Advertências venlafaxina

Venlafaxina com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de Venlafaxina têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com Venlafaxina devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Ansiedade e Insônia
Ansiedade, nervosismo e insônia decorrentes do tratamento foram relatados com maior frequência entre os pacientes tratados com a venlafaxina do que entre os tratados com placebo em uma análise agrupada de estudos de depressão placebo-controlados, duplo-cegos a curto prazo:

Sintoma

Venlafaxina

n = 1033

Placebo

n = 609

Ansiedade

6%

3%

Nervosismo

13%

6%

Insônia

18%

10%



Ansiedade, nervosismo e insônia resultaram em interrupção do medicamento em 2%, 2% e 3%, respectivamente, dos pacientes tratados com venlafaxina nos estudos de depressão de Fase II-III.

Alterações de Apetite e Peso
Anorexia decorrente do tratamento foi relatada com maior frequência pelos pacientes do grupo venlafaxina (11%) do que do grupo placebo (2%) nos estudos agrupados de depressão, placebo-controlados, duplo-cegos e a curto prazo. Observou-se com frequência, perda de peso dose-dependente em pacientes tratados com venlafaxina por várias semanas.
Perda de peso significante, sobretudo em pacientes deprimidos abaixo do peso, pode ser um resultado indesejado do tratamento com a venlafaxina.
Observou-se perda do peso corpóreo de 5% ou mais em 6% dos pacientes tratados com venlafaxina em comparação a 1% dos pacientes do grupo placebo e a 3% dos pacientes tratados com outro antidepressivo.
No entanto, a interrupção devido a perda de peso associada a venlafaxina foi incomum (0,1% dos pacientes do grupo venlafaxina nos estudos de depressão de Fase II-III).

Ativação da Mania/Hipomania
Durante os estudos de Fase II-III, observou-se hipomania ou mania em 0,5% dos pacientes tratados com a venlafaxina. Também se relatou a ativação da mania/hipomania em uma pequena proporção de pacientes com transtorno afetivo maior tratados com outros antidepressivos disponíveis no mercado.
Assim como com todos antidepressivos, o cloridrato de venlafaxina deve ser utilizado com cuidado em pacientes com história de mania.

Midríase
Foi relatada a ocorrência de midríase em associação ao uso da venlafaxina; dessa forma, pacientes com pressão intraocular elevada ou que apresentam risco de glaucoma de ângulo estreito agudo devem ser monitorados.

Convulsões
Durante as avaliações pré-comercialização, foram relatadas convulsões em 0,26% (8/3.082) dos pacientes tratados com a venlafaxina. A maioria dos casos (5 de 8) ocorreu em pacientes que recebiam doses _150 mg/dia. O medicamento deve ser utilizado com cuidado em pacientes com história de convulsões. O tratamento deve ser interrompido em qualquer paciente que apresentar convulsões.

