Características farmacológicas bactrim infusão venosa

BACTRIM INFUSÃO VENOSA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de BACTRIM INFUSÃO VENOSA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com BACTRIM INFUSÃO VENOSA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Propriedades e efeitos
O Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima) contém dois componentes ativos agindo sinergicamente pelo bloqueio seqüencial de duas enzimas que catalisam estágios sucessivos da biossíntese do ácido folínico no microrganismo. Este mecanismo habitualmente resulta em atividade bactericida in vitro em concentrações nas quais as substâncias individualmente são apenas bacteriostáticas. Adicionalmente, Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima) é freqüentemente eficaz contra organismos que são resistentes a um dos seus dois componentes.
Por causa de seu mecanismo de ação, o risco de resistência bacteriana é minimizado.
O efeito antibacteriano do Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima) in vitro atinge um amplo espectro de organismos patogênicos Gram-positivos e Gram-negativos embora a sensibilidade possa depender da área geográfica em que é utilizado.
Germes geralmente sensíveis (CIM = concentração inibitória mínima < 80 mg/L)* :
(*) equivalente ao SMZ
Cocos: Branhamella catarrhalis.
Bastonetes Gram-negativos: Haemophilus influenzae (beta-lactamase positivo, beta-lactamase negativo), Haemophilus parainfluenzae, E. coli, Citrobacter freundi, Citrobacter spp., Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae outras Klebsiella spp., Enterobacter cloacae, Enterobacter aerogenes, Hafnia alvei, Serratia marcescens, Serratia liquefaciens, outras Serratia spp., Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Morganella morganii, Shigella spp., Yersinia enterocolitica, outras Yersinia spp., Vibrio cholerae.
Diversos bastonetes Gram-negativos: Edwardsiella tarda, Alcaligenes faecalis, Pseudomonas cepacia, Burkholderia (Pseudomonas) pseudomallei.
Baseado em experiência clínica, os seguintes germes devem também ser considerados como sensíveis: Brucella, Listeria monocytogenes, Nocardia asteroides, Pneumocystis carinii, Cyclospora cayetanensis.
Germes parcialmente sensíveis (CIM = 80 – 160 mg/L)*:
(*) equivalente ao SMZ
Cocos: Staphylococcus aureus (meticilino-sensíveis e meticilino-resistentes), Staphylococcus spp. (coagulase- negativo), Streptococcus pneumoniae (penicilino-sensíveis, penicilino-resistentes),
Bastonetes Gram-negativos: Haemophilus ducreyi, Providencia rettgeri, outras Providencia spp., Salmonella typhi, Salmonella-enteritidis Stenotrophomonas maltophilia (anteriormente denominado Xanthomonas maltophilia).
Diversos bastonetes Gram-negativos: Acinetobacter lwoffi, Acinetobacter anitratus (principalmente A. baumanii), Aeromonas hydrophila
Germes resistentes (CIM > 160 mg/L)*:
(*) equivalente ao SMZ
Mycoplasma spp., Mycobacterium tuberculosis, Treponema pallidum.
A prevalência local de resistência ao Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima) entre as bactérias pertinentes à infecção tratada deve ser conhecida quando Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima) é prescrito em bases empíricas.
Para excluir resistência, especialmente em infecções com probabilidade de serem causadas por um patógeno parcialmente sensível, o isolado deve ser testado para sensibilidade.
A sensibilidade ao Bactrim® (sulfametoxazol + trimetoprima) pode ser determinada por métodos padronizados tais como os testes de disco ou de diluição recomendados pelo “National Comittee for Clinical Laboratory Standards” (NCCLS). Os seguintes critérios para susceptibilidade são recomendados pelo NCCLS:
Farmacocinética
As propriedades farmacocinéticas da trimetoprima (TMP) e do sulfametoxazol (SMZ) são muito semelhantes.
Absorção
Após administração oral, TMP e SMZ são rápida e quase completamente absorvidas na porção superior do trato gastrintestinal. Após dose única de 160 mg de TMP + 800 mg de SMZ, picos de concentração plasmática de 1,5 – 3 µg/ mL para TMP e 40 – 80 µg / mL para SMZ são obtidos dentro de 1 a 4 horas. Se a administração for repetida a cada 12 horas, as concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio, atingidas em 2-3 dias, varia entre 1,3 e 2,8µg/ mL para o TMP e entre 32 e 63 µg/ mL para o SMZ.
Distribuição
O volume de distribuição da TMP é cerca de 130 litros e do SMZ é cerca de 20 litros, sendo que 45% de TMP e 66% de SMZ estão ligadas às proteínas plasmáticas.
O TMP em relação ao SMZ penetra melhor em tecido prostático não inflamado, fluido seminal, fluido vaginal, saliva, tecido pulmonar normal inflamado e fluido biliar; a penetração dentro do líquor e humor aquoso é similar para ambos componentes. Grandes quantidades de TMP e pequenas quantidades de SMZ passam da corrente sangüínea para os líquidos intersticiais e outros líquidos orgânicos extravasculares. Entretanto, em associação, as concentrações de TMP e SMZ são superiores às concentrações inibitórias mínimas (CIM) para a maioria dos organismos susceptíveis.
Em seres humanos, TMP e SMZ são detectados nos tecidos fetais (placenta, fígado, pulmão), no sangue do cordão umbilical e líquido amniótico, indicando a transferência placentária de ambas as drogas. Em geral, concentrações fetais de TMP são similares às concentrações maternas, e as de SMZ do feto, menores que as da mãe.
Ambas as substâncias são excretadas pelo leite materno. Concentrações no leite materno são similares à concentração do plasma materno para TMP e mais baixas para SMZ também no plasma materno.
Metabolismo
Aproximadamente 50-70% da dose de TMP e 10-30% da dose de SMZ são excretadas inalteradas na urina. Os principais metabólitos de TMP são os derivados óxidos 1 e 3 e hidroxi 3′ e 4′; alguns metabólitos são microbiologicamente ativos. A SMZ é metabolizada no fígado, predominantemente por acetilação N4 e, em uma menor extensão, por conjugação glicuronídica; os metabólitos são inativos.
Eliminação
As meias-vidas dos dois componentes são muito semelhantes (em média de 10 horas para TMP e 11 horas para SMZ). Elas não são significativamente alteradas em idosos.
Ambas as substâncias, assim como seus metabólitos, são eliminados quase exclusivamente por via renal através de filtração glomerular e secreção tubular, o que determina concentrações urinárias das substâncias ativas consideravelmente mais altas que as concentrações no sangue. Apenas uma pequena parte das substâncias é eliminada por via fecal.
Farmacocinética em condições clínicas especiais
As meias-vidas de TMP e SMZ não são significativamente alteradas nos pacientes idosos com função renal normal. Em pacientes com comprometimento da função renal (clearance de creatinina de 15-30 mL/min) as meias-vidas de ambos os componentes podem estar aumentadas, requerendo ajustes dos regimes de doses.