O efeito redutor da glicose da insulina detemir é dose-dependente. O uso de insulina detemir vem sendo investigado em crianças a partir dos dois anos, em adolescentes e em adultos. A insulina detemir possui menor variabilidade entre pacientes do que a NPH e possui um efeito metabólico mais previsível, incluindo uma menor variabilidade diária em GPJ e um menor risco relativo de hipoglicemia noturna do que a NPH. Além disto, a insulina detemir oferece menor ganho de peso do que a NPH. A combinação de insulina detemir e insulina asparte em terapia basal-bolus oferece melhor controle glicêmico com menor risco de hipoglicemia, em comparação com a combinação de NPH e HSI.. Estudos em pacientes com diabetes tipo 2 tratados com insulina basal em associação com medicamentos antidiabéticos orais demonstraram que o controle glicêmico (HbA1c) com Levemir é comparável ao obtido com a insulina NPH e insulina glargina e está associado a menor ganho de peso. Veja Tabela 1.
Tabela 1. Alteração no peso corporal após tratamento com insulina
Duração do estudo | Levemir uma vez ao dia | Levemir duas vezes ao dia | insulina NPH | insulina glargina |
20 semanas | + 0,7 Kg | + 1,6 Kg | ||
26 semanas | + 1,2 Kg | + 2,8 Kg | ||
52 semanas | + 2,3 Kg | + 3,7 Kg | + 4,0 Kg |
Em estudos com o uso da terapia de combinação-ADO, o tratamento com Levemir resultou em um risco 61-65% menor de hipoglicemia noturna em comparação com a insulina NPH.
Em estudos clínicos utilizando a terapia insulínica basal-bolus, as taxas globais de hipoglicemia com Levemir e insulina NPH foram similares. A análise de hipoglicemia noturna em pacientes com diabetes tipo 1 mostrou um risco significativamente reduzido de hipoglicemia noturna (capaz de auto tratamento e confirmado por glicemia capilar menor que 2,8 mmol/L ou 3,1 mmol/L (50,4 mg/dL ou 55,8 mg/dL) se expressado como glicose plasmática) do que com insulina NPH, enquanto nenhuma diferença foi observada no diabetes tipo 2.
Em estudos em longo prazo (=> 6 meses) em pacientes com diabetes tipo 1 recebendo uma terapia com insulina basal-bolus, a glicose plasmática em jejum foi melhorada com Levemir em comparação com insulina NPH. O controle glicêmico (HbA1c) com Levemir é comparável ao da insulina NPH, com um menor risco de hipoglicemia noturna e sem ganho de peso associado.
Foi observado o desenvolvimento de anticorpos com o uso de Levemir. No entanto, este não parece causar qualquer impacto sobre o controle glicêmico.
Acima de 2 anos
A eficácia e segurança de Levemir® foram estudadas por mais de 12 meses em 2 estudos randomizados controlados, em adolescentes e em crianças com diabetes tipo 1 com mais de 2 anos de idade (n=694 expostos no total, Estudos NN304-1689 e NN304-1379). Os dois estudos demonstraram que o controle glicêmico (HbA1c) com Levemir® é comparável ao da insulina NPH quando administrado como terapia basal- bolus: diferença média estimada na HbA1c Levemir®-NPH foi de 0,12 (-0,12; 0,36)IC de 95% n= 339 no NN304-1689 e 0,09 (-0,12;0,29)IC de 95% n = 347 noNN304-1379. Nos dois estudos, o índice de hipoglicemia noturna foi menor para Levemir®, razão de proporção ajustada Levemir®/NPH = 0,62 (0,47;0,84) p=0,002 n=347 (NN304-1689) e risco relativo Levemir®/NPH= 0,74 (0,55; 0,99) IC de 95% p = 0,041 n = 347 (NN304-1379). Menor ganho de peso foi observado com Levemir® do que com insulina NPH: desvio padrão de peso, Levemir®-NPH foi -0,15 (-0,23; -0,07)IC de 95% p<0,01 n = 347(NN304-1689); diferença estimada na alteração média no IMC Levemir®-NPH = -0,45Kg/m2 (- 0,65; -0,25)IC de 95% p<0,001 n=335 (NN304-1379). O desenvolvimento de anticorpos foi observado com o uso de Levemir®. O Estudo NN304-1689 foi prolongado por mais 12 meses (total de dados de tratamento de 24 meses, Estudo NN304-1690) para se avaliar a formação de anticorpos após tratamento em longo prazo com Levemir®. Os anticorpos médios contra insulina observados aumentaram durante aproximadamente a primeira metade do primeiro ano de tratamento e diminuíram durante o ano e meio restantes do estudo. Os resultados indicam que o desenvolvimento de anticorpos não exerceu efeito negativo sobre o controle glicêmico e a dose de insulina detemir.
Gravidez
Em um estudo clínico controlado randomizado, mulheres grávidas com diabetes tipo 1 (n=310) foram tratadas com um regimebasal-bolus onde Levemir® (n=152) foi comparado com insulina NPH (n=158) com insulina asparte como insulina prandial.
Levemir® mostrou ser não inferior à insulina NPH como medido pela HbA1c na semana 36 da gestação. O desenvolvimento da HbA1c média durante a gravidez foi similar para pacientes dos grupos de Levemir® e insulina NPH.
A meta de HbA1c <= 6,0% nas semanas 24 e 36 da gestação foi alcançada por 41% do pacientes do grupo de Levemir® e por 32% no grupo da insulina NPH.
Nas semanas 24 e 36 da gestação, a glicemia de jejum média foi menor, de forma estatisticamente significativa, no grupo de Levemir® do que no grupo de insulina NPH.
Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos tratados com Levemir® e insulina NPH na taxa de episódios de hipoglicemia durante a gravidez.
As frequências globais de eventos adversos maternos durante a gravidez foram similares nos grupos tratados com Levemir® e insulina NPH; no entanto, uma frequência numericamente mais alta de eventos adversos sérios durante a gravidez em mães (61 (40%) versus 49 (31%)) e no bebê durante a gravidez e após o nascimento (36 (24%) versus 32 (20%)) foi vista em Levemir® comparado com insulina NPH.
O número de crianças nascidas vivas de mulheres que engravidaram após a randomização foi 50 (83%) para Levemir® e 55 (89%) para insulina NPH.
A incidência de pré-eclâmpsia foi de 10.5% (16 casos) e 7.0% (11 casos) nos grupos de Levemir® e insulina NPH, respectivamente. A frequência de crianças com malformações congênitas foi 4 (5%) para o grupo de Levemir® e 11 (7%) no grupo de insulina NPH. Destas, 3 (4%) das crianças do grupo de Levemir® e 3 (2%) crianças do grupo de insulina NPH tiveram malformações graves.
Em aproximadamente um quarto dos bebês, LEVEMIR foi detectado no sangue do cordão-umbilical em níveis acima do nível inferior de quantificação (<25 pmol/L).