Resultados de eficácia tiotrópio

Tiotrópio com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Tiotrópio têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Tiotrópio devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Casaburi e cols(1) avaliaram a eficácia e segurança a longo prazo do tiotrópio 18 mcg pó inalatório, em dose única diária, na DPOC, em dois estudos duplocegos, randomizados, controlados por placebo, de um ano de duração, idênticos. O desfecho espirométrico primário foi o VEF1 pré-dose (isto é, o VEF1 antes da administração). As alterações na dispnéia foram medidas com auxílio do Índice de Dispnéia Transicional (TDI), e o estado de saúde foi avaliado com auxílio do Questionário Respiratório St. George (SGRQ) específico para a doença e com o Short Form 36 (SF-36) genérico. O tiotrópio produziu uma broncodilatação significativamente superior, em relação ao placebo, na resposta do VEF1 pré-dose (~ 12% em relação ao valor basal) (p<0,01) e na resposta média durante o período de 3 horas após a administração (~ 22% em relação ao valor basal) (p<0,001) durante o período de 12 meses. Os pacientes tratados com tiotrópio apresentaram menos dispnéia (p<0,001), pontuações de estado de saúde maiores e um número menor de exacerbações da DPOC e hospitalizações (p<0,05). Vincken e cols(2) avaliaram os resultados espirométricos, o pico de fluxo expiratório (PFE), o uso de salbutamol de resgate e efeitos na dispnéia, qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e exacerbações da DPOC em dois estudos idênticos de um ano de duração, randomizados, duplo-cegos e doublé-dummy, de tiotrópio na dose de 18 mcg uma vez ao dia (n=356) em comparação com ipratrópio na dose de 40 mcg quatro vezes ao dia (n=179). O VEF1 pré-dose após 1 ano melhorou em 0,12±0,01 l com o tiotrópio e diminuiu em 0,03±0,02 l com o ipratrópio (p<0,001). Foram observadas melhoras significativas no PFE, no uso de salbutamol, na pontuação focal do TDI e na pontuação de impacto e total do SGRQ com o tiotrópio (p<0,01). O tiotrópio reduziu o número de exacerbações (em 24%, p<0,01) e aumentou o tempo até a primeira exacerbação (p<0,01) e o tempo até a primeira hospitalização por exacerbação da DPOC (p<0,05) em comparação com o ipratrópio. Neste estudo, o tiotrópio demonstrou ser efetivo na melhora da dispnéia, das exacerbações, da qualidade de vida relacionada à saúde e na função pulmonar em pacientes com DPOC e excedeu os benefícios observados com o ipratrópio. Os dados corroboram o uso do tiotrópio, uma vez ao dia, como tratamento de manutenção de primeira linha em pacientes com DPOC. Donohue e cols(3) avaliaram a eficácia e a segurança de tiotrópio e salmeterol com medidas de desfecho múltiplas, incluindo função pulmonar, dispnéia e qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com DPOC, em um estudo duplo-cego, randomizado, doublé-dummy, controlado por placebo, de grupos paralelos, de 6 meses de duração comparando tiotrópio, na dose de 18 mcg uma vez ao dia, por meio de um inalador de pó seco, com o salmeterol, administrado na dose de 50 mcg duas vezes ao dia, por meio de um aerossol dosimetrado. A eficácia foi avaliada mediante a monitorização da espirometria durante 12 horas, índice de dispnéia transicional (TDI) e Questionário Respiratório St. George (SGRQ) de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) específico para doença respiratória. Em comparação com o tratamento com placebo, o VEF1 matinal médio antes da administração do medicamento após 6 meses de tratamento aumentou significativamente mais no grupo tratado com tiotrópio (0,14 l) do que no grupo tratado com salmeterol (0,09 l; p<0,01). O VEF1 médio (0 a 12 h) para o tiotrópio foi estatisticamente superior ao do salmeterol (diferença, 0,08 l; p<0,001). O tiotrópio melhorou a pontuação focal do TDI em 1,02 U, em comparação com o placebo (p = 0,01), enquanto não houve nenhuma alteração significativa na pontuação focal do TDI com o salmeterol (0,24 U). O tiotrópio foi superior ao salmeterol no que se refere a melhora da pontuação focal do TDI (p<0,05). Em 6 meses, a melhora média na pontuação total do SGRQ versus o basal foi -5,14 U para o tiotrópio (p<0,05 vs placebo); -3,54 U para o salmeterol (p = 0,4 vs placebo); e -2,43 U para o placebo. Uma proporção significativamente maior de pacientes tratados com tiotrópio obteve uma alteração de pelo menos 4 U na pontuação do SGRQ, em comparação com os pacientes que receberam placebo. Ambas as drogas ativas reduziram a necessidade de salbutamol de resgate (p<0,0001). O estudo concluiu que o tiotrópio, administrado uma vez ao dia, produziu broncodilatação superior, melhorias na dispnéia e na proporção de pacientes que obtiveram alterações significativas na QVRS, em comparação com o salmeterol, administrado duas vezes ao dia em pacientes com DPOC. Brusasco e cols(4), avaliaram as exacerbações e a utilização de serviços de saúde em pacientes com DPOC, em dois estudos de 6 meses de duração, randomizados, duplo-cegos controlados por placebo e doublé-dummy, de tiotrópio na dose de 18 mcg uma vez ao dia via HANDIHALER em comparação com salmeterol na dose de 50 mcg duas vezes ao dia por meio de aerossol dosimetrado. 