Resultados de eficácia metalyse

METALYSE com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de METALYSE têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com METALYSE devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



Um amplo estudo de mortalidade (ASSENT 2) realizado em aproximadamente 17.000 pacientes demonstrou que o tenecteplase é terapeuticamente equivalente ao alteplase na redução da mortalidade (6,2% para ambos os tratamentos, após 30 dias) e que o uso do tenecteplase está associado com incidência significativamente menor de hemorragias não-intracranianas (26,4% versus 28,9%, p = 0,0003). A redução do risco de hemorragia está provavelmente relacionada à alta especificidade de tenecteplase pela fibrina e ao seu regime adaptado ao peso. Isto proporciona uma necessidade de transfusões significativamente menor (4,3% vs 5,5%, p = 0,0002). Houve ocorrência de hemorragia intracraniana em 0,93% vs 0,94% para tenecteplase e alteplase, respectivamente. Em 475 pacientes tratados mais de 6 horas após a manifestação dos sintomas de infarto agudo do miocárdio observaram-se muitas diferenças estatísticas a favor do tenecteplase em relação à mortalidade após 30 dias (4,3% vs 9,6%), acidente vascular cerebral (0,4% vs 3,3%) e hemorragia intracraniana (0% vs 1,7%).
A facilidade de administração do tenecteplase, no entanto, representa uma vantagem adicional, principalmente ao se considerar o tratamento pré-hospitalar. 1
O estudo ASSENT 3 objetivou otimizar a terapia antitrombótica com tenecteplase concomitante visando aumentar as taxas de patência precoce e manutenção da perfusão, principalmente para superar o efeito pró-coagulante paradoxal decorrente da liberação da trombina pela lise do coágulo. Três diferentes regimes antitrombóticos concomitantes foram comparados em 6.095 pacientes: dose total de tenecteplase + heparina não fracionada (HNF) versus a dose total de tenecteplase + heparina de baixo peso molecular
(HBPM) (enoxaparina) versus metade da dose de tenecteplase + heparina não fracionada + dose total de abciximabe.
A HNF foi usada como recomendado pela orientação da AHA/ACC em um regime de dose baixa adaptado ao peso corpóreo total como se segue: um único bolo i.v. de 60 UI/kg (máximo de 4000 UI) imediatamente seguido por uma infusão intravenosa de 12 UI/kg/hora (máximo de 1000 UI/h) para as primeiras 3 horas, depois disto, de acordo com a monitoração da TTPa por até 48 horas para manter a TTPa em 50-70 segundos.
As taxas de mortalidade em 30 dias são, respectivamente, 6,0%, 5,4% e 6,6%, as hemorragias intrahospitalares maiores (exceto HIC), 2,16%, 3,04% e 4,32%, e hemorragia intracraniana 0,93%, 0,88% e 0,94%.
O regime de dose baixa de heparina não fracionada ajustado ao peso corpóreo, recomendado pelo ACC/AHA, adotado no ASSENT 3, concomitantemente com o tenecteplase, resulta em menos sangramento sistêmico, mas taxas similares de HIC comparado ao regime posológico mais agressivo de heparina não fracionada utilizado no ASSENT 2 sem perda de eficácia. 2
O ASSENT 3 PLUS, um estudo satélite do ASSENT 3, foi desenhado para investigar a fase pré-hospitalar.
A eficácia e segurança da dose total de tenecteplase + heparina não fracionada versus dose total de tenecteplase + heparina de baixo peso molecular (HBPM) enoxaparina, foi avaliada em 1.639 pacientes.
O desenho do estudo e as dosagens dos tratamentos utilizados são idênticos aos do estudo ASSENT 3. A terapia de reperfusão pré-hospitalar com tenecteplase e HNF ou enoxaparina permitiu o tratamento dentro de 2 horas do início dos sintomas em >50% dos pacientes com STEMI.
