Armazenagem neocaina

NEOCAINA com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de NEOCAINA têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com NEOCAINA devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente.



OS ANESTÉSICOS LOCAIS SOMENTE DEVERÃO SER ADMINISTRADOS POR PROFISSIONAIS EXPERIENTES NO DIAGNÓSTICO E CONTROLE DA TOXICIDADE DOSE-DEPENDENTE EMPREGADA E DE OUTRAS EMERGÊNCIAS AGUDAS QUE POSSAM SURGIR DO TIPO DE BLOQUEIO UTILIZADO, E SOMENTE DEPOIS DE SE ASSEGURAR A DISPONIBILIDADE IMEDIATA DE OXIGÊNIO, OUTRAS DROGAS PARA RESSUSCITAÇÃO, EQUIPAMENTOS DE RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR E DE PESSOAL TREINADO NECESSÁRIO PARA TRATAMENTO E CONTROLE DAS REAÇÕES TÓXICAS E EMERGÊNCIAS RELACIONADAS. (VER TAMBÉM REAÇÕES ADVERSAS, PRECAUÇÕES E SUPERDOSAGEM).
A FALTA OU A DEMORA NO ATENDIMENTO DA TOXICIDADE DOSE-RELACIONADA DA DROGA E DA HIPOVENTILAÇÃO, SEJA QUAL FOR O MOTIVO E/OU ALTERAÇÕES NA SENSIBILIDADE, PODERÁ LEVAR AO DESENVOLVIMENTO DE ACIDOSE, PARADA CARDÍACA E POSSÍVEL ÓBITO.
Quando apropriado, os pacientes devem ser informados anteriormente da possibilidade de perda temporária da sensação e atividade motora na metade inferior do corpo após administração de anestesia peridural ou caudal.
As soluções injetáveis de NEOCAÍNA® 0,25% – 0,50% – 0, 75% com ou sem vasoconstritor contém o anestésico local Cloridrato de Bupivacaína associado ou não à Epinefrina.
O prazo de validade do produto é de 18 meses para a solução com vasoconstritor e de 36 meses para sem vasoconstritor. Não utilize medicamento vencido.
Conservar o produto com vasoconstritor em temperatura ambiente controlada, entre 15° e 25°C, protegido da luz. O produto sem vasoconstritor deve ser conservado em temperatura ambiente, entre 15° e 30°C, protegido da luz. Evitar o congelamento.
Os produtos parenterais deverão ser examinados visualmente quanto à presença de partículas estranhas e de alteração da cor antes da administração. Não usar a injeção se sua coloração estiver rosada ou mais escura do que levemente amarelada ou contendo precipitado. O produto não deverá ser usado se qualquer alteração for detectada.
DESCRIÇÃO:
O Cloridrato de Bupivacaína, quimicamente designado como Cloridrato de 1-Butil-N-(2,6-dimetilfenil)-2-piperidinocarboxamida monoidratado, é um pó branco cristalino, muito solúvel em etanol 95%, solúvel em água e levemente solúvel em clorofórmio ou acetona.
A Epinefrina é um agente simpatomimético adrenérgico, designado quimicamente como 4-[1-hidroxi-2-(metilamina)etil]1,2-benzenodiol, um pó branco microcristalino.
NEOCAÍNA® 0,25% – 0,50% – 0, 75% com ou sem vasoconstritor é solução estéril, apirogênica. O pH da solução com vasoconstritor é ajustado para 3,3 a 5,5 e o da solução sem vasoconstritor para 4,0 a 6,5.
O Cloridrato de Bupivacaína está relacionado química e farmacologicamente aos anestésicos locais aminoacila. É homóloga da mepivacaína e é quimicamente relacionada com a lidocaína. Estes três anestésicos contém ligação amida entre o núcleo aromático e o grupo amina ou piperidina. Diferem dessa forma dos anestésicos locais tipo-procaína que possuem ligação éster.
FARMACOLOGIA CLÍNICA:
Os anestésicos locais bloqueiam a geração e condução dos impulsos nervosos, presumivelmente através do aumento do limiar de excitação elétrica do nervo, por diminuição da propagação dos impulsos no nervo e por redução da velocidade do aumento do potencial de ação. Em geral, a progressão da anestesia está relacionada ao diâmetro, mielinização e velocidade de condução das fibras nervosas afetadas. Clinicamente, a seqüência na perda da função nervosa é como segue: (1) dor, (2) temperatura, (3) tato, (4) propriocepção e (5) tono muscular esquelético.
A absorção sistêmica dos anestésicos locais produz efeitos nos sistema cardiovascular e no sistema nervoso central. Nas concentrações sangüíneas alcançadas através de doses terapêuticas normais, as alterações na condução cardíaca, excitabilidade, capacidade de refração, contractilidade e resistência vascular periférica, são mínimas. Porém, concentrações sangüíneas tóxicas deprimem a condução cardíaca e a excitabilidade, o que pode levar a um bloqueio atrioventricular, arritmia ventricular e parada cardíaca, resultando às vezes em fatalidades. Ainda, a contractilidade do miocárdio é diminuída e ocorre vasodilatação periférica, levando a uma diminuição do débito cardíaco e da pressão sangüínea arterial. Estudos clínicos recentes e pesquisas em animais sugerem que estas alterações cardiovasculares acontecem com maior freqüência após a injeção intravascular direta acidental de bupivacaína. Portanto há necessidade de suplementação de dose.
Após a absorção sistêmica, os anestésicos locais podem produzir estimulação do sistema nervoso central, depressão ou ambas.
A estimulação central aparente pode manifestar-se como: agitação, tremores, calafrios, podendo evoluir para convulsão, seguida de depressão e coma, progredindo finalmente para parada respiratória. Contudo, os anestésicos locais têm seu primeiro efeito depressivo na medula e em centros superiores. O estágio depressivo poderá ocorrer sem um estágio de excitação anterior.
FARMACOCINÉTICA:
O grau de absorção sistêmica dos anestésicos locais depende da dose total e da concentração da droga administrada, da via de administração, da vascularização do local da aplicação e da presença ou ausência de epinefrina na solução anestésica. Uma concentração de epinefrina diluída (1:200.000 ou 5 mcg/ml) geralmente reduz o índice de absorção e o pico da concentração plasmática da bupivacaína, permitindo o uso de doses totais moderadamente maiores e, algumas vezes, prolongando a duração da ação.
O início da ação com bupivacaína é rápido e a anestesia é de longa duração. A duração da anestesia é significativamente mais longa com bupivacaína do que com qualquer outro anestésico local comumente usado. Tem sido observado também um período de analgesia que persiste mesmo depois da recuperação da sensibilidade, reduzindo assim a necessidade de administração de outros analgésicos potentes.

