Características farmacológicas miflasona

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Grupo farmacoterapêutico: Glicocorticoide inalatório. Antiasmático. (R: Sistema Respiratório).

Propriedades farmacodinâmicas
O dipropionato de beclometasona (BDP) tem principalmente um efeito anti-inflamatório local, quando administrado por inalação.
O efeito terapêutico do dipropionato de beclometasona é causado principalmente pelo 17-BMP (monopropionato de beclometasona) e, em particular, pela fração retida no tecido pulmonar. Glicocorticoides não agem diretamente relaxando o músculo liso das vias aéreas e, portanto, têm pouco efeito sobre o broncoespasmo agudo. Os corticosteroides inalatórios (CI) exercem seus efeitos anti-inflamatórios através da ligação aos receptores de glicocorticoides, que estão localizados no citoplasma. Os glicocorticoides inibem muitos agentes pró-inflamatórios como citocinas, quimiocinas, metabólitos do ácido araquidônico e moléculas de adesão. Os efeitos anti-inflamatórios dos glicocorticoides na asma incluem acentuada inibição da acumulação de basófilos, eosinófilos e outros leucócitos no tecido pulmonar e diminuição da permeabilidade vascular.

Propriedades farmacocinéticas – Absorção
Dependendo do uso correto do inalador, parte da dose do dipropionato de beclometasona entrará no trato respiratório e o restante da dose será engolido.
Ambas as frações contribuirão para a exposição sistêmica. O dipropionato de beclometasona é quase completamente hidrolisado em 17-BMP e entra na circulação sistêmica. Estima-se que 70% do dipropionato de beclometasona que foi ingerido será submetido a um metabolismo pré-sistêmico. Há um aumento quase linear na exposição sistêmica com o aumento da dose inalada. O pico das concentrações plasmáticas máximas de dipropionato de beclometasona e 17-BMP podem ser observados dentro de 5 min e 1-3 h, respectivamente.

– Distribuição
Após administração intravenosa, o volume de distribuição no estado de equilíbrio (steady state) para o dipropionato de beclometasona e 17-BMP foi relatado como sendo 20 L e 424 L, respectivamente. A ligação do dipropionato de beclometasona às proteínas é de 87%, entretanto, não há dados em humanos disponíveis para 17-BMP.
A passagem da barreira placentária pelo dipropionato de beclometasona inalado e a concentração alcançada no plasma do feto é desconhecida.
Os corticosteroides são excretados no leite materno. No entanto, os níveis plasmáticos maternos de dipropionato de beclometasona inalado provavelmente não levam a níveis plasmáticos clinicamente significativos na mama das lactantes.

– Metabolismo
O dipropionato de beclometasona é hidrolisado por enzimas esterases e família de enzimas CYP3A como a CYP3A4 e CYP3A5. O dipropionato de beclometasona pode ser completamente hidrolisado no intestino, células epiteliais, sangue ou fígado para 17- e 21-BMP. Ambos 17- e 21-BMP podem tanto ser hidrolisados à beclometasona ou biotransformados por vias oxidativas e redutivas à metabólitos inativos desconhecidos, com meia-vida curta de 15 a 30 min.

– Eliminação
As meias-vidas de eliminação plasmática do dipropionato de beclometasona e de 17-BMP são de 30 min e 2,7 horas, respectivamente, após a administração intravenosa. A excreção renal do dipropionato de beclometasona e seus metabólitos é insignificante e a excreção fecal é a principal via de eliminação.

Populações especiais
A literatura é insuficiente para concluir o impacto da idade (idosos), insuficiência renal e hepática na farmacocinética do dipropionato de beclometasona.

Dados de segurança pré-clínicos – Toxicidade reprodutiva
Nenhum efeito adverso sobre a fertilidade masculina ou feminina foi observado em camundongos em doses inaladas de até 464 mg de dipropionato de beclometasona por quilo (mg /kg), ou 11.600 vezes a dose máxima recomendada clinicamente para inalação de 40 microgramas de dipropionato de beclometasona por quilo (mcg/kg) (vide “Advertências e precauções – Mulheres com potencial para engravidar, gravidez, lactação e fertilidade”).
O dipropionato de beclometasona foi teratogênico em camundongos em doses inaladas de 0,058 mg/kg e doses subcutâneas de 0,1 mg/kg e em coelhos em doses de 0,025 mg/kg. Estas doses se aproximam da dose máxima recomendada clinicamente para inalação de 40 mcg/kg. O dipropionato de beclometasona não foi teratogênico em ratos, embora, como em outras espécies, atrasos no desenvolvimento foram observados a partir de doses de 1,6 mg/kg. Os efeitos teratogênicos dos glicocorticoides em animais são achados reconhecidos por essa classe de medicamentos, no entanto, os corticosteroides inalatórios são considerados como tendo efeitos teratogênicos limitados sob as condições de uso (vide “Advertências e precauções – Mulheres com potencial para engravidar, gravidez, lactação e fertilidade”).
O dipropionato de beclometasona causou atrasos no crescimento pré-natal, pós-natal e pré-desmame em filhotes, no entanto estes efeitos foram revertidos após o desmame.

– Mutagenicidade
Vários testes in vitro e in vivo foram realizados e não revelaram qualquer atividade mutagênica ou genotóxica de dipropionato de beclometasona.

– Carcinogenicidade
Não houve nenhuma evidência de carcinogenicidade em ratos após 95 semanas de tratamento com dipropionato de beclometasona em doses até 2,4 mg/kg por dia, utilizando vias de administração combinadas de inalação e oral. A dose em ratos de 2,4 mg/kg por dia é equivalente a uma dose de 17,85 miligramas por metro quadrado (mg/m2), ou 12,8 vezes a dose máxima recomendada para adultos de 1,39 mg/m2, assumindo a exposição sistêmica máxima após uma dose inalada de dipropionato de beclometasona.