Risco de piora clínica e suicídio
Pacientes com depressão, adultos e crianças, podem apresentar piora da depressão e/ou ideação e comportamento suicida, no uso ou não de antidepressivos.
Os antidepressivos aumentaram o risco de pensamentos e comportamentos suicidas em estudos de curto-prazo em crianças e adolescentes com transtorno depressivo maior (DSM-IV) e outros transtornos psiquiátricos. Ao se considerar o uso de um antidepressivo nesta população, deve-se pesar este risco com a necessidade clínica. A análise de 24 ensaios clínicos de 9 antidepressivos (ISRS e outros) envolvendo 4400 pacientes revelou um aumento de tal risco em 4% dos pacientes recebendo antidepressivos contra 2% para os pacientes recebendo placebo. Nenhum suicídio ocorreu em nenhum destes ensaios. É desconhecido se este risco persiste no uso do medicamento a longo prazo, ou se o mesmo se aplica também para adultos. Pacientes em uso de antidepressivos devem ser atentamente monitorados quanto à piora da depressão, ideação e comportamento suicida, em especial no início do tratamento, e em aumentos ou diminuições de dose.
Deve-se considerar a alteração do regime terapêutico, incluindo a interrupção da medicação, em pacientes cuja depressão piora persistentemente, ou cuja emergência de ideação ou comportamento suicida é grave, de início abrupto, ou não era parte do quadro inicial.
As mesmas precauções devem ser observadas ao se tratar com antidepressivos pacientes com outras patologias, psiquiátricas ou não.
Outros sintomas que devem ser objeto das mesmas precauções incluem ansiedade, agitação, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade e agressividade, impulsividade, acatisia, hipomania e mania, que foram relatados em adultos e crianças, tratados com antidepressivos em patologias psiquiátricas ou não.
Familiares e cuidadores de pacientes tratados com antidepressivos devem ser alertados sobre a necessidade de monitorar o aparecimento dos sintomas acima, e relatá-los imediatamente ao profissional de saúde.
A medicação deve ser prescrita na menor quantidade possível, compatível com o bom seguimento clínico, para a redução do risco de sobre dosagem.
No caso de interrupção do tratamento, esta deve ser gradual, o mais rapidamente exequível, atentando-se para a possibilidade de aparecimento de sintomas associados à descontinuação do tratamento.
Um episódio depressivo pode ser uma apresentação inicial do transtorno bipolar. De forma geral, acreditasse (embora não tenha sido estabelecido em ensaios clínicos) que o tratamento com antidepressivo em monoterapia neste contexto possa aumentar a probabilidade de um episódio maníaco ou misto. Não se sabe se os sintomas acima representam tal conversão, entretanto, os pacientes devem ser previamente avaliados para o risco de transtorno bipolar, o que inclui história psiquiátrica detalhada, história familiar de suicídio, transtorno bipolar e depressão.

Uso em Pacientes com Doença Concomitante
A experiência clínica com o cloridrato de venlafaxina em pacientes com doença sistêmica concomitante é limitada. É aconselhável cautela na administração do medicamento a pacientes com doenças ou condições que possam alterar as respostas hemodinâmicas ou o metabolismo.
O cloridrato de venlafaxina não foi avaliado ou suficientemente usado em pacientes com uma história recente de infarto do miocárdio ou doença cardíaca instável. Pacientes com esses diagnósticos foram sistematicamente excluídos de muitos estudos clínicos durante os testes pré-comercialização do produto. A avaliação dos eletrocardiogramas de 769 pacientes que receberam o cloridrato de venlafaxina em estudos duplo-cegos, placebo-controlados, de 4 a 6 semanas mostrou que não há diferença de incidência de anormalidades de condução decorrentes do tratamento em relação aos pacientes tratados com placebo. A frequência cardíaca média dos pacientes tratados com o cloridrato de venlafaxina aumentou em cerca de 4 batimentos por minuto em relação aos dados iniciais.
Em pacientes com disfunção renal (TFG=10-70 ml/min) ou cirrose hepática, a depuração da venlafaxina e de seus metabólitos ativos diminuiu, prolongando assim a meia-vida de eliminação dessas substâncias. Uma dose mais baixa pode ser necessária (ver “Posologia”). O cloridrato de venlafaxina como todos os antidepressivos, deve ser usado com cautela nesses pacientes.

Recomenda-se aos médicos esclarecer as seguintes questões com os pacientes para os quais receitarem o cloridrato de venlafaxina:
Interferência com o Desempenho Cognitivo e
Psicomotor
Foram conduzidos estudos clínicos a fim de avaliar os efeitos da venlafaxina nas manifestações comportamentais de indivíduos sadios. Os resultados revelaram que não há comprometimento clinicamente significativo dos desempenhos psicomotor, cognitivo ou do comportamento complexo. Entretanto, como qualquer medicamento psicoativo pode interferir na capacidade de julgamento, pensamento ou nas atividades motoras, os pacientes devem ser advertidos sobre o risco de operar equipamentos perigosos, inclusive automóveis, até que estejam razoavelmente seguros de que o tratamento com o medicamento não apresenta efeitos adversos sobre a sua capacidade de desempenhar essas atividades.

Gravidez
As pacientes devem ser aconselhadas a informar ao seu médico caso engravidem ou se tiverem a intenção de engravidar durante o tratamento.

Amamentação
As pacientes devem ser aconselhadas a informar ao seu médico se elas estiverem amamentando.

Medicamentos Concomitantes
Os pacientes devem ser aconselhados a informar aos seus médicos se estiverem tomando, ou planejarem tomar, qualquer medicamento de venda livre ou sob prescrição, visto que existe possibilidade de interações.