Os anestésicos locais são ligados às proteínas plasmáticas em graus variados. Geralmente, quanto menor a concentração plasmática da droga, maior a porcentagem de ligação da droga às proteínas plasmáticas.
Os anestésicos locais atravessam a placenta por difusão passiva. A velocidade e o grau de difusão são regidos pelo: (1) grau de ligação protéica no plasma, (2) grau de ionização (3) grau de solubilidade lipídica. A relação materno/fetal dos anestésicos locais parece estar inversamente relacionada ao grau de ligação à proteína plasmática, porque somente a droga livre, não ligada, fica disponível para a transferência para o feto. A Bupivacaína tem uma alta capacidade de ligação protéica (95%). Tem uma relação materno/fetal baixa (0,2 a 0,4).
A extensão da troca placentária é também determinada pelo grau de ionização e solubilidade lipídica da droga. As drogas não ionizadas e lipossolúveis passam rapidamente da circulação materna para o sangue fetal.
Os anestésicos locais, dependendo da via de administração, são distribuídos a todos os tecidos do corpo, encontrando-se altas concentrações em órgãos de grande perfusão como o fígado, pulmões, coração e cérebro.
Estudos farmacocinéticos do perfil plasmático da Bupivacaína, após injeção intravenosa direta, sugerem um modelo aberto de três compartimentos. O primeiro compartimento é representado pela rápida distribuição intravascular da droga. O segundo representa o equilíbrio da droga através dos órgãos de alta perfusão tais como o cérebro, miocárdio, pulmões, rins e fígado. O terceiro compartimento representa o equilíbrio da droga com os tecidos de baixa perfusão, tais como músculo e gordura. A eliminação da droga a partir da sua distribuição nos tecidos, depende da capacidade dos sítios de ligação na circulação e do transporte ao fígado, onde será metabolizada.
Após injeção de Cloridrato de Bupivacaína para bloqueio caudal, peridural ou do nervo periférico no homem, os níveis máximos de bupivacaína no sangue são alcançados em 30 a 45 minutos, seguido por um declínio até níveis insignificantes nas seguintes 3 a 6 horas.
Diversos parâmetros farmacocinéticos dos anestésicos locais podem ser significativamente alterados na presença de doenças hepáticas ou renais, adição de epinefrina, fatores que afetem o pH urinário, fluxo sangüíneo renal, via de administração da droga e idade do paciente. A meia-vida da bupivacaína em adultos é de 3,5 + 2,0 horas e nos recém nascidos de 8,1 horas.
Os anestésicos locais do tipo amida como a bupivacaína são metabolizados primariamente no fígado via conjugação com ácido glicurônico. Pacientes com doenças hepáticas, especialmente aqueles com doenças graves, podem ser mais susceptíveis à potencial toxicidade dos anestésicos locais do tipo amida. A pipecoloxilidina é o principal metabólito da bupivacaína.

O rim é o órgão excretor mais importante para a maior parte dos anestésicos locais e seus metabólitos. A excreção urinária é afetada pela perfusão renal e fatores que afetam o pH urinário. Somente 5% de bupivacaína é excretada sem alterações na urina.
A Bupivacaína, quando administrada em doses e concentrações recomendadas, comumente não provoca irritação e/ou lesão dos tecidos e não causa metemoglobinemia.