Nos estudos ASSENT 3 e 3 PLUS, a terapia adjuvante pré-hospitalar ou intra-hospitalar com enoxaparina reduziu a incidência de complicações isquêmicas, quando comparada com a terapia adjuvante com HNF: A incidência de eficácia em 30 dias – endpoint composto (morte, re-infarto, isquemia refratária) foi respectivamente 11,4% vs 15,4% no ASSENT 3 e 14,2% vs 17,4% no ASSENT 3 PLUS. No entanto, na fase pré-hospitalar, o uso de tenecteplase com enoxaparina na dose utilizada foi associado ao aumento no risco de sangramento maior e HIC em pacientes com mais de 75 anos de idade. 2
A patência coronária e os limitados dados dos desfechos clínicos mostraram que pacientes com IAM foram tratados com sucesso até 6 horas após o início dos sintomas.
O estudo ASSENT-4 PCI foi desenhado para mostrar se em 4.000 pacientes com infarto do miocárdio extenso, o pré-tratamento com dose total de tenecteplase e bolus único de até 4000 UI de heparina não fracionada concomitantemente administrada antes da Intervenção Coronária Percutânea (ICP) primária, a ser realizada dentro de 60 a 180 minutos, leva a melhores resultados que a ICP primária sozinha. O estudo foi finalizado prematuramente com 1.667 pacientes randomizados devido a uma mortalidade maior no grupo com ICP facilitada recebendo tenecteplase. A ocorrência do endpoint primário, uma composição de morte ou choque cardiogênico ou insuficiência cardíaca congestiva dentro de 90 dias, foi significativamente maior no grupo que recebeu o regime em avaliação de tenecteplase seguido pela rotina imediata de ICP: 18,6% (151/810) comparados a 13,4 % (110/819) no grupo de ICP isolada, p = 0,0045.
Esta diferença significativa entre os grupos para o endpoint primário em 90 dias já estava presente no intra-hospitalar e em 30 dias. Numericamente, todos os componentes do endpoint clínico composto foram a favor do regime único de ICP: morte: 6,7% vs 4,9%, p = 0,14; choque cardiogênico: 6,3% vs 4,8%, p = 0,19; insuficiência cardíaca congestiva: 12,0% vs 9,2% p = 0,06, respectivamente. Os endpoints secundários re-infarto e revascularização repetida do vaso-alvo foram significativamente maiores no grupo pré-tratado com tenecteplase: re-infarto: 6,1% vs 3,7%, p = 0,0279; revascularização repetida do vaso-alvo: 6,6% vs 3,4%, p = 0,0041. Os seguintes eventos adversos ocorreram mais frequentemente com tenecteplase antes da ICP: hemorragia intracraniana: 1% vs 0%, p = 0,0037; acidente vascular cerebral: 1,8% vs 0%, p <0,0001; grandes hemorragias: 5,6% vs 4,4%, p = 0,3118; pequenas hemorragias: 25,3% vs 19,0% p = 0,0021; transfusões sanguíneas: 6,2% vs 4,2%, p = 0,0873; fechamento abrupto do vaso: 1,9% vs 0,1%, p = 0,0001.3

Principais referências bibliográficas:
1. Werf F van de. Single-bolus tenecteplase compared with front-loaded alteplase in acute myocardial infarction: the ASSENT-2 double-blind randomised trial. Lancet 1999;354 (9180):716-722.
2. Werf FJ van de. Efficacy and safety of tenecteplase in combination with enoxaparin, abciximab, or unfractionated heparin: the ASSENT-3 randomised trial in acute myocardial infarction. Lancet 2001; 358 (9282):605-613
3. Sarelin H, Van de Werf F, Bluhmki E. ASSENT 4 PCI A phase IIIb-IV, randomised, open label trial evaluating the efficacy and safety of tenecteplase together with unfractionated heparin prior to early PCI as compared to standard primary PCI in patients with acute myocardial infarction.