Álcool
Embora não se tenha demonstrado que o cloridrato de venlafaxina aumente o comprometimento causado pelo álcool sobre a atividade mental e motora, os pacientes devem ser aconselhados a evitar bebidas alcoólicas durante o tratamento com o medicamento.

Reações Alérgicas
Os pacientes devem ser aconselhados a avisar ao seu médico caso apresentem erupções cutâneas, urticária ou um fenômeno alérgico relacionado.

ADVERTÊNCIAS:
Potencial de Interação com Inibidores da Monoaminoxidase
Foram relatadas reações adversas, algumas sérias, em pacientes que interromperam recentemente o tratamento com um inibidor da monoaminoxidase (IMAO) e iniciaram o tratamento com venlafaxina, ou que recentemente interromperam a terapia com venlafaxina antes do início do tratamento com um IMAO.
Essas reações incluíram: tremores, espasmos musculares clônicos, diaforese, náuseas, vômitos, rubor, tontura, hipertermia com quadro semelhante à síndrome neuroléptica maligna, convulsões e morte. No caso de pacientes tratados com antidepressivos com propriedades farmacológicas semelhantes às da venlafaxina em associação com IMAO, existem também relatos de reações sérias, às vezes fatais. Para um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, essas reações foram hipertermia, rigidez, espasmos musculares clônicos, instabilidade autônoma com possíveis flutuações rápidas dos sinais vitais e alterações do estado mental que incluem agitação extrema, evoluindo para delírio e coma. Alguns casos apresentaram quadros semelhantes à síndrome neuroléptica maligna. Foram relatados casos de hipertermia grave e convulsões, algumas vezes fatais, relacionadas com o uso combinado de antidepressivos tricíclicos e IMAOs. Essas reações também foram relatadas em pacientes que interromperam recentemente o tratamento com esses medicamentos e iniciaram o tratamento com um IMAO. Portanto, recomenda-se que o cloridrato de venlafaxina não seja usado em associação com um IMAO, ou que seja observado um intervalo de, pelo menos, 14 dias após a interrupção do tratamento com um IMAO. Com base na meia-vida de cloridrato de venlafaxina, recomenda-se intervalo de, pelo menos, 7 dias após a interrupção do uso do medicamento antes de iniciar o tratamento com um IMAO.

Hipertensão Sustentada
O tratamento com a venlafaxina está associado a aumentos constantes da pressão arterial. (1) Em um estudo realizado na fase pré-comercialização comparativo de 3 doses fixas da venlafaxina (75, 225 e 375 mg/dia) e placebo, observou-se aumento médio da pressão arterial diastólica na posição supina (SDBP) de 7,2 mmHg no grupo 375 mg/dia na Semana 6 em comparação a basicamente nenhuma alteração nos grupos 75 e 225 mg/dia e diminuição média da SDBP de 2,2 mmHg no grupo placebo.
(2) Uma análise dos pacientes que atendiam aos critérios de hipertensão sustentada (definida como SDBP concomitantes ao tratamento ≥ 90 mmHg e 10 mmHg acima dos dados iniciais por 3 visitas consecutivas) revelou um aumento dose-dependente da incidência de hipertensão sustentada para a venlafaxina:

Probabilidade de Aumento Sustentado da SDBP
(Dados Agrupados dos Estudos Pré-Comercialização com a Venlafaxina)


Grupo de Tratamento

Incidência de Aumento

Sustentado da SDBP

Venlafaxina

< 100 mg/dia

101-200 mg/dia

201-300 mg/dia

> 300 mg/dia

Placebo

3%

5%

7%

13%

2%



Uma análise dos pacientes com hipertensão sustentada e dos 19 pacientes tratados com venlafaxina que descontinuaram o tratamento devido a hipertensão (< 1% de todos os pacientes do grupo venlafaxina) revelou que a maioria dos aumentos da pressão arterial encontraram-se em um intervalo moderado (10-15 mmHg, SDBP). Contudo, aumentos sustentados dessa magnitude poderiam ter consequências adversas. Portanto, recomenda-se que os pacientes tratados com a venlafaxina sejam monitorados regularmente quanto à pressão arterial. Para pacientes que apresentarem aumento sustentado da pressão arterial durante o tratamento com a venlafaxina, deve-se considerar redução da dose ou interrupção do medicamento.

