Características farmacológicas mantidan

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Farmacodinâmica:
Mecanismo de ação na Doença de Parkinson: O mecanismo de ação da amantadina no tratamento da Doença de Parkinson não está completamente estabelecido. Ela é considerada o único fármaco disponível no tratamento da Doença de Parkinson que apresenta efeitos antiglutamatérgicos, graças à ação antagonista nos receptores do tipo N-metil-D- aspartato (NMDA) de glutamato. Dados de estudos em animais não conseguiram comprovar que a amantadina aumenta as concentrações extracelulares da dopamina pela inibição da recaptação da dopamina em nível pré-sináptico, ou por estimulação intrínseca do neurônio receptor dopaminérgico, ou ainda por aumentar a sensibilidade do receptor pós- sináptico da dopamina, porém as doses utilizadas em modelos animais geralmente são maiores do que as usadas na clínica. Evidências mais recentes sugerem que a amantadina aumenta a liberação de dopamina de maneira indireta, por meio do antagonismo dos receptores NMDA.
Um estudo utilizando doses terapêuticas (baixo M) demonstrou que a amantadina inibe a estimulação da liberação da acetilcolina pelo receptor do ácido N-metil-D-aspartato (NMDA) em ratos. Embora a amantadina não apresente atividade anticolinérgica em cachorros na dose de 31,5 mg/kg, em doses equivalentes àquelas usadas em seres humanos (15,8 mg/kg) ocorrem sinais clínicos sugestivos de efeitos anticolinérgicos, tais como boca seca, retenção urinária e constipação.
Estudos mais recentes relataram que a amantadina pode aumentar os receptores D2 estriatais e sugerem que esta neossíntese dos receptores D2 seja um dos mecanismos que explique a eficácia clínica do fármaco.

Farmacocinética:
Mantidan® (cloridrato de amantadina) é bem absorvido por via oral. As concentrações plasmáticas máximas (Cmax) são diretamente relacionadas à dose, para doses de até 200 mg/dia. Doses superiores a 200 mg/dia podem promover um aumento maior que o proporcional nas Cmax. A amantadina é primariamente excretada na urina na sua forma inalterada, por filtração glomerular e secreção tubular. Oito metabólitos da amantadina podem ser identificados na urina humana. Um dos metabólitos, o composto N-acetilado, está presente na urina humana numa proporção de 5-15%da dose administrada. A acetil-amantadina plasmática correspondeu a 80% da concentração plasmática total de amantadina em cinco de 12 (doze) voluntários sadios que ingeriram 200 mg de amantadina e que foram avaliados em um estudo clínico. A acetil-amantadina não foi identificada no plasma dos outros sete voluntários. A contribuição deste metabólito para a eficácia, ou a toxicidade não é conhecida. Provavelmente existe uma relação entre a concentração plasmática da amantadina e sua toxicidade. Com o aumento das concentrações, a toxicidade parece ser mais frequente; no entanto, valores absolutos nas concentrações de amantadina associadas aos eventos adversos não foram estabelecidos.
A farmacocinética da amantadina foi determinada em 24 (vinte e quatro) adultos saudáveis após a administração oral de 100 mg de amantadina. A média (± DP) da Cmax foi de 0,22 0,03 g/mL (variação de 0,18 a 0,32 g/mL). O tempo necessário para atingir a Cmax foi de 3,3 1,5 horas (variação de 1,5 a 8 horas). A meia-vida observada foi de 17 4 horas, ou 16 6 horas segundo outro estudo realizado com 19 (dezenove) voluntários.
As concentrações plasmáticas da amantadina podem estar aumentadas em indivíduos idosos (acima de 60 (sessenta) anos) e em portadores de insuficiência renal. A meia-vida de eliminação aumenta duas a três vezes quando o clearance de creatinina é menor que 40 mL/min/1,73 m2 e chega a oito dias em pacientes fazendo hemodiálise, pois este procedimento praticamente não remove a amantadina.
O pH urinário influencia a taxa de excreção da amantadina e a administração de fármacos que acidificam a urina pode aumentar a eliminação deste fármaco.