Resultados de eficácia levoid

LEVOID com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de LEVOID têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com LEVOID devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



a) Hipotireoidismo subclínico
A levotiroxina na dose de 0,05 mg por dia mostrou-se efetiva na melhora dos sintomas do hipotireoidismo subclínico em um estudo clínico controlado. Os sintomas melhoraram em 8 de 14 pacientes tratados com levotiroxina em comparação a 3 de 12 pacientes tratados com placebo.(1)

b) Hipotireoidismo congênito
Em estudo de avaliação de longo prazo, incluindo 49 adultos previamente tratados com reposição de tiroxina em virtude de hipotireoidismo congênito, verificou-se não terem ocorrido efeitos adversos posteriores decorrentes do tratamento nos parâmetros relacionados à memória, atenção e comportamento, utilizando-se doses altas de tiroxina. (2)Em um outro estudo avaliando, após seguimento de 5 anos e 9 meses, a utilização de altas doses de levotiroxina em 18 crianças portadoras de hipotireoidismo congênito tratadas com doses médias de 12 mcg/kg/dia, verificou-se que os pacientes tratados precocemente com doses altas de levotiroxina tiveram desenvolvimento global normal e entrada adequada no período escolar.(3)

c)Terapia supressiva de TSH por estimulação com levotiroxina em pacientes com doença tireoidiana nodular
A terapia supressiva de TSH com levotiroxina foi avaliada em diversos estudos clínicos, com resultados não uniformes. Em três estudos randomizados prospectivos, incluindo 167 pacientes tratados durante 6 meses a 1,5 anos com levotiroxina para redução de tamanho de nódulo tireoidiano, o resultado final não mostrou efeito mais eficaz que o placebo. Em estudo randomizado placebo-controlado, foi comparado a utilização de levotiroxina em diferentes doses a fim de propiciar supressão de TSH em nível alto ou baixo em 49 pacientes. Na análise final, após 12 meses, reduções maiores que 50% no volume do nódulo foram observadas em 37,5% dos pacientes que tiveram um alto grau de supressão e em 41,6% daqueles que tiveram um menor grau de supressão, não havendo diferenças estatisticamente significantes entre os grupos.
Em outros dois estudos, utilizando a terapia de supressão do TSH verificou-se, no primeiro, resultado significativo na redução de volume do nódulo após 6 meses de tratamento e, no outro, decréscimo maior que 50% no tamanho do nódulo em 56% dos casos que receberam levotiroxina e em 37% daqueles que não tiveram o TSH suprimido.
Embora ambos os estudos não tenham sido controlados por placebo, a porcentagem de pacientes onde houve redução no tamanho do nódulo foi maior que o percentual de 15 a 30% observado em caso de regressão espontânea. (4)

d)Bócio multinodular não-tóxico
A história natural do bócio multinodular não tóxico é caracterizada por períodos não previsíveis de estabilidade e de aumento de volume, tornando difícil avaliar a eficácia da utilização de levotiroxina nesses casos, uma vez que 5 a 10% dos casos podem apresentar redução espontânea do tamanho da glândula.
Em estudo com 115 pacientes, uma redução maior que 13% no volume total da glândula tireoide foi conseguida em 58% dos pacientes tratados com doses supressivas de TSH por 9 meses, com o volume tireoidiano aumentando novamente após a cessação da terapia.
Uma resposta similar foi obtida em outro estudo com 40 pacientes, não sendo necessário, porém, a utilização de doses supressivas. (5)

e) Bócio difuso
Em um estudo clínico, o retorno aos níveis normais de TSH sérico com a utilização de levotiroxina, permitiu o decréscimo médio de 32% no volume tireoidiano, com cerca de 50% dos casos mantendo um tamanho normal da tireoide após 2 anos de terapia.(5)
Em outro estudo, a utilização de levotiroxina isolada ou em combinação com iodo mostrou-se tão efetiva quanto o iodo isolado no tratamento do bócio endêmico. Nesse estudo 166 pacientes receberam tanto levotiroxina na dose de 150 mcg/dia como iodo 400 mcg/dia ou uma combinação de 75 mcg/dia de levotiroxina e 200 mcg de iodo durante 8 meses, obtendo-se uma redução comparável no volume do bócio em todos os grupos. (6).

f)Pacientes com história de irradiação da tireoide
Em pacientes que receberam na infância irradiação cervical ou craniana para condições benignas, a terapia profilática com levotiroxina pode ser efetiva para reduzir a recorrência após a ressecção cirúrgica de nódulos benignos, sendo que a dose empregada deve ser suficiente para reduzir o nível de TSH sérico para 0,5 a 1,0 um/l. Pacientes que receberam irradiação cervical na infância para tratamento de condições como doença de Hodgkin, neuroblastoma, tumor de Wilms e leucemia, têm maior incidência de evolução para hipotireoidismo e para o surgimento de nódulos de tireoide, com maior risco de câncer de tireoide induzido por radiação, devendo a terapia com levotiroxina ser iniciada nos casos em que a concentração de TSH ultrapassa 3 um/l. Pacientes que foram submetidos à irradiação quando adultos (exs: linfomas, câncer de mama), têm risco aumentado de desenvolver hipotireoidismo, devendo os níveis séricos de TSH serem monitorados a fim de possibilitar a oportuna reposição com levotiroxina.(5)

g)Câncer de tireoide
Nos tumores diferenciados de tireoide (papilar e folicular),
os quais são responsáveis por 90% de todos os casos de câncer de tireoide, em virtude de sua história natural, caracterizada por crescimento lento, a monitoração clínica deve ser feita por várias décadas antes do câncer ser declarado como curado e, durante tal período, o tratamento recomendado é a utilização de doses suprafisiológicas de levotiroxina para suprimir a secreção de TSH, sendo aceita, na prática clínica a manutenção de níveis de TSH menores do que 0,1 um/l.
Em estudo retrospectivo, avaliando o uso de hormônio de tireoide em pacientes operados de câncer papilífero de tireoide, a recorrência naqueles que fizeram uso da supressão hormonal, foi de 17% em 10 anos, comparada a 34% naqueles não tratados com hormônios. (5)

h) Hipotireoidismo primário
Em um estudo clínico randomizado comparativo utilizando Levoid para avaliação de eficácia e segurança no controle do hipotireoidismo primário, comparou-se o efeito de Levoid e de outra preparação comercial de L-tiroxina em parâmetros de função tireoidea (TSH e T4-livre sérico) avaliandose pacientes portadores de hipotireoidismo primário devido à tireoidectomia total prévia por carcinoma diferenciado de tireoide ou por bócio multinodular exercendo compressão sobre estruturas cervicais. Nesse estudo, 61 pacientes foram divididos em 2 grupos aleatórios: grupo I (n=31) recebendo 100 microgramas/dia de Levoid diariamente e grupo II (n=30) recebendo 100 microgramas/dia de outra preparação comercial aprovada de levotiroxina. As amostras foram coletadas no tempo basal (sem levotiroxina) e após 15, 30 e 45 dias de terapêutica com os hormônios.
Os valores basais de TSH basais (média ± DP) foram de 46,26 ± 26,18 µU/ml (grupo I) e 41,9 ± 23,1 µU/ml (grupo II). Os valores de TSH declinaram significativamente (F=120,3, p<0,001) com o tempo de uso da levotiroxina, não havendo diferenças estatisticamente significativas entre os grupos I e II. Da mesma forma, elevou-se significativamente o nível de T4 sérico nos dois grupos, sem diferença significativa (F=221,9, p<0,001) entre os grupos, demonstrando nítida e crescente ação corretiva em pacientes portadores de hipotireoidismo primário. (7)

i) Referências bibliográficas:
1.Cooper, D.S.; et al: L-thyroxine therapy in subclinical hypothyroidism. Ann Intern Med, 101: 18-24, 1984

2.Oerbeck, B.; et al: Congenital hypothyroidism: no adverse effects of high dose thyroxine treatment on adult memory, attention and behaviour. Arch Dis Child, 9092:132-7, 2005

3.Simoneau-Roy, J.; et al: Cognition and behaviour at school entry in children with congenital hypothyreoidism treated early with high-dose levothyroxine. J Pediatr, 144(6): 747-52, 2004

4.Koc, M.; Ersoz, H; Akpinar, I; et al: Effect of low-doselevothyroxine on thyroid nodule volume: a crossoverplacebo-controlled trial. Clin Endocrinol 57:621-628,2002.

5.Mandel, S.J. et al: Levothyroxine therapy in patients with thyroid disease. Ann Intern Med, 119: 492-502, 1993

6.Hintze, G.; Emrich, D.; Kobberling, J.; et al: Treatment of endemic goiter due to iodine defiency with iodine, levothyroxine or both: results of a multicentre trial. Eur J Clin Invest 19:527-534, 1989.

7.Neves, SC; Seidenberg, K.; Li C.S; Diz, A; Zanini, A.C;Medeiros-Neto, G.: Ensaio clínico randomizado, aberto, comparativo entre duas formulações de levotiroxina para avaliação da eficácia e segurança no controle do Hipotiroidismo primário, 2006.