Carcinogênese, Mutagênese, Prejuízo da Fertilidade
Carcinogênese
A venlafaxina foi administrada por sonda oral a camundongos durante 18 meses, em doses de até 120 mg/kg/dia, o que representa 16 vezes, em mg/kg, e 1,7 vezes, em mg/m2, a dose máxima recomendada para humanos. Venlafaxina também foi administrada em ratos por sonda oral, durante 24 meses, em doses de até 120 mg/kg/dia. Nos ratos que receberam a dose de 120 mg/kg, os níveis plasmáticos de venlafaxina foram 1 vez (machos) e 6 vezes (fêmeas) os de pacientes que receberam a dose máxima recomendada em humanos.
Os níveis plasmáticos do metabólito O-desmetil foram menores em ratos do que em pacientes que receberam a dose máxima recomendada. Não houve aumento de tumores com o tratamento com venlafaxina em camundongos ou em ratos.

Mutagenicidade
A venlafaxina e seu principal metabólito no homem, a O-desmetilvenlafaxina (ODV), não apresentaram efeitos mutagênicos nos testes de mutação reversa de Ames em bactérias Salmonella ou no teste de mutação de gene avançado em células de mamíferos HGPRT e de ovário de hamster chinês. A venlafaxina tampouco apresentou efeitos mutagênicos nos teste in vitro de transformação em células de camundongos BALB/C-3T3, nos testes de troca de cromátide irmã em cultura de células de ovário de hamster chinês ou no teste in vivo de aberração cromossômica em medula óssea de ratos. A ODV não apresentou efeitos mutagênicos no teste de aberração cromossômica de célula de ovário de hamster chinês in vitro. Houve resposta clastogênica no teste in vivo de aberração cromossômica na medula óssea de ratos machos tratados com doses 200 vezes, em mg/kg, ou 50 vezes, em mg/m2, a dose diária máxima em humanos. A dose sem efeito foi 67 vezes (mg/kg) ou 17 vezes (mg/m2) a dose humana.

Prejuízo da Fertilidade
Os estudos de reprodução e fertilidade em ratos não mostraram efeitos sobre a fertilidade masculina ou feminina com doses orais de até 8 vezes a dose máxima diária recomendada em humanos em mg/kg ou até 2 vezes em mg/m2.

Uso em Crianças
A segurança e a eficácia em pacientes com menos de 18 anos ainda não foram estabelecidas.

Gravidez e Lactação
A venlafaxina não causou malformações em filhotes de ratos ou coelhos que receberam doses de até 11 vezes (ratos) ou 12 vezes (coelhos) a dose máxima diária recomendada em humanos em mg/kg ou 2,5 vezes (ratos) ou 4 vezes (coelhos) a dose diária recomendada para humanos em mg/m2. Entretanto, em ratos, houve uma diminuição no peso dos filhotes, um aumento dos natimortos e um aumento na morte de filhotes durante os primeiros 5 dias de lactação, quando a administração do medicamento havia iniciado durante a gravidez e continuou até o desmame. A causa dessas mortes não é conhecida.
Esses efeitos ocorreram com doses equivalentes a 10 vezes (mg/kg) ou a 2,5 vezes (mg/m2) a dose máxima diária em humanos. A dose que não apresentou efeito sobre a mortalidade dos filhotes de rato foi 1,4 vez a dose humana em mg/kg ou 0,25 vezes a dose humana em mg/m2. Não há estudos adequados e bem-controlados em mulheres grávidas. Visto que os estudos de reprodução em animais de laboratório nem sempre correspondem à resposta em humanos, este medicamento só deverá ser usado durante a gravidez se for muito necessário.
O efeito da venlafaxina sobre o trabalho de parto e o nascimento em seres humanos não é conhecido.
A venlafaxina e ODV são excretadas no leite humano.
Por causa da possibilidade do medicamento causar reações adversas sérias em lactentes, deve-se decidir entre interromper a lactação ou o uso do medicamento, levando-se em conta a importância do medicamento para a mãe.

Categoria C de risco na gravidez: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista.