Resultados de eficácia nootron

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Transtornos Cognitivos
Uma meta-análise foi realizada utilizando 19 estudos que incluíram pacientes com transtorno cognitivo relacionado à idade ou demência (aproximadamente 1500 participantes). Estudos não publicados também foram incluídos para redução de bias. A duração dos estudos variou entre 6 e 52 semanas e as doses de piracetam utilizadas foram de 2,4 a 8 g/dia. Foi demonstrado que mais de 60% dos pacientes que receberam o piracetam apresentaram melhora na escala CGI-C comparados com 30% dos pacientes que receberam placebo.
Em um estudo realizado com 162 participantes com alteração de memória relacionada à idade, os participantes receberam 2,4 g/dia ou 4,8 g/dia de piracetam ou placebo durante 3 meses. A melhora observada nos participantes que utilizaram a dosagem mais alta do piracetam foi significativamente maior que nos participantes que receberam placebo em testes de memória imediata, global e remota. A dosagem mais baixa propiciou uma melhora significativamente superior ao placebo nos testes de memória imediata.

Acidente Vascular Cerebral
Em estudo randomizado, multicêntrico, duplo-cego, foram incluídos 927 pacientes com AVC que receberam placebo ou piracetam 12 g (IV) até 12 horas após o AVC, seguido de 12 g de piracetam diariamente por 4 semanas (IV até 4º dia, depois VO) e da 5ª até a 12ª semana a dosagem de piracetam passa a ser 4,8 g/dia. Não foram encontradas diferenças clínicas entre os grupos; no entanto, uma análise dos pacientes que receberam a medicação até 7 horas após o AVC (n=452) demonstrou diferenças significativas a favor do piracetam na escalada de avaliação clínica de Orgogozo após 4 semanas de tratamento e na escala de Barthel após 12 semanas (utilizada para avaliação do resultado funcional e atividades de vida diária em AVC). Quando foram considerados apenas os resultados dos pacientes com AVC moderado ou grave entre aqueles que receberam o tratamento precoce (n=360), as diferenças a favor do piracetam foram estatisticamente significativas nas duas escalas (Orgogozo e Barthel).
A porcentagem de pacientes com afasia ao final do tratamento foi menor no grupo que recebeu o piracetam tanto quando considerado o grupo todo (n=927), como também na análise dos participantes que receberam tratamento precoce (n=460) e na análise dos participantes com AVC moderado a grave que receberam tratamento precoce (n=360). Nestes dois últimos grupos também foi observada melhora significativa em relação ao placebo no status neurológico e na capacidade funcional em atividades de vida diária.
Em estudo prospectivo, duplo-cego, controlado por placebo, foi investigado o efeito do piracetam na recuperação da linguagem em pacientes que apresentaram afasia após AVC. Vinte e quatro pacientes foram randomizados para receber 4,8 g/dia de piracetam ou placebo durante 6 semanas. Ambos os grupos foram submetidos a terapia de linguagem intensiva. O grupo que recebeu piracetam apresentou aumento significativo do efeito de ativação no giro temporal transverso esquerdo, porção triangular esquerda do giro frontal inferior e giro temporal superior posterior esquerdo em comparação com as medidas originais. O grupo placebo apresentou um aumento do efeito de ativação somente na área de vocalização esquerda. Na bateria de testes utilizada, o grupo que recebeu piracetam apresentou melhora de 6 funções de linguagem enquanto o grupo placebo apresentou melhora de apenas 3 funções.
Sessenta e seis pacientes com afasia após AVC foram incluídos em estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo para avaliar os efeitos do piracetam 4,8 g/dia como tratamento adjuvante à terapia de linguagem intensiva. Foi observada uma tendência de superioridade do grupo ativo em todos os subtestes das escalas de afasia. Esta tendência foi estatisticamente significativa nas diferenças absolutas da recuperação da “linguagem escrita” e “profile level”.
Em outro estudo randomizado, multicêntrico, duplo-cego, controlado por placebo, foram incluídos pacientes hospitalizados, em recuperação de uma hemorragia cerebral ou infarto tromboembólico, que apresentavam déficit da função motora, perceptual ou da linguagem, com indicação de terapia de reabilitação. Os pacientes receberam piracetam 4,8 g/dia ou placebo durante 12 semanas. Dos 158 incluídos no estudo, 137 foram avaliados ao final do tratamento. A análise multivariada dos scores do teste de afasia demonstrou uma melhora global significativa em relação à baseline a favor do piracetam.
A eficácia e tolerabilidade do piracetam foram também avaliadas em estudo randomizado, duplo-cego realizado com 56 pacientes com isquemia cerebral aguda, de 28 dias de duração. Utilizando SPECT, foi observado que 85,2% dos pacientes tratados com piracetam apresentaram uma melhora de perfusão na área cerebral afetada. Somente 20,7% dos pacientes que receberam placebo apresentaram uma melhora deste fluxo.

Vertigem
Foram incluídos em estudo multicêntrico, duplo-cego, controlado por placebo, 143 pacientes idosos com vertigem de origem central ou periférica com sintomatologia severa o suficiente para comprometer as atividades de vida diárias. Os participantes receberam piracetam 2,4g/dia ou placebo durante 8 semanas. Nos participantes tratados com piracetam, foi observada melhora significativa na frequência das crises, a duração da incapacidade foi menor, assim como o mal estar entre os episódios e o desequilíbrio. A tolerabilidade ao piracetam foi boa e os eventos adversos relacionados à medicação foram poucos.
Cinquenta pacientes com vertigem de origem periférica ou central foram incluídos em outro estudo e receberam piracetam 2,4g/dia ou placebo durante 8 semanas. Houve uma melhora significativa da vertigem, da severidade e duração das crises e também do zumbido, nos pacientes que receberam o piracetam em comparação com placebo.
De Deyn PP. et al. Treatment of acute ischemic stroke with piracetam. Stroke,