Características farmacológicas azanem

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Farmacologia Clínica
O aztreonam é um composto betalactâmico monocíclico isolado de Chromobacterium violaceum, interage com proteínas de ligação de penicilina de microrganismos sensíveis e induz a formação de longas estruturas bacterianas filamentosas, cujos membros são caracterizados por ter a 2-oxoazetidine-1-sulfônico molécula de ácido. O aztreonam não apresenta núcleo dicíclico, por isso não apresenta reações de pele como as penicilinas em testes de alergias. A atividade antimicrobiana atinge somente bactérias aeróbias Gram-negativas, apresentando pouca ou nenhuma atividade contra as bactérias aeróbicas Gram-positivas e microrganismos anaeróbicos. O aztreonam exibe maior semelhança com gentamicina, tobramicina e antibióticos aminoglicosilados, entretanto não apresenta nefrotoxicidade, sendo um imunogênico de ação leve, não sendo associado a desordens de coagulação. Existe semelhança também entre o aztreonam e as cefalosporinas de terceira geração contra a maioria das enterobactérias.

Microbiologia
A maioria das espécies de Pseudomonas aeruginosa é sensível ao aztreonam, mesmo as que são resistentes às penicilinas anti-pseudomonas e aos aminoglicosídeos. As bactérias Gram-positivas e os microrganismos anaeróbicos são resistentes, no entanto a sua atividade contra as Enterobacteriaceae é excelente, da mesma maneira que contra P. aeruginosa. É também altamente ativo in vitro contra H. influenzae e gonococos. Aztreonam tem excelente atividade contra os principais patógenos Gram-negativos como E. coli, Klebsiella, H. influenzae, Serratia spp. e Pseudomonas aeruginosa. Para Pseudomonas, a concentração bactericida mínima (MBC) é geralmente 4-16 vezes maior do que o MIC (Mínima Concentração Inibitória). Estabelecidos os pontos críticos de susceptibilidade para aztreonam usando ágar e caldo de diluições obteve-se 8µg/mL ou menos (suscetível), 16µg/mL (intermédio) e 32µg/mL ou mais (resistente). A maioria dos Enterobacteriaceae, nomeadamente E. coli, K. pneumoniae e espécies Citrobacter spp. são inibidas por menos de 1µg/mL de aztreonam. Serratia marcescens e Enterobacter spp. são menos suscetíveis (MIC 90 1-4µg/mL), enquanto que H. influenzae e N. gonorrhoeae são mais suscetíveis (MIC 90 – 0,25µg/mL). Pseudomona aeruginosa exige que o MIC seja na faixa de 8 a 12µg/mL de aztreonam.

