Posologia de anfotericina b

Anfotericina B com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Anfotericina B têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Anfotericina B devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



ANFORICIN B deve ser administrado por infusão intravenosa lenta, aplicando durante um período
de aproximadamente 2 a 6 horas, observando-se as precauções usuais para a terapêutica
intravenosa. A concentração recomendada para infusão é de 0,1 mg/mL (1 mg/10mL).
A tolerância dos pacientes ao ANFORICIN B é muito variada e a dose deve ser ajustada às
necessidades individuais de cada paciente (p. ex. : local e intensidade da infecção, agente etiológico,
etc.). Normalmente, a terapia é iniciada com uma dose diária de 0,25 mg/kg de peso corpóreo
administrada por um período entre 2 a 6 horas. Apesar de não estar comprovado o prognóstico de
intolerância, pode ser preferível aplicar uma dose-teste inicial (1 mg em 20 mL de solução
glicosada a 5%), administrada intravenosamente por 20 a 30 minutos. A temperatura do paciente,
pulso, respiração e pressão arterial devem ser anotados a cada 30 minutos durante 2 a 4 horas. Um
paciente com uma infecção fúngica grave rapidamente progressiva, com boa função cardiopulmonar
e que tolere a dose-teste sem uma reação grave, pode receber 0,3 mg/kg de anfotericina B
intravenosamente por um período de 2 a 6 horas. Uma segunda dose menor, i.e., 5 a 10 mg, é
recomendada para os pacientes com disfunção cardiopulmonar ou para os que apresentaram reação
grave à dose-teste. As doses podem ser gradualmente aumentadas em 5 a 10 mg/dia para uma dose
diária final de 0,5 a 1,0 mg/kg.
Atualmente os dados disponíveis são insuficientes para definir a dose total e a duração do
tratamento necessárias para a erradicação de micoses específicas (p.ex.: mucormicose). A dose ideal
é desconhecida. A dose diária total pode chegar até 1,0 mg/kg de peso corpóreo ou até 1,5 mg/kg
quando administrada em dias alternados, em infecções causadas por patógenos menos sensíveis.
CUIDADO: em nenhuma circunstância a dose total diária deverá exceder a 1,5 mg/kg. Uma
superdose de anfotericina B pode resultar em parada cardio-respiratória (ver SUPERDOSE).
Candidíase
Em infecções disseminadas e/ou graves por Candida, as doses usuais de anfotericina B variam de
0,4 a 0,6 mg/kg/dia por 4 semanas ou mais. Doses de até 1 mg/kg/dia podem ser necessárias
dependendo da gravidade da infecção. O tratamento persiste até que se observe claramente uma
melhora clínica, podendo haver necessidade de se administrar doses cumulativas totais de até 2 a 4
g em adultos. Doses menores (0,3 mg/kg/dia) podem ser empregadas em circunstâncias especiais,
por exemplo, em casos de esofagite (causada por Candida) resistente à terapia local, ou quando a
anfotericina B é usada em associação com outros agentes antifúngicos.
Criptococose
A terapia da criptococose com anfotericina B em pacientes não-imunodeprimidos normalmente
requer doses de 0,3 mg/kg/dia por períodos de aproximadamente 4-6 semanas ou até que as culturas
semanais dêem resultados negativo durante 1 mês. Em pacientes imunodeprimidos e/ou naqueles
com meningite, a anfotericina B pode ser administrada em associação com outros agentes
antifúngicos por 6 semanas. Doses diárias maiores de anfotericina B podem ser necessárias em
pacientes gravemente enfermos ou em pacientes em tratamento com anfotericina B isolada.
Em pacientes com meningite criptococócica e com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(SIDA), podem ser necessárias doses maiores (0,7 – 0,8 mg/kg/dia) e o tratamento pode se estender
por 12 semanas. Em pacientes que desenvolveram a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(SIDA), cujas culturas dão resultado negativo após um ciclo padrão de tratamento, pode-se
considerar uma terapia crônica supressora, por exemplo, de 1 mg/kg/semana.
Coccidioidomicose
Em coccidioidomicose primária que requer tratamento, administra-se anfotericina B em doses de
1,0 até um máximo de 1,5 mg/kg/dia, com doses acumuladas de 0,5 a 2,5 g em adultos, dependendo
da gravidade e do local da infecção. Na meningite coccidioidal, podem ser necessárias
administrações sistêmica e intratecal, de acordo com as referências padrões (por exemplo: Stevens,
D. A. – capítulo 244 do Principles and Practice of Infectious Diseases, 3 ed., Mandell, Douglas,
Bennett, Churchill Livingstone, New York, 1990).
Blastomicose
Em pacientes gravemente enfermos devido à blastomicose, recomenda-se doses de 0,3 a 1
mg/kg/dia do produto, com dose acumulada de 1,5 a 2,5 g em adultos.
Histoplasmose
Em casos de histoplasmose pulmonar crônica ou disseminada, recomenda-se geralmente doses
aproximadas de 0,5 a 1 mg/kg/dia, com dose acumulada de 2 a 2,5 g em adultos.
Aspergilose
A aspergilose tem sido tratada com anfotericina via I.V. por um período de até 11 meses. Doses de
0,5 a 1 mg/kg/dia ou mais e doses acumuladas de 2 a 4 g em adultos podem ser necessárias em
casos de infecções graves (por exemplo, pneumonia ou fungemia).
A duração do tratamento para micoses graves pode ser de 6 a 12 semanas ou mais.
Mucormicose rinocerebral
Esta doença fulminante geralmente ocorre em associação com cetoacidose diabética. É imperativo
que a rápida recuperação do controle diabético seja realizado para que o tratamento com
anfotericina B seja bem sucedido. Uma vez que a mucormicose rinocerebral geralmente segue um
curso rapidamente fatal, a conduta terapêutica deve ser necessariamente mais agressiva do que
aquela usada em micoses mais indolentes e as doses de anfotericina B tipicamente variam de 0,7 a
1,5 mg/kg por dia.