).
�� Medicamentos não antiarrítmicos que podem provocar “torsade de pointes”: cisaprida,
vincamina, alguns agentes neurolépticos, eritromicina IV, pentamidina (quando administradas por via parenteral).

b) Associações desaconselhadas
�� Laxantes: podem levar à depleção de potássio com consequente risco de “torsade de pointes”, em função da hipocalemia.
�� Betabloqueadores e antagonistas do cálcio (verapamil, diltiazem): a amiodarona pode potencializar bradicardia, parada sinusal e bloqueio AV, especialmente em pacientes com disfunção sinusal subjacente. Se isto ocorrer, recomenda-se a redução da dose de amiodarona, do betabloqueador ou do bloqueador do canal de cálcio; em alguns casos, o tratamento com amiodarona pode ser continuado após colocação de marca-passo.

c) Associações que exigem precauções especiais
�� Medicamentos hipocalemiantes, como corticoides, anfotericina B, tetracosactide e alguns diuréticos. Deve-se prevenir a hipocalemia ou corrigi-la, e monitorar o intervalo QT. Em caso de “torsade de pointes”, não administrar antiarrítmicos e instituir marca-passo. Pode ser administrado magnésio IV.
�� Outros antiarrítmicos: a amiodarona pode produzir efeitos cardíacos aditivos e aumentar o risco de taquiarritmias. A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas de quinidina, procainamida, flecainida e fenitoína; o uso simultâneo de amiodarona com quinidina pode provocar “torsade de pointes”. Portanto, o uso simultâneo da amiodarona com os antiarrítmicos da classe I requer maior atenção. A dose desses agentes antiarrítmicos deverá ser reduzida para 30-50% e suspensa gradualmente, vários dias após o início do tratamento com amiodarona. Quando necessário tratamento antiarrítmico adicionando-se amiodarona, este deve ser iniciado com a metade da dose habitual recomendada.
�� Anticoagulantes: a amiodarona aumenta as concentrações de varfarina pela inibição do citocromo P450 2C9, elevando o risco de sangramento. Deve ser feito um controle mais frequente da taxa de protrombina, assim como a adaptação da posologia dos anticoagulantes durante o tratamento com a amiodarona e após sua suspensão.
�� Digitálicos podem interferir no automatismo e na condução atrioventricular, por sinergismo aditivo, podendo levar à bradicardia excessiva. A amiodarona aumenta a concentração plasmática da digoxina. Em caso de associação com digitálicos recomenda-se acompanhamento clínico, laboratorial, ECG e eventual ajuste posológico do digitálico.
�� Fenitoína: a amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas de fenitoína, por inibição do
citocromo P4502C9, com aumento da incidência de efeitos adversos e toxicidade, podendo resultar em manifestações neurológicas. Recomenda-se acompanhamento clínico, verificação do nível plasmático da fenitoína e redução de sua dose, se surgirem sinais de superdose.
�� Anestésicos gerais: foram relatadas complicações potencialmente graves em pacientes tratados com amiodarona submetidos à anestesia geral, como bradicardia (resistente à atropina), hipotensão, distúrbios da condução, redução do débito cardíaco. Foram também observados alguns casos de complicações respiratórias graves (síndrome de angústia respiratória do adulto), ocasionalmente com óbito, geralmente no pós-operatório imediato.
�� Diuréticos de alça ou diuréticos tiazídicos ou indapamida: o uso simultâneo de amiodarona com diuréticos espoliadores de potássio pode produzir um aumento no risco de arritmias associadas à hipopotassemia.
�� Iodeto sódico I 123 ou iodeto sódico I 131 ou pertecnetato sódico Tc99m: a amiodarona pode inibir a captação na tireoide.

INTERAÇÃO COM ALIMENTOS
Suco de grapefruit não deve ser ingerido durante o tratamento com amiodarona por via oral, porque inibe a biotransformação intestinal de fármacos, mediada pelo CYP3A4, o que pode resultar em níveis plasmáticos tóxicos de amiodarona.