Características farmacológicas xenical

XENICAL com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de XENICAL têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com XENICAL devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Características químicas e farmacológicas
Xenical® (orlistate) é um potente inibidor específico das lipases gastrintestinais, reversível, porém de longa atuação. Xenical® (orlistate) exerce sua atividade terapêutica exclusivamente na luz do estômago e do intestino delgado, formando uma ligação covalente com a porção serina do sítio ativo das lipases gástrica e pancreática. A enzima inativada é incapaz de hidrolisar a gordura proveniente dos alimentos, na forma de triglicérides, em ácidos graxos livres e monoglicerídeos absorvíveis e cerca de 30% da gordura dos alimentos ingeridos são eliminadas nas fezes. Visto que os triglicérides não digeridos não são absorvidos, o déficit calórico resultante possui um efeito positivo sobre a redução do peso, não havendo necessidade de absorção sistêmica para a atividade do medicamento. Com base na dosagem da gordura fecal, o efeito de Xenical® (orlistate) pode ser verificado em 24 a 48 horas após sua administração. Ao descontinuar o tratamento, o conteúdo de gordura nas fezes retorna aos níveis de pré-tratamento em 48 a 72 horas.
Farmacocinética
Absorção
Os estudos realizados em voluntários normais e em voluntários obesos demonstraram que a absorção sistêmica do Xenical® (orlistate) foi mínima. As concentrações plasmáticas de Xenical® (orlistate), não modificado, foram não mensuráveis (< 5 ng/mL) após 8 horas de administração oral de uma dose única de 360 mg de Xenical® (orlistate). Em geral, após tratamentos prolongados com doses terapêuticas, a detecção de Xenical® (orlistate) não modificado no plasma foi esporádica e em concentrações extremamente baixas (< 10 ng/mL ou 0,02 μM), sem qualquer evidência acumulativa, o que é plenamente consistente com uma absorção desprezível.
Distribuição
Não foi possível determinar o volume de distribuição, em função da absorção mínima da droga. In vitro, o Xenical® (orlistate) liga-se em mais de 99% às proteínas plasmáticas (lipoproteínas e albumina foram as principais proteínas de ligação). A afinidade do Xenical® (orlistate) pelos eritrócitos é mínima.
Metabolismo
Com base em dados obtidos de estudos em animais, acredita-se que o metabolismo de Xenical® (orlistate) seja principalmente pré-sistêmico, na parede gastrintestinal. Estudos em pacientes obesos mostraram que dois metabólitos principais (M1 e M3) foram responsáveis por aproximadamente 42% da radioatividade detectada no plasma após a mínima absorção de Xenical® (orlistate). Esses dois metabólitos possuem uma atividade inibidora da lipase extremamente fraca (1.000 e 2.500 vezes menor que o Xenical® (orlistate), respectivamente para o M1 e o M3). Em função dessa baixa atividade inibidora e dos baixíssimos níveis plasmáticos após doses terapêuticas (média de 26 ng/mL e 108 ng/mL, respectivamente), esses metabólitos não têm qualquer efeito farmacológico.
Eliminação
Estudos de excreção da droga, realizados em indivíduos normais ou obesos, demonstraram que a principal via de eliminação do Xenical® (orlistate) é através das fezes. Aproximadamente 97% da dose administrada foi excretada nas fezes, sendo 83% na forma de Xenical® (orlistate) não modificado. A excreção renal cumulativa do total das substâncias relacionadas ao Xenical® (orlistate) foi < 2% da dose administrada. O tempo para atingir a excreção total (fecal e urinária) foi de 3 a 5 dias. O comportamento de Xenical® (orlistate) pareceu ser semelhante entre voluntários com peso normal e obesos. Tanto o Xenical® (orlistate) como o M1 e o M3 estão sujeitos à excreção biliar.
Farmacocinética em populações especiais
A concentração plasmática de orlistate e seus metabólitos M1 e M3 em pacientes pediátricos foram similares à população adulta para uma mesma posologia. A excreção diária de gordura fecal foi 27% e 7% da ingesta nos grupos orlistate e placebo, respectivamente.
Segurança
Dados pré-clínicos baseados em estudos convencionais de segurança farmacológica, toxicidade posológica, genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade na reprodução não revelaram potencial prejuízo ao homem. Não foi observado efeito teratogênico em estudos em animais. Na ausência de efeito teratogênico em animais, malformação fetal em humanos não é esperada.