Advertências ticlopidina

Ticlopidina com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Ticlopidina têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Ticlopidina devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Foram observados efeitos adversos hematológicos e hemorrágicos, com consequências usualmente graves e às vezes fatais (ver Reações Adversas).
Tais efeitos graves podem estar associados a:
– monitorização inadequada, diagnóstico tardio e medidas terapêuticas inadequadas quanto aos efeitos adversos;
– administração concomitante de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários tais como ácido acetilsalicílico ou AINEs. Entretanto, no caso de implantação de “stent”, a ticlopidina pode ser associada ao ácido acetilsalicílico (100 a 325 mg diários) durante cerca de 1 mês.

• Controle hematológico
Durante os primeiros 3 meses de tratamento com cloridrato de ticlopidina o paciente deve realizar hemograma completo (inclusive contagem de plaquetas) a partir do início do tratamento e a intervalos de 2 semanas durante os 3 primeiros meses, e no decorrer de 15 dias após a descontinuação do cloridrato de ticlopidina, caso o tratamento seja interrompido antes de 3 meses. Em caso de neutropenia (menos de 1.500 neutrófilos/mm3) ou de trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas/mm3) o tratamento deve ser suspenso e os parâmetros hematológicos controlados até o seu retorno a valores normais.

• Controle clínico
Todos os pacientes devem ser cuidadosamente acompanhados quanto a sinais e sintomas de reações adversas, especialmente nos 3 primeiros meses de tratamento. Os pacientes devem ser instruídos sobre sinais e sintomas possivelmente relacionados a neutropenia (febre, dor de garganta, ulcerações na mucosa oral), a trombocitopenia ou alteração da hemostasia
(sangramento prolongado ou inusitado, equimoses, púrpura, fezes escuras) ou a icterícia (pele e conjuntivas amareladas, urina escura, fezes claras, etc.).
Os pacientes devem ser avisados para suspender o tratamento e procurar imediatamente o médico, caso surja algum destes sintomas.
A decisão de reiniciar o tratamento dependerá do resultado dos exames clínicos e laboratoriais.
O diagnóstico clínico de púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) caracteriza-se pela presença de trombocitopenia, anemia hemolítica, sintomas neurológicos, disfunção renal e febre. O início pode ser súbito. Na maioria dos casos, a PTT foi detectada nas primeiras 8 semanas de tratamento. Tendo em vista o risco de óbito, sugere-se aconselhamento por equipe de especialistas em caso de suspeita de PTT. O tratamento com plasmaferese pode melhorar o prognóstico.

• Hemostasia
O uso do cloridrato de ticlopidina deve ser feito com prudência em pacientes com risco aumentado de sangramento. Em princípio a ticlopidina não deve ser associada à heparina, anticoagulantes orais, a antiagregantes plaquetários (ver Interações Medicamentosas).
No caso excepcional de tratamento concomitante, o controle clínico e hematológico deverá ser cuidadoso, incluindo determinações do tempo de sangramento. 000206338
Em caso de intervenção cirúrgica eletiva, sempre que possível o tratamento com a ticlopidina deve ser suspenso pelo menos 10 dias antes da cirurgia.
Em situação de emergência cirúrgica o risco de hemorragia e de tempo de sangramento prolongado pode ser diminuído pelas seguintes medidas, isoladas ou combinadas: administração de 0,5 a 1 mg/kg de metilprednisolona I.V., que pode ser repetida; desmopressina na dose de 0,2 a 0,4 mcg/kg I.V.; administração de concentrado de plaquetas.
Sendo cloridrato de ticlopidina extensamente metabolizado no fígado, ele deve ser usado com cuidado na insuficiência hepática, suspendendo-se o tratamento em caso de hepatite ou icterícia.