Características farmacológicas bi-nerisona

BI-NERISONA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de BI-NERISONA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com BI-NERISONA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Farmacodinâmica
O valerato de diflucortolona inibe a inflamação em condições inflamatórias e alérgicas da pele e proporciona alívio dos sintomas subjetivos como prurido, ardor e dor.
Após sua aplicação, observa-se regressão da dilatação capilar, do edema intercelular e da infiltração tecidual; além de supressão da proliferação capilar.
Tais fatores levam ao desaparecimento de áreas inflamadas da pele.
O clorquinaldol inibe o crescimento de bactérias, leveduras, dermatófitos e fungos.

Farmacocinética
– valerato de diflucortolona
Para apresentar seus efeitos terapêuticos é necessário que o valerato de diflucortolona se difunda da formulação para a pele. Estudos in vitro com pele humana mostraram uma rápida penetração do valerato de diflucortolona para o interior do estrato córneo. Quatro horas após a aplicação do creme, foram obtidos níveis máximos de corticosteroide no estrato córneo de aproximadamente 500 µg/mL (cerca de 1000 µmol/L). A concentração no estrato córneo diminui de fora para dentro em aproximadamente 15 a 20 vezes. Após aplicação do valerato de diflucortolona sobre a pele escoriada, a qual representa um modelo para afecções dérmicas, foi verificado que as concentrações locais na pele lesionada foram distintamente mais elevadas do que as observadas na pele sadia.
O valerato de diflucortolona é parcialmente hidrolisado na pele a diflucortolona, o qual é igualmente efetivo.
A quantidade do corticosteroide absorvida de forma percutânea é baixa.
Em 4 horas de exposição, menos de 1% da dose aplicada por via tópica é absorvida percutaneamente.
Após entrar na circulação sistêmica, o valerato de diflucortolona é hidrolisado a diflucortolona e ao ácido graxo correspondente, em alguns minutos. Além da diflucortolona, foram detectados no plasma o 11-ceto-diflucortolona e dois outros metabólitos. A diflucortolona e todos os seus metabólitos são eliminados do plasma com meias-vidas de 4 a 5 horas e aproximadamente 9 horas, respectivamente (meias-vidas determinadas após administração intravenosa) e são excretados com a urina ou as fezes na proporção de 75: 25.

– clorquinaldol
O clorquinaldol é absorvido de forma percutânea através da pele intacta apenas em pequena extensão. Pode-se prever que não mais de 10% da dose aplicada torna-se disponível sistemicamente após aplicação sobre a pele lesada.
Após entrar no organismo, o clorquinaldol é excretado como glicuronídio com a urina, de forma rápida e praticamente exclusiva. Uma vez que a conversão do clorquinaldol em metabólitos excretáveis envolve apenas conjugação e nenhuma reação oxidativa, parece ser improvável que ocorram interações do fármaco com as enzimas do sistema P450.

Dados de segurança pré-clínicos
Em estudos de tolerância sistêmica com administração dérmica e subcutânea repetida, o efeito do valerato de difluocortolona foi o de um típico glicocorticoide.
Possivelmente por esta razão, não se esperam reações adversas além daquelas típicas dos glicocorticoides com o uso terapêutico de Bi-Nerisona® sob condições extremas, como a aplicação em áreas extensas ou oclusão.
Os resultados dos estudos de tolerância sistêmica com administração dérmica repetida de clorquinaldol sugerem que não se esperam efeitos sistêmicos desta substância ativa em caso de terapia com Bi-Nerisona®.
Estudos de embriotoxicidade com Bi-Nerisona® demonstraram resultados típicos para glicocorticoides, por exemplo, efeitos embrioletal e/ou teratogênico são induzidos no sistema de teste apropriado. Em vista destes achados, deve-se ter cautela ao prescrever Bi-Nerisona® durante a gravidez. Os resultados de estudos epidemiológicos estão resumidos no item “Gravidez e lactação”. Com a administração dérmica da dose máxima praticada de clorquinaldol, não foram observados efeitos embriotóxicos/teratogênicos.
Investigações in vitro para a detecção de mutações genéticas em bactérias e células de mamíferos, assim como exames in vitro e in vivo para detecção de cromossomos e mutações genéticas, não forneceram quaisquer indicações de um potencial mutagênico do valerato de difluocortolona ou clorquinaldol.
Não foram realizados estudos específicos de tumorigenicidade com valerato de difluocortolona nem clorquinaldol. Com base no padrão de ação farmacodinâmico, a falta de evidência de um perfil genotóxico, as propriedades estruturais e os resultados dos testes de toxicidade crônica (nenhuma indicação de alterações proliferativas), não há suspeita de potencial tumorigênico de nenhuma das substâncias ativas. Uma vez que não são atingidas doses imunossupressivas eficazes sistemicamente após a aplicação de Bi-Nerisona®, não se espera influência sobre a ocorrência de tumores.
De acordo com os resultados obtidos com os estudos de tolerância local com administração dérmica repetida de valerato de difluocortolona, clorquinaldol ou a associação de ambos, não se esperam alterações dérmicas com o tratamento com Bi-Nerisona® além das reações adversas conhecidas para formulações tópicas contendo glicocorticoides.