Interações medicamentosas paracetamol

Paracetamol com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Paracetamol têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Paracetamol devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS OU ALIMENTOS
− alimentos: a administração de paracetamol conjuntamente com alimentos retarda sua absorção.
− barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina e sulfimpirazona: a hepatotoxicidade potencial do paracetamol pode ser aumentada por grandes doses ou administração prolongada destes fármacos.
− álcool: a hepatotoxicidade potencial do paracetamol pode ser aumentada com a ingestão crônica e excessiva de álcool.
− medicamentos hepatotóxicos, indutores de enzimas hepáticas: o risco de hepatotoxicidade com doses tóxicas únicas ou com o uso prolongado de doses elevadas do paracetamol pode aumentar nos pacientes que se utilizam dessas substâncias.
− anticoagulantes derivados da cumarina ou da indandiona: a administração simultânea crônica de doses elevadas de paracetamol pode aumentar o efeito do anticoagulante, possivelmente devido à diminuição da síntese hepática dos fatores que favorecem a coagulação.
− analgésicos anti-inflamatórios não-esteroides, ácido acetilsalicílico ou outros salicilatos: não se recomenda o uso prolongado e simultâneo do paracetamol com salicilatos, uma vez que estudos recentes demonstraram que a administração crônica de doses elevadas de ambos analgésicos (1,35 gramas ao dia, ou ingestão cumulativa de 1 kg anualmente, por 3 anos ou mais) aumenta significativamente o risco de aparecimento de nefropatia, necrose papilar renal, enfermidade renal terminal e câncer de rim ou de bexiga produzidos por analgésicos. Também recomenda-se que a dose combinada de paracetamol e salicilato quando utilizada em curto período de tempo, não exceda a dose recomendada para o paracetamol ou para o salicilato quando administrados separadamente. O uso simultâneo e prolongado de paracetamol com outros analgésicos anti-inflamatórios não-esteroides pode aumentar o risco de se produzir efeitos renais adversos.
− diflunisal: o uso concomitante pode aumentar a concentração plasmática de paracetamol em 50%, aumentando o risco de hepatotoxicidade induzida pelo paracetamol.

INTERFERÊNCIA EM EXAMES LABORATORIAIS
Determinação de glicose no sangue: o paracetamol pode interferir com os sistemas de medida da glicemia em fitas reagentes diminuindo em até 20% os valores médios de glicose; quando a glicemia é realizada pelo método da glicose oxidase/peroxidase, podem aparecer valores falsamente diminuídos, porém provavelmente isto não ocorra com o método da hexoquinase/glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD);

Provas da função pancreática mediante a bentiromida: a administração de paracetamol antes de se realizar as provas com bentiromida pode invalidar os resultados, porque o paracetamol também se metaboliza a uma arilamina e, desta maneira, aumenta a quantidade aparente de ácido p-aminobenzoico (PABA) recuperada; recomenda-se interromper o tratamento com paracetamol pelo menos 3 dias antes da administração de bentiromida;

Determinações de ácido úrico sérico: quando se utiliza o método do fosfotungstato para a determinação do ácido úrico, podem aparecer valores falsamente aumentados;

Determinações do ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) na urina: as provas qualitativas diagnósticas de detecção que utilizam nitrosonaftol como reativo, podem produzir resultados falsamente positivos; as provas quantitativas não apresentam resultados alterados;

Tempo de protrombina, concentrações séricas de bilirrubina, de láctico-desidrogenase e transaminases: quando são ingeridas doses tóxicas de paracetamol (doses superiores a 8 g) ou com o uso prolongado de doses mais baixas (3 a 5 g/dia), podem aparecer valores aumentados, indicando hepatotoxicidade, especialmente em pacientes alcoólicos crônicos, naqueles que tomam outros indutores das enzimas hepáticas ou naqueles com uma enfermidade hepática pré-existente.