1207 pacientes participaram do estudo (tiotrópio 402, salmeterol 405 e placebo 400). Comparado ao placebo, o tiotrópio (mas não o salmeterol) retardou significativamente o tempo para o início da 1ª exacerbação. Menos exacerbações de DPOC/paciente-ano ocorreram no grupo tiotrópio (1,07) que no grupo placebo (1,49, p<0,05); o grupo salmeterol (1,23 eventos/ano) não diferiu do placebo. O grupo tiotrópio teve 0,10 hospitalizações por paciente-ano devido a exacerbações de DPOC em comparação a 0,17 para salmeterol e 0,15 para placebo (sem diferença estatística). Para todas as causas (respiratórias e não-respiratórias) o tiotrópio (mas não o salmeterol), associou-se a menos hospitalizações, enquanto que os dois grupos tiveram menos dias de hospitalização que o grupo placebo. O número de dias durante os quais os pacientes não foram capazes de realizar suas atividades diárias comuns foi menor no grupo tiotrópio (tiotrópio 8,3 (0,8), salmeterol 11,1 (0,8), placebo 10,9 (0,8), p<0,05). A pontuação total do SGRQ melhorou em 4,2 (0,7), 2,8 (0,7) e 1,5 (0,7) unidades durante o estudo de 6 meses para o grupo tiotrópio, salmeterol e placebo, respectivamente (p<0,01 tiotrópio vs placebo). Em comparação com o grupo placebo, a pontuação focal do TDI melhorou tanto no grupo tiotrópio (1,1 (0,3) unidades, p<0,001) quanto no grupo salmeterol (0,7 (0,3) unidades, p<0,05). A avaliação do VEF1 matutino pré-dose, do VEF1 máximo e do VEF1 médio (0–3 horas) demonstrou que o tiotrópio foi superior ao salmeterol ao passo que ambas as drogas ativas foram mais eficazes que placebo. O estudo concluiu que as exacerbações de DPOC e a utilização de serviços de saúde foram afetadas positivamente pelo tratamento diário com tiotrópio. Exceto pelo número de dias de hospitalização associado a todas as causas, o salmeterol duas vezes ao dia não resultou em alterações significativas comparado ao placebo. O tiotrópio também melhorou a qualidade de vida relacionada à saúde, dispnéia e função pulmonar em pacientes com DPOC. Em um estudo com 5.993 pacientes conduzido por 4 anos (5), SPIRIVA manteve melhoras no parâmetro volume de expiração forçada no primeiro segundo (VEF1) através dos 4 anos no entanto não alterou a taxa de declínio anual do VEF1. Figura 4. VEF1 pré-dose matinal (isto é, o VEF1 antes da administração) nos grupos que receberam tiotrópio e placebo durante 4 anos. P< 0,001 para todos os pontos após randomização. (vide bula original) Durante o tratamento, houve uma redução de 16% do risco de morte. A taxa de incidência de morte foi de 4,78 por 100 pacientes ao ano no grupo de pacientes que receberam placebo versus 4,10 por 100 pacientes ao ano no grupo de pacientes que receberam tiotrópio (risco relativo (tiotrópio/placebo)= 0,84, IC 95%= 0,73; 0,97). O tratamento com tiotrópio diminuiu o risco de insuficiência respiratória em 19% (2,09 versus 1,68 casos por 100 pacientes, risco relativo (tiotrópio/placebo)= 0,81, IC 95%= 0,65 , 1,00). 1. Casaburi R, Mahler DA, Jones PW, et al. A long-term evaluation of once-daily inhaled tiotropium in chronic obstructive pulmonary disease. Eur Respir J 2002;19:217-224. 2. Vincken W, Noord JA van, Greefhorst APM, et al. Improved health outcomes in patients with COPD during 1 yrs treatment with tiotropium. Eur Respir J 2002;19:209-216. 3. Donohue JF, Noord JA van, Bateman ED, Langley SJ, Lee A, Witek TJ, et al. A 6- month, placebo-controlled study comparing lung function and health status changes in COPD patients treated with tiotropium or salmeterol. Chest 2002;122(1):47-55. 4. Brusasco V, Hodder R, Miravitlles M, et al. Health outcomes following treatment for six months with once daily tiotropium compared with twice daily salmeterol in patients with COPD. Thorax 2003;58:399–404. 5. Tashkin DP, Celli B, Senn S, et al. A 4-Year Trial of Tiotropium in Chronic Obstrutive Pulmonary Disease. N Engl J Med 2008; 359:1543-54.