Farmacocinética
O aztreonam não é absorvido por via oral. Ele é distribuído na maioria dos fluidos corporais, incluindo osso, fluído da vesícula, a bile, secreção brônquica e intestinal. Ele atravessa a barreira hematoencefálica e atinge níveis terapêuticos no líquido cefalorraquidiano (1,4µg/mL). O aztreonam penetra no líquido cefalorraquidiano (LCR) mais rapidamente em pacientes com inflamação das meninges. Também é ativo em uma ampla gama de valores de pH, tornando-se um complemento útil no tratamento de abscessos. Após a injeção intramuscular, a absorção é quase completa. A absorção após a administração intraperitoneal em pacientes com peritonite é de 92%. Ao longo de um intervalo de dosagem de grande porte, as concentrações plasmáticas aumentam em proporção direta com a dose. Difusão através da placenta é pobre, como é a difusão para o leite materno. A meia-vida sérica é 2,4 – 5,7 horas para prematuros, durante a primeira semana de vida. Em contraste, a meia-vida média é de 1,7 horas para pacientes com mais de um mês, porém, menor de 12 anos de idade. A eliminação de aztreonam é principalmente renal. Cerca de 60% a 70% da dose administrada é excretada na urina sob forma inalterada. Em pacientes com insuficiência renal, as concentrações séricas de aztreonam são mais elevadas, e a meia vida é prolongada. Sua rota primária de eliminação é a urina, a meia vida sérica do fármaco em pacientes com função renal normal é de aproximadamente 1,5 – 2,1 horas (90 – 126 minutos), o intervalo recomendado para uso em pacientes com função renal normal é de aproximadamente 8 horas. A farmacocinética de aztreonam é alterada pelos resultados de lesão termal, contudo, a depuração de creatinina (CLCR) pode ser usada para avaliar a depuração de aztreonam em pacientes queimados. A disposição de aztreonam em pacientes queimados é alterada devido à lesão termal, o efeito principal é um aumento do volume de distribuição. Além disso, a depuração total e a depuração renal de aztreonam (CLT , CLR ) não parecem ser afetadas e manteve-se fortemente associada à CLCR. Com base nestes resultados, doses maiores de aztreonam podem ser necessárias nesta população de pacientes, no entanto, intervalos de administração mais frequentes podem não ser garantidos. Em estudos farmacocinéticos e clínicos com o aztreonam no período perinatal, a dose de 1g via intravenosa apresentou uma rápida distribuição no cordão umbilical, com concentrações superiores a 15µg/mL em 1 hora e 36 minutos após a administração e concentração maior que 10µg/mL em 4 horas e 30 minutos após a administração da injeção. Essas diferenças de concentrações não foram observadas entre a amostra de soro recolhida da artéria e da veia do cordão umbilical. No líquido amniótico a concentração alcançada foi de 10µg/mL em 3 horas e 37 minutos após a administração. A distribuição do aztreonam no leite materno, após 6 horas da administração alcançou uma concentração entre 0,4µg/mL e 1,0µg/mL. Foi administrado 1g de aztreonam duas vezes ao dia através de infusão em 4 casos de infecção perinatal por 5 a 9 dias. Em todos os casos o aztreonam se mostrou eficaz, além de não apresentar efeitos colaterais e nenhum registro laboratorial anormal. Por tais resultados apresentados o aztreonam pode ser considerado altamente efetivo e seguro para usos clínicos, tanto no parto quanto no pós-parto. Em um estudo realizado com 6 homens saudáveis, com idades entre 24 e 40 anos foram administrados 1g de aztreonam por administração parietal. Níveis séricos de sangue foram coletados ao longo de 8 horas e amostras de urina foram coletadas durante 24 horas. Após 0,5 horas da administração do aztreonam a concentração encontrada foi de 50µg/mL e caiu para 2 a 3µg/mL em 8 horas. A meia-vida foi de 1,93 horas e o volume de distribuição foi equivalente a 12% do peso corpóreo médio. A depuração foi de 89,0 mL/min, e 79,7% da dose foi recolhida na urina dentro de 24 horas. O aztreonam possui rápida penetração atingindo o máximo de 25,4µg/mL em 1,8 horas após administração. As amostras de sangue e urina foram submetidas ao HPLC e nenhum metabólito foi detectado. Em nenhum dos 6 voluntários foram observados efeitos colaterais após a administração do aztreonam. Realizou-se a repetição dos testes laboratoriais (24 horas após administração) de bioquímica e hematologia e os resultados mantiveram-se normais. Cada um dos seis indivíduos receberam, por designação aleatória, 0,5g, 1g ou 2g de aztreonam no dia 1 do estudo e uma dose alternativa 1 e 2 semanas mais tarde. Amostras de soro foram obtidas a 0, 0. 25, 0.5, 1, 1.5, 2.5, 4.5, 6.5, 8.5, e 12.5 h após o início da infusão do fármaco. Após uma dose de 1g, níveis de aztreonam em soro permanecem bem acima do MIC para H. influenzae, E. coli, Klebsiella spp., Proteus spp., Morganella spp. e Providencia spp. por 12 horas e Citrobacter spp. e Serratia spp. por pelo menos 6 horas.