Características farmacológicas pericor

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Propriedades Farmacodinâmicas
O perindopril é um inibidor da enzima de conversão da angiotensina I (IECA) na substância vasoconstritora denominada angiotensina II. A angiotensina II também estimula a secreção de aldosterona pelo córtex adrenal.
A enzima de conversão, ou quininase, é uma exopeptidase que permite por um lado a conversão da angiotensina I em angiotensina II, substância vasoconstritora, e, por outro lado, a degradação da bradicinina vasodilatadora em heptapeptídeo inativo. Tal ação resulta em:
-diminuição da secreção de aldosterona;
-aumento da atividade da renina plasmática devido à perda do feedback negativo da aldosterona; -redução da resistência arterial periférica total com ação preferencialmente no fluxo sanguíneo renal e muscular, sem retenção associada de sódio ou fluido ou taquicardia reflexa, no tratamento de longo prazo.
Como todos os inibidores da enzima conversora de angiotensina, o perindopril reduz a degradação de bradicinina, um forte peptídeo vasodilatador, em peptídeos inativos.
Os efeitos hipotensores do perindopril também são observados em pacientes com níveis baixos ou normais de renina.
O perindopril age pelo intermédio de seu metabólito ativo, o perindoprilato, sendo os outros metabólitos inativos.

Características da Atividade Anti-hipertensiva:
Na hipertensão arterial
O perindopril é ativo em todos os estágios da hipertensão: leve, moderada ou grave. As pressões arteriais sistólica e diastólica são controladas tanto no paciente em repouso quanto no paciente em atividade física.
A atividade anti-hipertensiva é máxima entre a 4a e a 6a hora após a administração de uma dose única e é mantida por no mínimo 24 horas.
A inibição residual da enzima conversora de angiotensina é alta após 24 horas: aproximadamente 80%.
Em pacientes que respondem ao tratamento, a normalização da pressão arterial é alcançada após 1 mês de tratamento e é mantida sem desenvolvimento de tolerância.
A interrupção do tratamento não causa hipertensão de rebote.
O perindopril possui propriedades vasodilatadoras, restaura a elasticidade das artérias de grande calibre e reduz a hipertrofia do ventrículo esquerdo.
Quando necessário, a combinação de um inibidor da ECA com um diurético tiazídico resulta em efeitos sinérgicos. Esta associação também pode diminuir o risco de hipocalemia relacionada à administração do diurético isoladamente.
No tratamento da insuficiência cardíaca:
Em três estudos realizados em pacientes com insuficiência cardíaca crônica, a diminuição da pressão sanguínea ocorreu de forma mais gradual com perindopril do que com outros fármacos da mesma classe farmacológica.
Modo hemodinâmico de ação na insuficiência cardíaca: O perindopril reduz o trabalho cardíaco:
-pela dilatação venosa, provavelmente devido à modificação do metabolismo da prostaglandina: redução da pré-carga,
-pela redução da resistência periférica total: redução da pós-carga. Estudos em pacientes com insuficiência cardíaca têm demonstrado: -uma diminuição da pressão arterial diastólica dos ventrículos; -uma diminuição da resistência vascular periférica total;
-um aumento do débito cardíaco e uma melhora do índice cardíaco; -um aumento local do fluxo sanguíneo muscular.

Propriedades Farmacocinéticas
O perindopril é rapidamente absorvido por via oral. A quantidade absorvida representa de 65 a 70% da dose administrada.
O perindopril é hidrolisado a perindoprilato, que é um inibidor específico da enzima conversora de angiotensina.
A quantidade de perindoprilato formada é modificada pela alimentação. O pico de concentração plasmática do perindoprilato é atingido em 3 a 4 horas. A ligação às proteínas plasmáticas é menor que 30%, mas é dose-dependente.
Com a administração repetida de uma única dose diária de perindopril, o estado de equilíbrio é alcançado, em média, em 4 dias. A meia-vida efetiva de acumulação é de aproximadamente 24 horas.
As concentrações plasmáticas de perindoprilato são significantemente mais altas em pacientes com o clearance da creatinina abaixo de 60 mL/min, que é o caso dos pacientes com insuficiência renal ou dos pacientes idosos. A eliminação também é diminuída em pacientes com insuficiência cardíaca. O clearance de diálise do perindopril é de 70 mL/min.
Uma adaptação posológica pode ser necessária em função do clearance da creatinina.
Os parâmetros cinéticos do perindopril são modificados em pacientes com cirrose: o clearance hepático do perindopril é reduzido à metade. No entanto, a quantidade de perindoprilato formado não é reduzida e por essa razão não há necessidade de se fazer um ajuste na dosagem.
Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina podem atravessar a placenta.
A meia-vida plasmática do perindopril é de 1 hora. A taxa de biotransformação em perindoprilato é de aproximadamente 20%.
A alimentação não afeta a biodisponbilidade do perindopril mas pode retardar a sua transformação em perindoprilato (metabólito ativo).
O volume de distribuição é próximo de 0,2 L/Kg para o perindoprilato livre. Além do perindoprilato ativo, o perindopril tem 5 metabólitos inativos. O perindoprilato é eliminado por via urinária e a meia-vida de sua fração livre sérica é, em média, de 3 a 5 horas. A dissociação da ligação do perindoprilato à enzima de conversão da angiotensina conduz a uma
meia-vida de eliminação “efetiva” de 25 horas.
Após administração repetida, não se observa acúmulo de perindopril e a meia-vida do perindoprilato, após administrações repetidas, corresponde à sua meia-vida de atividade, conduzindo a um estado de equilíbrio em 4 dias.
A eliminação do perindoprilato é diminuída nos idosos, na insuficiência cardíaca e na insuficiência renal. Uma adaptação posológica pode ser necessária em função do clearance da creatinina.