Características farmacológicas duspatalin

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PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS Mecanismo de ação e efeitos farmacodinâmicos
A mebeverina é um antiespasmódico musculotrópico com ação direta sobre a musculatura lisa do trato gastrointestinal, sem afetar a motilidade intestinal normal. O exato mecanismo de ação é desconhecido, mas mecanismos múltiplos, tais como a redução da permeabilidade dos canais de íon, o bloqueio da recaptação de noradrenalina, o efeito anestésico local, alterações na absorção de água podem contribuir para o efeito local da mebeverina no trato gastrointestinal. Através destes mecanismos, a mebeverina tem efeitos antiespasmódicos, resultando na normalização da motilidade intestinal sem exercer um relaxamento permanente das células do músculo liso no trato gastrointestinal (chamado de hipotonia). Os efeitos colaterais sistêmicos, como observados com anticolinérgicos comuns, estão ausentes.

PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Absorção
A mebeverina é rapidamente e completamente absorvida após administração oral das cápsulas. A formulação de liberação modificada permite a administração em duas doses diárias.

Distribuição
Não ocorre acúmulo significativo após doses múltiplas.

Biotransformação
O cloridrato de mebeverina é metabolizado principalmente pelas esterases, responsáveis inicialmente pela quebra das ligações estéricas em ácido verátrico e mebeverina alcoólica.
O principal metabólito presente no plasma é o DMAC (ácido carboxílico desmetilado).
A meia-vida de eliminação do DMAC no estado de equilíbrio é de 5,77h. Durante doses múltiplas (200mg, 2 vezes ao dia) a Cmáx do DMAC é 804 ng/ml e a Tmáx é cerca de 3 horas.
A biodisponibilidade relativa das cápsulas de liberação modificada parece ser ideal com uma proporção média de 97%.

Eliminação
A mebeverina não é excretada de forma inalterada, mas metabolizada completamente; os metabólitos são excretados quase que completamente. O ácido verátrico é excretado na urina, a mebeverina alcoólica também é excretada na urina; parcialmente como o correspondente ácido carboxílico (MAC) e parcialmente como ácido carboxílico desmetilado (DMAC).

População pediátrica
Não foram conduzidos estudos farmacocinéticos com mebeverina em crianças.

DADOS DE SEGURANÇA PRÉ-CLÍNICA
Efeitos em estudos de dose repetida após doses orais e parenterais indicaram o envolvimento do sistema nervoso central na excitação comportamental, principalmente tremores e convulsões. No cão, a espécie mais sensível, estes efeitos foram observados com doses orais equivalentes a 3 vezes a dose clínica máxima recomendada de 400 mg/dia, baseada em comparações da área de superfície corporal (mg/m2). A toxicidade reprodutiva da mebeverina não foi suficientemente investigada em estudos com animais. Não há indicação de potencial teratogênico em ratos e coelhos. Entretanto, efeitos embriotóxicos (redução no tamanho da prole, aumento na incidência de reabsorção) foram observados em ratos com doses equivalentes a duas vezes a dose clínica máxima. Este efeito não foi observado em coelhos.
Efeitos na fertilidade masculina ou feminina não foram observados em ratos com doses equivalentes à dose clínica máxima.
Em testes de genotoxicidade convencionais, a mebeverina não apresentou efeitos genotóxicos. Não foram realizados estudos carcinogênicos.